Sinopse: Partindo da Venezuela, o renomado cineasta Oliver Stone percorre países da América do Sul entrevistando seus presidentes. O documentário traça um panorama desses governos de esquerda no continente.
O diretorOliver Stone faz questão de deixar claros seus pontos-de-vista quando adota alguma temática política em seus filmes, como em Platoon (1986). Dessa vez ele traz toda sua armagura com os republicanos no documentário Ao Sul da Fronteira (South of the Border), no qual alguns presidentes sul-americanos são entrevistados para mostrar como funcionam esses governos de esquerda.
Por ter sua visão bem explícita, o documetário é totalmente parcial e poderá ofender quem não tem a mesma visão de mundo. Quem vota em políticos que preferem construir pistas e viadutos para automóveis e esquecer os corredores de ônibus, ou que aprovam a progressão continuada que permite analfabetos chegando até o ginásio, com certeza não faz parte do público-alvo desse filme. Os representantes clássicos dos setores sociais que já apoiaram a ditadura militar ficarão irritados com as entrevistas. (OK, essa crítica também pode ser considerada tendenciosa).
Stone tenta entrar no filão que já é dominado por Michael Moore, mas sem os requintes que seu colega despojado domina com mais facilidade. Só há as conversas com os presidentes e algumas imagens de arquivo. Ao Sul da Fronteira não se preocupa em construir diagramas, animações ou dar espaço para piadinhas. Alguns dizem que esses recursos tiram a seriedade da obra, mas acabam deixando a mensagem mais fácil de ser assimilada.
Preta, Bárbara, Mayah e Lena. Quatro garotas da periferia de São Paulo (mais especificamente na Brasilândia) que lutam para fugir da realidade que estão inseridas. Mulheres, negras, nascidas e criadas na periferia, encontram no rap a maneira mais completa de expressão dos sonhos, desejos e ambições dessas e de muitas mulheres desta realidade. Nasce então o grupo “Antônia” que, em meio a todas as adversidades consegue levar esperança para todos os envolvidos no projeto.
Negra Li, Leila Moreno, Quelynah e Cindy são as quatro cantoras escolhidas por Tata Amaral (diretora do filme) entre 1.200 garotas para protagonizarem o longa. Bem escolhidas e preparadas para o contato com as câmeras, cada uma consegue imprimir com veracidade as nuances de cada personagem, mostrando que, apesar de se encontrarem em várias idéias, estão ali mulheres diferentes, com temperamentos diferentes… mas que se unem por uma verdadeira amizade e bem-querer umas pelas outras.
Além do desempenho acima da média das quatro, temos um elenco que soma muito bem com as quatro garotas, onde podemos destacar Thaíde e Nathalye Cris, como empresário e filha de Preta, respectivamente. Todo o elenco veste os personagens com uma espontaneidade que impressiona, agindo naturalmente em cada uma das cenas e situações.
Com um tom quase documental, “Antônia” se destaca pela proximidade com o dia-a-dia da vida das personagens. Uma câmera próxima, colada as personagens nos dá sensação de proximidade física e emocional de tudo que está sendo passado. O espectador se torna um pouco cúmplice, um pouco confidente de cada uma delas, o que facilita o contato entre quem está “do lado de cá com quem está do lado de lá”. Em vários diálogos temos a impressão que não existe separação entre personagem e interprete, tamanha a naturalidade com que as falas são ditas, os sentimentos expressados e, principalmente, a música flui. Não podemos esquecer que se trata de um filme sobre jovens cantoras, logo, a música é parte fundamental do sucesso do longa. Além das boas músicas compostas para o filme, as quatro conseguem dar um verniz interessante até para músicas de letra e melodias duvidosas, como e da cena do casamento, onde elas cantam Killing Me Softly.
Também situado em uma região de violência e descaso, Antônia vai na contra-mão de Cidade de Deus, por exemplo. Resolve centrar sua história em objetivos, em sonhos. A violência está ali, a falta de oportunidade e os preconceitos também. Entretanto, é um filme sobre a batalha incansável por um futuro melhor e pela realização de ideais. É um filme que merece ser visto, revisto e assimilado que mesmo nas adversidades existem diversos motivos para seguir em frente.
O internauta deve ter ouvido glórias e pedradas sobre Anticristo, novo trabalho de Lars Von Trier. Em parte, foram reações provocadas pelas sequências finais, que se aproximam do cinema extremo. São as tão faladas cenas de mutilação dos genitais. Outro motivo foi o diretor ter feito o filme ainda se recuperando de uma depressão. Some-se a sua declaração de que não explicaria nada sobre o filme. Pronto, o suficiente para parte da crítica atacá-lo.
Apesar das circunstâncias da produção, Anticristo se mantém de pé. Considerando um autor como Von Trier, que vem de obras como Dogville, não podemos esperar algo fácil. Se o cinéfilo quiser o doce da bandeja, deverá se levantar e buscá-lo. Se o espectador amarrar as pontas, poderá sair do cinema com uma sensação mais nauseabunda que a maioria.
O filme se concentra na depressão sofrida por uma mulher após a morte do filho e como o marido tenta ajudá-la. E, principalmente, nas consequência. A primeira sequência é um belo prólogo em câmera lenta e fotografia em preto-e-branco. Enquanto uma cena de sexo entre o casal é mostrada, o filho Nic se dirige para a janela e cai. O acontecimento provoca profunda depressão na mãe (Charlotte Gainsbourg) – em nenhum momento, homem ou mulher são nomeados.
Muito se falou da atuação de Gainsbourg; realmente consegue expor todas as dores de uma mulher que perdeu o filho. Porém, Dafoe não fica atrás. Ocorre que sua atuação não é histriônica. O ator demonstra o afastamento do marido em relação à situação com pequenos gestos e voz burocrática, sempre buscando racionalizar as reações da espora. As dúvidas provocadas pelos acontecimentos no Éden (casa de campo do casal) aprofundam a psicologia da personagem, impedindo que ele se torne um tipo.
A película, contudo, é mais que um “filme de ator”. A marca de Von Trier se faz notar na profundidade da história. Caso o leitor não queria saber o final, pare aqui, porque vamos entregar tudo.
O diretor deixa muitas pontas soltas. Nada de final redondinho. O filme permite muitas interpretações, sempre em torno do que provoca a insanidade da mulher.
A fase inicial de depressão da personagem de Gainsbourg é seguida por reações díspares. Ela acusa o marido de esquecer a familiar, depois declara amor eterno e em seguida tortura-o; há sua relação ambígua com o sexo, ora como uma ninfomaníaca ora culpando-se pelo ato.
A morte do filho seria a primeira causa. Outro agente seria a natureza. Von Trier consegue personificá-la. Ruídos, gritos, animais falantes tornam o Éden um ambiente de horror e claustrofóbico. Constantemente se escuta o barulho das sementes das árvores caindo no telhado, dando a impressão de que a casa será invadida. É quase impulsivo culpar a natureza pelo caos reinante. A própria mulher diz que a natureza é a morada de Satanás.
Todas essas interpretações são permitidas. Porém, uma terceira resposta é possível por conta das pontas deixadas pelo direito.
Primeiro, descobrimos que a mãe já maltratava o filho. Isso explicaria tanto para seus atos quanto para a ideia que faz da natureza em torno do Éden. A morte do filho seria apenas a gota final.
Outro elemento é a culpa pelo falecimento do filho. Próximo do fim, o diretor intercala cenas do prólogo e o rosto de Gainsbourg. Depois, em um close, ela corta sua vagina. Antes, tratou o sexo de forma ambígua e impôs torturas ao marido.
Nada gratuito!
Em um curto espaço de tempo, com fragmentos do prólogo, Von Trier dá a entender que ela podia ter salvado o filho, mas preferiu o sexo. Assim, a agressão ao marido seria uma maneira de culpá-lo. A automutilação seria o reconhecimento de sua culpa.
No fim, o marido mata a esposa. O julgamento que o espectador fará desse ato influirá a interpretação do epílogo. Novamente em preto e branco e com a mesma música, a persona de Dafoe desce o monte do Éden enquanto uma legião de mulheres caminha em sentido oposto. Se o leitor achar que o marido agiu com fúria, essas mulheres seriam a sua danação; se pensar que ele tentava livrar a esposa do sofrimento, a legião seria um bálsamo. Coisas para se discutir na hora do lanche!
Sinopse: Depois da morte do filho de 2 anos em um acidente, um casal retira-se para uma casa de campo para se recuperar do trauma.
Para quem conhece o tamanho do ego do diretor Lars von Trier, Anticristo (Antichrist) será uma lufada de ar renovado no currículo do dinamarquês. Exceto pelos créditos iniciais, compostos apenas pelo nome do filme e o nome do cineasta, ele se comporta. Enquanto no fracasso de O Grande Chefe ele chega a narrar a história, dessa vez ele deixa que o enredo flua livremente com posicionamentos de câmera interessantes.
No entanto, o maior mérito de Trier nesse filme está na forma como ele consegue convidar seu espectador de forma gradativa a adentrar na loucura na trama. Conforme avançam os capítulos, vamos nos aprofundando na psique dos personagens até chegarmos à nebulosa e torturante (no bom sentido) sequência final.
Para se ter uma noção da diferença gritante entre o começo e o final de Anticristo, basta comparar as sensações que esses momentos opostos geram. A primeira cena é altamente plástica, com uma bela direção de fotografia assinada por Anthony Dod Mantle (O Último Rei da Escócia), em câmera lenta e com uma tocante trilha de fundo – uma daquelas passagens únicas em experiência cinematográfica. Por outro lado, ao final da exibição muitos estômagos estarão doendo e muitos corações ficarão inquietos. A tensão permanecerá na mente do espectador mesmo depois de sair do cinema.
Finalmente, em um filme com um elenco composto praticamente por apenas dois atores, o trabalhos desses profissionais é uma peça-chave para o valor geral da obra. Será suficiente dizer sobre o assunto que Charlotte Gainsbourg (A Noiva Perfeita) foi premiada em Cannes e que Willem Dafoe (Um Segredo entre Nós) não fica para trás.
Os irmãos Bobby e Peter Farrelly são típicos casos de gênios que se perdem em meio ao marasmo Hollywoodiano. Diretores e criadores de pérolas, como ‘Débi e Lóide’ e ‘Quem vai Ficar com Mary?’, eles acabaram se tornando politicamente corretos demais, e o humor negro se perdeu.
‘Antes só do que Mal Casado’ consegue retomar um pouco da diversão que transformou a dupla em diretores de sucesso, mas ainda deixa a desejar comparado aos primeiros trabalhos dos diretores. O filme é ótimo, sim, mas ao invés de termos uma comédia romântica abobalhada, inteligente e com humor negro, temos mais um filme romântico com toques de humor.
No terceiro dia de sua lua-de-mel, Eddie Cantrow acredita ter encontrado o amor verdadeiro. Mas, infelizmente, não com a sua nova esposa. Solteiro e com 40 anos recém-completados, o dono de uma loja de artigos esportivos começa a se perguntar se está sendo muito exigente em relação às mulheres que conhece. Sentindo que o mundo inteiro está namorando menos ele, e pressionado por seu libidinoso pai septuagenário Doc e pelo subordinado amigo casado Mac, Eddie Cantrow está pronto para um relacionamento. Tudo o que precisa agora é de uma garota. Depois de evitar um aparente assalto nas ruas de São Francisco, Eddie conhece Lila e os dois rapidamente embarcam em um romance relâmpago, que leva a um precipitado pedido de casamento. No caminho para a lua-de-mel no México, Eddie descobre que a esposa, além do rosto angelical, tem também um linguajar pesado e um apetite quase insaciável por sexo hilariamente vigoroso.
Quando eles chegam ao resort, Lila já passou de uma gentil e doce companheira para uma grosseirona louca por tequila e dona de um passado sórdido, fazendo com que Eddie se pergunte em que se meteu. Com Lila recusando-se a sair do quarto do hotel devido a uma forte queimadura de sol, Eddie encontra consolo no bar, onde conhece Miranda, que não faz idéia de que ele esteja em lua-de-mel. Enquanto se apaixona pelo encanto singelo de Miranda, Eddie tenta ao máximo lidar com as duas mulheres. Mas uma série de confusões leva a um loucamente divertido confronto entre um homem, duas mulheres e uma água-viva.
Ben Stiller continua ótimo com seu jeito de homem abobalhado, e o filme reserva cenas hilárias com seu personagem.
‘Antes só do que Mal Casado’ é uma comédia divertida e cômica, com alguns momentos que tiram o fôlego dos mais animados e risonhos, mas perdeu o que os diretores sabiam fazer de melhor: chocar Hollywood.
Sinopse: O pai de Daniel é um fotógrafo que vive na Tailândia. Depois de anos de afastamento, ele manda uma carta ao menino. Além desse contato inesperado, Daniel ainda tem de lidar com o fim de seu namoro e um roubo em sua escola.
Um filme jovem e sincero, com um protagonista masculino lidando com as descobertas amorosas, conflitos familiares e amizades. Antes que o Mundo Acabe trata das mesmas questões que As Melhores Coisas do Mundo e, com o lançamento tão próximo um do outro, é difícil não falar de um sem pensar no outro. Com dois títulos tão bons lado a lado, sinto uma grande alegria como um espectador do cinema brasileiro.
Enquanto o trabalho de Laís Bodanzky é mais divertido e foca-se no público jovem, que se vê nas situações impressas na tela; o filme gaúcho é mais poético, convidando o espectador mais maduro a pensar nos desafios de ser jovem.
Como tem sido uma constante na produção cinematográfica dos pampas, bons filmes tem atrelado em sua equipe o nome de Jorge Furtado. A participação dele no roteiro é marcante e seus fãs logo descobrem qual personagem é mais influenciado por sua forma de contar histórias.
Furtado foi o primeiro cineasta a contemplar um cinema jovem durante a Retomada dirigindo Houve Uma Vez Dois Verões (2002), também pela Casa de Cinema de Porto Alegre. Sob os cuidados de Ana Luiza Azevedo, Antes que o Mundo Acabe é mais sensível e menos debochado.
Não é apenas no sotaque de seus atores que o filme é gaúcho. Tratando de temas universais e com situações que podem acontecer em qualquer cidade, a fita oferece aos espectadores de outros estados uma mistura de identificação próxima com uma viagem distante a outra terra – um dos objetivos mais bacanas do cinema.
Há belas histórias que são contadas com tanta naturalidade que conseguem nos envolver. Antes de Partir (The Bucket List – EUA/2007 – 97 min.) é uma destas histórias. Simples, sensível e com toques de humor na medida certa.
A história sobre dois homens de meia-idade com filosofias de vida diferentes que o destino se encarrega de cruzar, chega aos cinemas em uma época em que há poucas opções para os apreciadores de comédias dramáticas e emocionantes. Mesmo abordando um assunto sério como a da morte e sua aceitação, Antes de Partir ensina que nunca é tarde para viver a vida plenamente, realizando desejos, experimentando sensações e compartilhando a beleza do mundo a nossa volta.
Dirigido pelo cineasta Rob Reiner (Harry e Sally) e atuado pelos carismáticos atores Jack Nicholson e Morgan Freeman, Antes de Partir traz a história do executivo e milionário Edward Cole (Jack Nicholson), um homem que construiu um hospital onde sua filosofia sempre foi a de que todos os pacientes internados devessem compartilhar os mesmos espaços. Mas o que Edward não esperava era de que ele terminasse sendo hospitalizado e obrigado a seguir sua própria regra. Dividindo o quarto com o mecânico Carter Chambers (Morgan Freeman), ele encontra neste homem, que renunciou seus sonhos pela família, algo em comum: ambos não viveram a vida como planejaram.
Contrariando as ordens médicas, os dois resolvem então deixar o hospital e partir em uma grande aventura, gastando seus últimos meses de vida na realização de sonhos, que por motivos diferentes, nunca tiveram oportunidade de concretizar. Seguindo uma lista de desejos – como saltar de pára-quedas, visitar as pirâmides do Egito, o Himalaia, o Taj Mahal – eles se lançam no mundo e passam a fazer tudo o que sempre planejaram, sem regras e sem pressa.
Sempre que a dupla formada pela atriz Keira Knightley e o diretor Joe Wrightse une, isso significa prestígio e indicações ao Oscar. Veja o currículo da dupla: A primeira união se deu em 2005, quando lançaram a obra baseada em Jane Austen, “Orgulho & Preconceito”, e o resultado foi quatro indicações ao maior prêmio do cinema (que incluía o prêmio de melhor atriz para a talentosa Knightley).
Em seguida, dois anos depois, Wright e Knightley tomaram novamente o Oscar de assalto quando “Desejo e Reparação”, baseado na obra literária de Ian McEwan, recebia sete indicações da Academia.
O ano de 2012 marcou a segunda reunião da dupla, novamente numa obra de época, e novamente baseado num clássico da literatura, dessa vez russa, do escritor Leo Tolstoy. “Anna Karenina” já foi adaptada para o cinema diversas vezes, assim como “Os Miseráveis”, “Guerra e Paz”, “O Morro dos Ventos Uivantes”, ou qualquer coisa de Shakespeare, essas obras da literatura clássica são icônicas e fazem parte do consciente coletivo. Em versões anteriores, atrizes como Greta Garbo, Vivien Leigh e Sophie Marceau já encarnaram a personagem título.
Agora, a tarefa cabe à talentosa Keira Knightley, que tira a missão de letra. Knightley é escolada em obras de época, mesmo quando não está sob o comando de Wright. Aqui a verdadeira surpresa fica por conta do resto do elenco, afinal Knightley não nos surpreende tanto com sua graça e extremo talento, isso é o esperado dela. A atriz consegue transparecer uma serenidade intocável de início, quando sua personagem se mantém distante das investidas de seu novo pretendente e de seus próprios sentimentos.
Na trama clássica, a dama da alta-sociedade Anna Karenina, casada com um membro do governo, na Rússia do século XIX, é seduzida pelo Conde Vronsky, um jovem inconsequente, escandalizando assim a sociedade burguesa da época. Aaron Taylor-Johnson galga seu espaço como um dos jovens mais talentosos de sua geração, e para isso escolhe papéis diversificados dentro dos mais variados filmes.
Aqui, o jovem ator dá novas nuances ao personagem do sedutor Vronsky, que como um menino imaturo cobiça o que não possui, para depois abandonar em busca de algo mais novo. Jude Law igualmente surpreende. O ator que no passado seria a escolha óbvia para o galante Conde, entra em nova fase de sua carreira, aos 40 anos de idade, na pele do traído Karenin. Um personagem que vê seu mundo desmoronar de uma hora para outra, e seus bens mais preciosos escorregarem por seus dedos, sem que possa impedir.
Law causa impacto com sua caracterização física do pacato personagem, exibindo uma calvície que atribui idade e afastamento de seus usuais parâmetros de beleza. Completando o elenco principal, a sueca Alicia Vikander (vista esse ano no indicado ao Oscar “O Amante da Rainha”) rivaliza com Knightley mostrando que sua jovialidade, além do talento, conta na batalha de suas personagens. É como se a ficção se mesclasse à realidade para dizer que uma nova geração está chegando, e que Knightley, outrora a jovem sensação, já está madura e começa a dar passagem para estrelas em potencial.
Outro fator curioso e muito interessante é a forma narrativa que o diretorJoe Wrightescolheu para o filme. Já que “Anna Karenina” foi muito adaptada, a abordagem de Wright garante que nunca foi dessa forma. Aqui de início temos personagens adentrando portas para saírem em locais totalmente diferentes. Tudo é feito como uma peça de teatro, onde num palco o mesmo espaço pode significar as locações mais diferentes. Tudo na cenografia é criativo e soa propositalmente falso, como os trens na estação. “Anna Karenina” deJoe Wright funciona como um grande musical sem música.
Coreografias, gestos, e os cenários convergem para o exagero em muitos momentos, onde obviamente seriam colocadas as cantorias, caso o filme optasse pelo gênero. Mesmo com todos os seus atributos, podemos considerar “Anna Karenina” o trabalho menos prestigiado da dupla Wright e Knightley, já que foi indicado apenas em quesitos técnicos (mesmo sendo quatro indicações). “Anna Karenina” levou no quesito de melhor figurino, mas é outro filme que poderia facilmente figurar entre os dez (de apenas nove) indicados na categoria principal. Cacife para isso o filme tem.
Sinopse: Durante o Conclave (a cerimônia que escolhe o novo Papa), quatro cardeais são sequestrados. A ameaça é que, a cada hora, um deles seja morto. Para evitar o pior, o Vaticano chama o Prof. Robert Langdon.
O autor Dan Brown ficou famoso ao redor do mundo quando lançou o romance O Código Da Vinci. Além de ser um thriller bem construído, o livro gerou polêmica por defender a ideia de que Jesus tinha um relacionamento carnal com Maria Madalena. Em seu trabalho anterior, que foi redescoberto enquanto O Código fazia sucesso, ele já pisava nos calos da Santa Sé.
A adaptação cinematográfica de Anjos e Demônios (Angels & Demons) tenta tirar um pouco do peso sobre a Igreja Católica em seu roteiro. Mesmo assim o Vaticano proibiu a produção de realizar gravações na Praça de São Pedro o que se vê no filme é uma réplica. O filme oferece um belo passeio pelos prédios históricos de Roma que dá vontade de ir para lá.
Outra mudança feita para que a aventura saísse das páginas para as telas foi a alteração na ordem dos livros. Por ter sido lançado mais tarde, O Código Da Vinci acontece depois da investigação de Langdon no Vaticano. No cinema o que acontece é o contrário, Anjos e Demônios é uma sequência dos acontecimentos no Museu do Louvre. Essas mudanças não devem enfurecer os fãs do autor, já que o clima do livro foi mantido.
Os erros do filme anterior foram bem assimilados pelos produtores. Eles conseguiram manter-se fora das falhas que foram os fatores determinantes para a má recepção de O Código Da Vinci. As explicações extensas que faziam o público sentir-se chateado e perdido foram cortadas e, também por isso, a emoção é muito maior. Até o cabelo de Tom Hanks (Jogos do Poder) foi modificado! Quem acreditar que dessa vez temos um bom filme e resolver ir ao cinema não se arrependerá.
estreia nesta sexta-feira nos cinemas nacionais este ‘Anjos da Vida – Mais Bravos que o
Mar.’ Dirigido por Andrew Davis (o mesmo do fraco Efeito Colateral) a fita é surpreendentemente boa, com cenas de ação e efeitos especiais de tirar o fôlego e também com boas atuações da dupla central (que quase nunca faz nada de bom) Ashton Kutcher e Kevin Constner.
A história mostra Ben Randall (Constner) um dos nadadores mais conhecidos e respeitados da Guarda Costeira americana. Porém após passar por um resgate traumatizante acaba tendo seu trabalho prejudicado, e acaba sendo enviado para ser treinador de um grupo de novos recrutas. Neste grupo ele encontra Jake Fischer (Kutcher) um jovem que também vem de um passado traumático, campeão de natação, e que (obvio) vai bater de frente com as técnicas de ensino de Randall.
Mesmo com um roteiro obvio demais vale a pena passar 2h20 na sala para assistir a Anjos da Vida – Mais Bravos que o Mar. É um filme bem pipoca, daqueles que você esquece logo, mas se você gosta de filmes com bastante ação, tensão, bem ao melhor estilo ”blockbuster” corra para o cinema.