Devido ao surto de Coronavírus, diversas salas de cinemas do Brasil fecharam as portas para evitar a propagação do vírus, que já infectou mais de 350 pessoas no país.
Por conta disso, é a primeira vez que os cinemas nacionais não irão exibir nenhuma estreia na semana, o que deve se repetir até a suspensão do isolamento decretado pelo governo.
Entre as principais estreias marcadas para 19 de março, estava ‘Um Lugar Silencioso 2‘, sequência do terror estrelado por John Krasinski e Emily Blunt, que foi adiado por tempo indeterminado em todo o mundo.
O nacional ‘Três Verões‘, estrelado por Regina Casé e dirigido por Sandra Kogut, também estava previsto para essa semana e foi adiado.
O longa conta a história de uma caseira em um condomínio de luxo, que acaba sendo usada como laranja pelo chefe em um esquema de corrupção.
Também iriam estrear ‘Honeyland‘, primeiro título a disputar o prêmio de melhor documentário e melhor filme estrangeiro no Oscar 2020, além de ‘Tel Aviv Em Chamas’, ‘Quarto 212’, ‘O Chão sob Meus Pés’, e os infantis ‘É Doce!’ e ‘Meu Querido Elfo’.
Em entrevista para o Folha de São Paulo, Paulo Sérgio Almeida, diretor do site Filme B, disse que este é um fato inédito no Brasil.
“Nós estamos vivendo uma situação muito grave e não é só o cinema que vai se prejudicar. Estamos muito no início, é uma situação de pandemia, de crise econômica.”, concluiu ele.
Em São Paulo, diversos estabelecimentos dedicados ao cinema anunciaram a decisão de fechar as portas por tempo indeterminado, como o Espaço Itaú de Cinema, Petra Belas Artes, e a Cinesala.
No Rio de Janeiro, os cinemas também foram obrigados por determinação do governo a fechar suas portas por 15 dias, em virtude da pandemia. E as consequências começaram a surgir na economia do país.
Enquanto a rede Kinoplex antecipou as férias coletivas dos funcionários do estado, a rede Cinemark tomou medidas mais drásticas.
A maior de cinema do país anunciou nessa segunda-feira, 16, um Plano de Demissão Voluntária ou um Programa de Qualificação Profissional remunerado.
Paulo Balmant, presidente do Sindicato da categoria, revelou ao G1 que a Cinemark ofereceu apenas duas propostas:
1. Plano de demissão voluntária, no qual será garantido ao funcionário o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) sem o pagamento da multa rescisória.
2. Programa de Qualificação Profissional remunerado.
Na segunda opção, o funcionário receberá ATÉ 80% do seu salário líquido e ficará em casa assistindo cursos profissionalizantes online.
“A maioria parece que vai querer a segunda opção”, disse Balmant.
Mais informações serão reveladas em breve.
A determinação de fechar os cinemas foi estabelecida pela Prefeitura do Rio de Janeiro e pelo Governo do Estado, que emitiu o decreto número 46.970/20, que suspende as atividades “em cinemas, lonas cultuais, teatros e museus”.
A medida visa evitar a proliferação da doença e garantir a segurança da população. Espera-se que contenção por apenas 15 dias seja o suficiente para a situação global se amenizar.
No estado de São Paulo, o governador João Dória fez restrições menores, seguindo a mesma premissa adotada pelo governador de Nova York. Sua determinação impera que eventos com mais de 500 pessoas sejam suspensos.
O cancelamento engloba tanto eventos governamentais, esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais, bem como religiosos.