Após doze anos de sua estreia no Rio de Janeiro, onde cumpriu temporadas em casas como o Teatro dos Quatro e o Teatro Serrador, o espetáculo ‘Rapsódia – O Musical’ chega pela primeira vez a São Paulo em uma montagem inteiramente renovada.
Produzida pela Cerejeira Produções, de Mau Alves e Julia Morganti, em parceria com o produtor Rafael Ramirez, a temporada chega à Sala Experimental do Teatro B32, espaço multiuso localizado na Faria Lima, que passou a integrar a cena cultural da cidade com um conceito contemporâneo, sustentável e voltado à experimentação cênica.
Com ingressos já à venda, as apresentações acontecem de 2 de agosto a 7 de setembro, com sessões duplas aos sábados e domingos.
Criada e dirigida por Mau Alves, a produção é uma comédia de terror que mescla humor ácido, exagero estético e um toque expressionista. Para São Paulo, o espetáculo chega com 14 músicas autorais, sendo duas inéditas, cenários e figurinos totalmente novos, texto atualizado e uma proposta cênica que transforma a sala em um ambiente imersivo e sensorial.
“A gente está recontando a mesma história, mas com uma roupagem completamente diferente. Quem assistiu no Rio vai se surpreender, e quem vê pela primeira vez vai encontrar uma peça autoral, brasileira, que aposta na originalidade em todos os níveis”, comenta o autor e diretor.
A montagem paulistana é também marcada pelo compromisso com a sustentabilidade. Com cenário desenvolvido a partir de materiais recicláveis fornecidos pelo próprio B32 – um teatro que recicla todos os seus resíduos – e figurinos que incorporam elementos reaproveitados, a nova produção assume um discurso coerente com o espaço que a abriga. “Estamos construindo tudo com o que, normalmente, seria descartado. É bonito ver isso fazer parte da cena, literalmente”, explica Mau. “Nosso objetivo sempre foi montar esse espetáculo em São Paulo, e fazer isso inaugurando uma sala como essa, com esse cuidado estético, sonoro e ambiental, tem um significado enorme.”
Na trama, o público acompanha Pátrio (Felipe Assis Brasil), um jovem sonhador que, ao se ver sem perspectivas, aceita o convite do primo distante Jeremias (Conrado Helt) para trabalhar numa antiga fábrica de sabonetes na misteriosa cidade de Rapsódia. Lá, se depara com figuras excêntricas como Tobias (Alves), Coné (Lurryan), Catarina (Jofrancis), Horácio (Igor Miranda) e as artistas do cabaré “Palco dos Prazeres”: Gana (Luan Carvalho), Shana (Julia Morganti) e Tamara (Marília Di Lorenço). A curiosidade de Pátrio o coloca frente a um segredo grotesco que transforma sua jornada numa sucessão de reviravoltas.
A ambientação acompanha o tom da narrativa: em vez da tradicional configuração frontal, a plateia será disposta dentro da própria cena. O espetáculo não é interativo, mas se propõe a uma vivência sensorial – o público poderá ser surpreendido por bolhas de sabão, folhas secas, objetos de cena entregues durante as cenas e até respingos (controlados) de sangue cenográfico. “É um espetáculo para os olhos, os ouvidos, o tato. Uma hora você olha pra direita, outra pra esquerda. As cenas acontecem ao redor. A gente quis criar uma experiência de presença total, onde o público se sente parte da atmosfera”, conta Mau.
A equipe criativa da montagem reúne profissionais de destaque: a direção geral é de Alves, com direção residente de Andressa Secchin, direção musical de Tony Lucchesi e direção musical residente de Dan Motta. O texto e as letras são assinados por Mau Alves e Sarah Benchimol, com músicas de Lucchesi e Benchimol. A coreografia é de Clara da Costa, a iluminação de Rafael Ramirez, o design de som é de Anderson Moura, os figurinos são de Ùga agÚ e Fê Faria, o visagismo de Alisson Rodrigues e o cenário leva a assinatura de Lurryan.