quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crise de Identidade, Bullying e Medo são alguns dos temas abordados em ‘Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo’

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Não é exagero dizer que boa parte dos brasileiros passaram suas infâncias e adolescências lendo aos gibis da Turma da Mônica. Para além do entretenimento, as histórias em quadrinho de Mauricio de Sousa ajudaram a criar o hábito de leitura em boa parte da população, e também ajudaram a trabalhar temas que, em muitos aspectos, ajudaram pais e professores a conseguir conversar sobre eles nas escolas e dentro de casa. Nas adaptações audiovisuais, isso não seria diferente, afinal, dialogar com o mundo juvenil sempre esteve no cerne da Mauricio de Sousa Produções. Para ajudar nossos leitores do Cinepop a observarem quais os temas abordados, ‘Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo’, levantamos aqui os principais pontos do novo filme (mas cuidado, contém spoilers!).

Crise de identidade



Durante o desenvolvimento do caráter próprio, é natural que o jovem questione muitas coisas sobre si mesmo, principalmente quando recebe uma crítica forte ou quando sofre bullying, como ocorre com a Mônica no filme (que, a partir desses dois elementos, passa a desejar ser diferente, como todas as outras pessoas). Por ser o ponto principal, é ele que conduz todas as ações dos personagens e também dá a resolução da trama.

Foto: Divulgação/ Laura Campanella

Separação

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Ter amigos do coração é algo que marca a vida dos jovens para sempre. Mas… a primeira separação é terrível. Pode ser por pouco tempo, ou por muito tempo (afinal, o tempo, na época da juventude, passa de maneira diferente e potencializa todos os eventos), mas fato é que viver experiências longe dos melhores amigos ou imaginar que eles estão se divertindo sem a gente (ou, pior ainda, imaginar que as coisas podem mudar se nos afastarmos um tempo) pode ser muito doloroso na vida de um jovem, como ocorre com a Mônica e seus amigos. O importante, sempre, é entender que os amigos estarão sempre conosco, mesmo que nem sempre estejam perto de nós.

Bullying

O bullying é um dos temas mais recorrentes no mundo juvenil, pois em menor ou maior escala boa parte da garotada diz já ter sofrido algum tipo de bullying. No filme, isso também acontece com a Mônica (que é acusada por Carmen Fru Fru de violência física), por ela e pelo Cebola (chamados pelos apelidos provocativos de suas infâncias), o que engatilha reações impensadas em ambos.

Medo

O tema está até no título do filme, mas por ser algo complexo, acaba sendo transposto na telona em muitas camadas: o medo do Cascão com relação a um personagem ameaçador de sua infância (cujas histórias foram contadas pelo seu tio) e o medo dele de nunca mais encontrar o tio; o medo de Magali de não ser boa o suficiente para ser aceita na Ordem; o medo de não ser amado pelos próprios pais, como ocorre com Carmen Fru Fru; o medo de Mônica de que a amizade entre eles mude caso eles se afastem; de revelar os sentimentos a quem se ama, como acontece com o Cebola.

Lutar pelo que se acredita

Embora não seja algo diretamente ligado ao universo jovem, a especulação imobiliária presente no filme contribui de maneira clara no desencadeamento dos eventos, uma vez que as dívidas imobiliárias de Licurgo com o prédio do Museu faz com que este seja leiloado privativamente, o que impulsiona o protesto da garotada. Com a luta como causa comum entre todos, os alunos se juntam para lutar pelo bem maior, que é o patrimônio do museu.

Primeiro amor

De duas maneiras diferentes o amor é trabalhado no novo filme. Entre Denise e Jerê, que se encontram escondidos (e o motivo pode ser debatido, afinal, não é evidenciado) e entre Mônica e Cebola (como já mencionado, o medo de revelar sentimentos, o medo de sentir o sentimento, o medo de perder a quem se ama). O primeiro amor é o mais intenso e o mais inesquecível, e também o mais trabalhoso de se entender na cabecinha de um jovem.

Abandono parental

Carmen Fru Fru não é apenas uma patricinha metida. No fundo, parte do seu jeitinho mandão tem a ver com o rancor que sente dos próprios pais, que estão sempre ausentes de sua vida. No fundo, ela só queria ser amada, e essa ausência dos pais está moldando seu caráter de maneira bastante sombria. Assim, o abandono parental também está presente no longa, pois tudo que Carmen queria era voltar a tomar café da manhã com sua própria mãe.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crise de identidade

Durante o desenvolvimento do caráter próprio, é natural que o jovem questione muitas coisas sobre si mesmo, principalmente quando recebe uma crítica forte ou quando sofre bullying, como ocorre com a Mônica no filme (que, a partir desses dois elementos, passa a desejar ser diferente, como todas as outras pessoas). Por ser o ponto principal, é ele que conduz todas as ações dos personagens e também dá a resolução da trama.

Foto: Divulgação/ Laura Campanella

Separação

Ter amigos do coração é algo que marca a vida dos jovens para sempre. Mas… a primeira separação é terrível. Pode ser por pouco tempo, ou por muito tempo (afinal, o tempo, na época da juventude, passa de maneira diferente e potencializa todos os eventos), mas fato é que viver experiências longe dos melhores amigos ou imaginar que eles estão se divertindo sem a gente (ou, pior ainda, imaginar que as coisas podem mudar se nos afastarmos um tempo) pode ser muito doloroso na vida de um jovem, como ocorre com a Mônica e seus amigos. O importante, sempre, é entender que os amigos estarão sempre conosco, mesmo que nem sempre estejam perto de nós.

Bullying

O bullying é um dos temas mais recorrentes no mundo juvenil, pois em menor ou maior escala boa parte da garotada diz já ter sofrido algum tipo de bullying. No filme, isso também acontece com a Mônica (que é acusada por Carmen Fru Fru de violência física), por ela e pelo Cebola (chamados pelos apelidos provocativos de suas infâncias), o que engatilha reações impensadas em ambos.

Medo

O tema está até no título do filme, mas por ser algo complexo, acaba sendo transposto na telona em muitas camadas: o medo do Cascão com relação a um personagem ameaçador de sua infância (cujas histórias foram contadas pelo seu tio) e o medo dele de nunca mais encontrar o tio; o medo de Magali de não ser boa o suficiente para ser aceita na Ordem; o medo de não ser amado pelos próprios pais, como ocorre com Carmen Fru Fru; o medo de Mônica de que a amizade entre eles mude caso eles se afastem; de revelar os sentimentos a quem se ama, como acontece com o Cebola.

Lutar pelo que se acredita

Embora não seja algo diretamente ligado ao universo jovem, a especulação imobiliária presente no filme contribui de maneira clara no desencadeamento dos eventos, uma vez que as dívidas imobiliárias de Licurgo com o prédio do Museu faz com que este seja leiloado privativamente, o que impulsiona o protesto da garotada. Com a luta como causa comum entre todos, os alunos se juntam para lutar pelo bem maior, que é o patrimônio do museu.

Primeiro amor

De duas maneiras diferentes o amor é trabalhado no novo filme. Entre Denise e Jerê, que se encontram escondidos (e o motivo pode ser debatido, afinal, não é evidenciado) e entre Mônica e Cebola (como já mencionado, o medo de revelar sentimentos, o medo de sentir o sentimento, o medo de perder a quem se ama). O primeiro amor é o mais intenso e o mais inesquecível, e também o mais trabalhoso de se entender na cabecinha de um jovem.

Abandono parental

Carmen Fru Fru não é apenas uma patricinha metida. No fundo, parte do seu jeitinho mandão tem a ver com o rancor que sente dos próprios pais, que estão sempre ausentes de sua vida. No fundo, ela só queria ser amada, e essa ausência dos pais está moldando seu caráter de maneira bastante sombria. Assim, o abandono parental também está presente no longa, pois tudo que Carmen queria era voltar a tomar café da manhã com sua própria mãe.

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