segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Criadores de ‘The Last of Us’, nova série da HBO, revelam os desafios de adaptar o jogo para as telinhas [COLETIVA]

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The Last of Us, aguardada adaptação da aclamada franquia de games, chega em breve à HBO e à HBO Max – e os fãs mal podem esperar para ver a produção ganhar vida.

O drama narra um futuro pandêmico que foi devastador para humanidade, deixando os seres humanos à beira da extinção. O vírus transforma pessoas em canibais e se espalha rapidamente com uma simples mordida. Algumas décadas depois, os poucos sobreviventes que restaram vivem viajando ou em quarentenas protegidas por oficiais do governo. Este é o cenário em que acompanhamos Joel (Pedro Pascal), um sobrevivente durão que é contratado para levar a jovem Ellie (Bella Ramsey) para fora da zona de quarentena opressiva onde vive. Os dois devem encontrar um grupo de rebeldes paramilitares que se rebelou contra as autoridades. Porém, eles descobrem no caminho que Ellie está possivelmente infectada com o vírus, apesar da jovem não apresentar os sintomas recorrentes da doença. Por conta disso, eles acreditam que a imunidade de Ellie pode ser a chave para encontrar a cura do vírus e potencialmente salvar a humanidade.



Recentemente, o CinePOP teve a honra de conversar com os criadores da série, Craig MazinNeil Druckmann (este, inclusive, responsável por gestar a saga de jogos).

Quando questionado sobre os desafios de readaptar o enredo para as telinhas, Mazin disse:

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“Acho que o maior desafio foi considerar que boa parte do jogo é sobre imersão e sobre a experiência do jogador. Então, nos perguntarmos quais partes da história são facilmente traduzíveis para drama e quais partes da experiência do jogo não eram necessárias ou deveriam ser transformadas em algo mais sério, para se tornar algo melhor de se assistir. Adaptações anteriores de videogames tiveram problemas com isso, porque tentam recriar o jogo em si; nós não. Nós não replicamos o jogo. O que fizemos foi nos inspirarmos na história e nos personagens que Neil criou e explorá-los mais, mostrá-los mais. Nós damos às pessoas uma experiência mais completa para assistir”.

Druckmann complementa: “para mim, a parte mais difícil foi o clima. [risadas] Mas o mais importante foi o que Craig disse, as conversas iniciais sobre o que queríamos para essa adaptação. Quais são as coisas essenciais que queríamos manter. Nós conversamos bastante sobre os temas e as mensagens da narrativa. As partes mais importantes são os relacionamentos entre os personagens, então nos perguntamos: ‘como vamos além disso? Como vamos de uma mídia, que tem seus pontos fortes e fracos, para outra mídia, que também tem seus pontos fortes e fracos?'”.

Mazin também falou sobre o momento em que jogou The Last of Us pela primeira vez e de que forma a adaptação se diferencia de tantas outras do gênero que existem no cenário mainstream – além de falar sobre como os fãs parecem proteger o game que aprenderam a amar.

“Quando eu joguei The Last of Us pela primeira vez, eu não tinha quaisquer sentimentos por Joel ou Ellie, porque eu não os conhecia. Quando eu conheci Joel, ele é apenas um cara, sentado no sofá, e quando conhecemos Ellie, ela está em um quarto, é chata e eu não a conheço. O ponto é que, ao longo da jornada, nós nos apaixonamos [por eles]. Todos nós já tivemos essa jornada como gameplayers. Então, sim, [os fãs] são extremamente protetores, porque é uma conexão emocional. Por isso, pedimos gentilmente às pessoas: vocês querem começar de novo, nesta nova mídia? É normal pensar: ‘eu não conheço essas pessoas. Não tenho sentimentos por elas’. Mas eu acho que vocês terão ainda mais. É isso o que eu espero”.

A presença de Druckmann na produção da série foi recebida com bastante animação pelos fãs, visto que o criador esteve ativamente presente na readaptação dos próprios games. Durante a coletiva, ele exaltou toda a equipe criativa por trás da obra e disse que ficou muito animado quando percebeu sua criação ganhando vida de uma forma totalmente diferente.

“Nós somos apenas uma pequena fração das pessoas que trabalharam neste show e, andando pelo set de filmagens, era possível sentir o amor que as pessoas têm por esse material. Eu me lembro do primeiro dia em que estava no set, estava andando pela casa de Joel e precisava fazer uma reunião para a Naughty Dog. Então, procurei por um lugar escondido, entrei na chamada pelo Zoom e eu ficava: ‘olhem para os lençóis! Olhem para o pôster! Olhem para tudo! Eles acertaram!’. É um sentimento surreal e único. E todos conseguiram fazer, mal posso esperar para vocês verem o show”, ele disse.

Finalizando as conversas, Mazin comentou sobre o processo de gravação dos episódios, contando que conseguia sentir a emoção de cada cena à medida que juntava as filmagens.

“Nós [eu e Neil] conseguimos ver tudo, e eles [o elenco] não. E o que é muito interessante é que eles sentem as emoções no momento e, enquanto eles fazem isso, nós ficamos: ‘hmmm, os botões da camisa abriram, alguém se mexeu ali atrás’. É bom que tenhamos feito isso, porque, quando juntamos tudo, é aí que nós sentimos as emoções. E o que tem sido fascinante é que, ao longo desses meses de criação da série, às vezes estava assistindo a uma cena em que Joel e Ellie estão em um carro juntos e estão numa conversa que não é tocante. E eu começava a chorar, porque sabia aonde eles estavam indo e o que aconteceria com eles. O que é lindo. E é assim que eu sei que todos fizemos um ótimo trabalho”, ele conta.

Animados para a série?

Lembrando que The Last of Us estreia no dia 15 de janeiro de 2023.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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O drama narra um futuro pandêmico que foi devastador para humanidade, deixando os seres humanos à beira da extinção. O vírus transforma pessoas em canibais e se espalha rapidamente com uma simples mordida. Algumas décadas depois, os poucos sobreviventes que restaram vivem viajando ou em quarentenas protegidas por oficiais do governo. Este é o cenário em que acompanhamos Joel (Pedro Pascal), um sobrevivente durão que é contratado para levar a jovem Ellie (Bella Ramsey) para fora da zona de quarentena opressiva onde vive. Os dois devem encontrar um grupo de rebeldes paramilitares que se rebelou contra as autoridades. Porém, eles descobrem no caminho que Ellie está possivelmente infectada com o vírus, apesar da jovem não apresentar os sintomas recorrentes da doença. Por conta disso, eles acreditam que a imunidade de Ellie pode ser a chave para encontrar a cura do vírus e potencialmente salvar a humanidade.

Recentemente, o CinePOP teve a honra de conversar com os criadores da série, Craig MazinNeil Druckmann (este, inclusive, responsável por gestar a saga de jogos).

Quando questionado sobre os desafios de readaptar o enredo para as telinhas, Mazin disse:

“Acho que o maior desafio foi considerar que boa parte do jogo é sobre imersão e sobre a experiência do jogador. Então, nos perguntarmos quais partes da história são facilmente traduzíveis para drama e quais partes da experiência do jogo não eram necessárias ou deveriam ser transformadas em algo mais sério, para se tornar algo melhor de se assistir. Adaptações anteriores de videogames tiveram problemas com isso, porque tentam recriar o jogo em si; nós não. Nós não replicamos o jogo. O que fizemos foi nos inspirarmos na história e nos personagens que Neil criou e explorá-los mais, mostrá-los mais. Nós damos às pessoas uma experiência mais completa para assistir”.

Druckmann complementa: “para mim, a parte mais difícil foi o clima. [risadas] Mas o mais importante foi o que Craig disse, as conversas iniciais sobre o que queríamos para essa adaptação. Quais são as coisas essenciais que queríamos manter. Nós conversamos bastante sobre os temas e as mensagens da narrativa. As partes mais importantes são os relacionamentos entre os personagens, então nos perguntamos: ‘como vamos além disso? Como vamos de uma mídia, que tem seus pontos fortes e fracos, para outra mídia, que também tem seus pontos fortes e fracos?'”.

Mazin também falou sobre o momento em que jogou The Last of Us pela primeira vez e de que forma a adaptação se diferencia de tantas outras do gênero que existem no cenário mainstream – além de falar sobre como os fãs parecem proteger o game que aprenderam a amar.

“Quando eu joguei The Last of Us pela primeira vez, eu não tinha quaisquer sentimentos por Joel ou Ellie, porque eu não os conhecia. Quando eu conheci Joel, ele é apenas um cara, sentado no sofá, e quando conhecemos Ellie, ela está em um quarto, é chata e eu não a conheço. O ponto é que, ao longo da jornada, nós nos apaixonamos [por eles]. Todos nós já tivemos essa jornada como gameplayers. Então, sim, [os fãs] são extremamente protetores, porque é uma conexão emocional. Por isso, pedimos gentilmente às pessoas: vocês querem começar de novo, nesta nova mídia? É normal pensar: ‘eu não conheço essas pessoas. Não tenho sentimentos por elas’. Mas eu acho que vocês terão ainda mais. É isso o que eu espero”.

A presença de Druckmann na produção da série foi recebida com bastante animação pelos fãs, visto que o criador esteve ativamente presente na readaptação dos próprios games. Durante a coletiva, ele exaltou toda a equipe criativa por trás da obra e disse que ficou muito animado quando percebeu sua criação ganhando vida de uma forma totalmente diferente.

“Nós somos apenas uma pequena fração das pessoas que trabalharam neste show e, andando pelo set de filmagens, era possível sentir o amor que as pessoas têm por esse material. Eu me lembro do primeiro dia em que estava no set, estava andando pela casa de Joel e precisava fazer uma reunião para a Naughty Dog. Então, procurei por um lugar escondido, entrei na chamada pelo Zoom e eu ficava: ‘olhem para os lençóis! Olhem para o pôster! Olhem para tudo! Eles acertaram!’. É um sentimento surreal e único. E todos conseguiram fazer, mal posso esperar para vocês verem o show”, ele disse.

Finalizando as conversas, Mazin comentou sobre o processo de gravação dos episódios, contando que conseguia sentir a emoção de cada cena à medida que juntava as filmagens.

“Nós [eu e Neil] conseguimos ver tudo, e eles [o elenco] não. E o que é muito interessante é que eles sentem as emoções no momento e, enquanto eles fazem isso, nós ficamos: ‘hmmm, os botões da camisa abriram, alguém se mexeu ali atrás’. É bom que tenhamos feito isso, porque, quando juntamos tudo, é aí que nós sentimos as emoções. E o que tem sido fascinante é que, ao longo desses meses de criação da série, às vezes estava assistindo a uma cena em que Joel e Ellie estão em um carro juntos e estão numa conversa que não é tocante. E eu começava a chorar, porque sabia aonde eles estavam indo e o que aconteceria com eles. O que é lindo. E é assim que eu sei que todos fizemos um ótimo trabalho”, ele conta.

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