quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica 2 | Power Rangers

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Todo fenômeno da cultura pop tem sua geração. Os Power Rangers sem dúvida imprimiram sua marca na história do entretenimento em meados da década de 1990. Este humilde crítico que vos fala, no entanto, vem de uma geração atrás, dos anos 1980, quando a felicidade ficava por conta dos Changeman e Jaspion, seriados de monstros japoneses, exibidos pela extinta rede Manchete. Poderia inclusive me entregar e dizer que ainda lembro das reprises de Spectreman e Ultraman, mas não vou fazê-lo, pois seria revelar demais.

Seja como for, este tipo de programa asiático sempre encontrou lugar no Brasil, servindo de inspiração para muitas crianças ao longo de diferentes gerações abrirem os olhos para uma globalização, antes do mundo globalizado provido pela internet, no que diz respeito ao terreno do entretenimento. Power Rangers, na década de 1990, foi além e capitalizou em cima do potencial. A série foi a primeira a ser produzida também nos EUA – vitrine mundial bem mais ampla.



Como todos devem saber a esta altura, o programa era produzido nos EUA, nas cenas com os atores na escola, mas, uma vez uniformizados, os heróis lutavam em trechos importados do Japão, de um seriado por lá produzido. Esta amálgama formava as primeiras temporadas de Power Rangers. O que explica o curioso fato de que a Ranger amarela era na verdade um homem – fato adereçado na forma de uma piada no novo filme.

Ainda faturando em cima do filão, uma produção cinematográfica foi lançada em 1995 (Power Rangers: O Filme) e outra em 1997 (Turbo – Power Rangers 2), ambos funcionando mais como extensões do seriado, utilizando os mesmos atores do programa televisivo. Mais de duas décadas depois, numa era onde brinquedos como os Transformers rendem bilheterias astronômicas para a Hasbro, dona dos direitos dos personagens, a empresa Saban cria sua própria produtora de cinema para fazer (ou tentar) sua criação gerar igualmente rios de dinheiro.

Assim, temos uma parceria com o estúdio Lionsgate e uma sobrevida para os heróis adolescentes saídos da fictícia cidadezinha de Angel Grove, ou Alameda dos Anjos. Com ideia do casal Kieran e Michele Mulroney (Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras), Burk Sharpless (Deuses do Egito) e Matt Sazama (Drácula: A História Nunca Contada), roteiro de John Gantis (O Voo) e direção de Dean Israelite (Projeto Almanaque), os cinco jovens voltam à cena, remodelados para a nova geração.

Jason (Dacre Montgomery) era o herói da cidade, jogador de futebol americano com um futuro brilhante pela frente, que joga tudo fora devido ao comportamento errático. Kimberly (Naomi Scott) é a menina popular do colégio com uma mancha secreta em seu currículo. Billy (RJ Cyler) é o típico nerd retraído, com problemas de autismo, ele vive na sombra do pai falecido. Zack (Ludi Lin) é o rebelde amalucado que não quer nada com os estudos. E Trini (Becky G.) é a deslocada, vista como patinho feio de sua família – e a tão mencionada personagem gay da turma, fato pincelado sutilmente pelo roteiro.

Desta forma, como em Clube dos Cinco (1985), de John Hughes, temos uma turminha de desajustados sociais se conhecendo na detenção (é sério!), para se estranharem de começo e depois compartilharem histórias e experiências de vida. Estes Rangers são Emilio Estevez, Molly Ringwald, Anthony Michael Hall, Judd Nelson e Ally Sheedy modernos e repaginados para a nova geração. E se você não pegou esta referência, procure.

Os trailers iniciais de Power Rangers não animaram muito, mas para quem estava esperando que o filme fosse a bomba deste começo de 2017 – como este pecador descrente que vos fala – aqui vai uma feliz surpresa: a superprodução é boa e eficiente ao extremo. O longa dos heróis faz tudo o que deveria e mais um pouco, sobressaindo no desenvolvimento de personagens além do que esperaríamos de um filme dos adolescentes fantasiados e coloridos.

A direção de Israelite é segura e cria cenas para lá de interessantes, como um plano-sequência inicial envolvendo a fuga de Jason da polícia, com a perspectiva total de dentro de seu carro. Os atores se saem bem, levando em consideração sua falta de experiência, e quem rouba a cena é a deliciosa vilã Rita Repulsa, personificada por Elizabeth Banks, numa atuação por vezes assustadora, mas em sua maioria saborosamente caricata e exagerada. É uma dessas atuações que “mastigam a tela”.

O público mais enérgico e disperso poderá inclusive se surpreender ao ver que os jovens passam mais tempo se conhecendo e se conectando, do que de fato transformados em seus uniformes de heróis lutando. As cenas de ação ficam em segundo plano, acredite, em detrimento da criação e estabelecimento de personalidades – o que para alguns pode ser uma coisa ótima. Seja como for, a ação quando chega é empolgante e garantida de animar a plateia. Power Rangers é pura adrenalina, bons personagens e conta com uma história de origem extremamente bem trabalhada. Go Go… bem, vocês já sabem.

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Todo fenômeno da cultura pop tem sua geração. Os Power Rangers sem dúvida imprimiram sua marca na história do entretenimento em meados da década de 1990. Este humilde crítico que vos fala, no entanto, vem de uma geração atrás, dos anos 1980, quando a felicidade ficava por conta dos Changeman e Jaspion, seriados de monstros japoneses, exibidos pela extinta rede Manchete. Poderia inclusive me entregar e dizer que ainda lembro das reprises de Spectreman e Ultraman, mas não vou fazê-lo, pois seria revelar demais.

Seja como for, este tipo de programa asiático sempre encontrou lugar no Brasil, servindo de inspiração para muitas crianças ao longo de diferentes gerações abrirem os olhos para uma globalização, antes do mundo globalizado provido pela internet, no que diz respeito ao terreno do entretenimento. Power Rangers, na década de 1990, foi além e capitalizou em cima do potencial. A série foi a primeira a ser produzida também nos EUA – vitrine mundial bem mais ampla.

Como todos devem saber a esta altura, o programa era produzido nos EUA, nas cenas com os atores na escola, mas, uma vez uniformizados, os heróis lutavam em trechos importados do Japão, de um seriado por lá produzido. Esta amálgama formava as primeiras temporadas de Power Rangers. O que explica o curioso fato de que a Ranger amarela era na verdade um homem – fato adereçado na forma de uma piada no novo filme.

Ainda faturando em cima do filão, uma produção cinematográfica foi lançada em 1995 (Power Rangers: O Filme) e outra em 1997 (Turbo – Power Rangers 2), ambos funcionando mais como extensões do seriado, utilizando os mesmos atores do programa televisivo. Mais de duas décadas depois, numa era onde brinquedos como os Transformers rendem bilheterias astronômicas para a Hasbro, dona dos direitos dos personagens, a empresa Saban cria sua própria produtora de cinema para fazer (ou tentar) sua criação gerar igualmente rios de dinheiro.

Assim, temos uma parceria com o estúdio Lionsgate e uma sobrevida para os heróis adolescentes saídos da fictícia cidadezinha de Angel Grove, ou Alameda dos Anjos. Com ideia do casal Kieran e Michele Mulroney (Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras), Burk Sharpless (Deuses do Egito) e Matt Sazama (Drácula: A História Nunca Contada), roteiro de John Gantis (O Voo) e direção de Dean Israelite (Projeto Almanaque), os cinco jovens voltam à cena, remodelados para a nova geração.

Jason (Dacre Montgomery) era o herói da cidade, jogador de futebol americano com um futuro brilhante pela frente, que joga tudo fora devido ao comportamento errático. Kimberly (Naomi Scott) é a menina popular do colégio com uma mancha secreta em seu currículo. Billy (RJ Cyler) é o típico nerd retraído, com problemas de autismo, ele vive na sombra do pai falecido. Zack (Ludi Lin) é o rebelde amalucado que não quer nada com os estudos. E Trini (Becky G.) é a deslocada, vista como patinho feio de sua família – e a tão mencionada personagem gay da turma, fato pincelado sutilmente pelo roteiro.

Desta forma, como em Clube dos Cinco (1985), de John Hughes, temos uma turminha de desajustados sociais se conhecendo na detenção (é sério!), para se estranharem de começo e depois compartilharem histórias e experiências de vida. Estes Rangers são Emilio Estevez, Molly Ringwald, Anthony Michael Hall, Judd Nelson e Ally Sheedy modernos e repaginados para a nova geração. E se você não pegou esta referência, procure.

Os trailers iniciais de Power Rangers não animaram muito, mas para quem estava esperando que o filme fosse a bomba deste começo de 2017 – como este pecador descrente que vos fala – aqui vai uma feliz surpresa: a superprodução é boa e eficiente ao extremo. O longa dos heróis faz tudo o que deveria e mais um pouco, sobressaindo no desenvolvimento de personagens além do que esperaríamos de um filme dos adolescentes fantasiados e coloridos.

A direção de Israelite é segura e cria cenas para lá de interessantes, como um plano-sequência inicial envolvendo a fuga de Jason da polícia, com a perspectiva total de dentro de seu carro. Os atores se saem bem, levando em consideração sua falta de experiência, e quem rouba a cena é a deliciosa vilã Rita Repulsa, personificada por Elizabeth Banks, numa atuação por vezes assustadora, mas em sua maioria saborosamente caricata e exagerada. É uma dessas atuações que “mastigam a tela”.

O público mais enérgico e disperso poderá inclusive se surpreender ao ver que os jovens passam mais tempo se conhecendo e se conectando, do que de fato transformados em seus uniformes de heróis lutando. As cenas de ação ficam em segundo plano, acredite, em detrimento da criação e estabelecimento de personalidades – o que para alguns pode ser uma coisa ótima. Seja como for, a ação quando chega é empolgante e garantida de animar a plateia. Power Rangers é pura adrenalina, bons personagens e conta com uma história de origem extremamente bem trabalhada. Go Go… bem, vocês já sabem.

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