domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | 18 Presentes – Comovente filme da Netflix sobre Relação entre Mãe e Filha

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A Netflix adicionou em seu catálogo o drama ‘18 Presentes’, um filme italiano focado na relação entre mãe e filha e nos desafios que a interação entre duas pessoas de opiniões e gerações diferentes pode trazer. E tudo isso ocorre com uma pitadiiiiinha de ficção científica.

O longa acontece em dois tempos. Em um primeiro momento, conhecemos Elisa (Vittoria Puccini, que recentemente também estrelou na Netflix a série ‘Il Processo’), uma jovem mulher que está grávida de Alessio (Edoardo Leo) e tem planos para o futuro da família, porém, ela descobre que tem um tumor e que não viverá para conhecer sua filha, Anna (Benedetta Porcaroli, que é a cara da Bianca Bin). Numa tentativa de participar da vida da filha, Elisa deixa de presente para Anna dezoito presentes, um para cada ano de seu aniversário, e esses aniversários vão intercalando no tempo do filme de modo que o espectador acompanha o crescimento de Anna.



Há dois pontos interessantes no roteiro de Francesco Amato, Massimo Gaudioso, Davide Lantieri e Alessio Vicenzotto. O primeiro deles é evidenciar, através dos personagens, o quanto nós criamos expectativas com relação ao outro, e, uma vez que nem sempre o outro é como queremos/imaginamos, essa frustração causa sentimentos de repulsa e raiva – que, portanto, não tem a ver com o outro, mas sim com nós mesmos. O outro lance legal é que é baseado numa história real, o que traz certo aconchego ao final das uma hora e cinquenta e quatro minutos de filme.

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Além de colaborar no roteiro, Francesco Amato também dirigiu o longa, e, talvez porque estava muito envolvido com a história, o resultado final de ‘18 Presentes’ é um bom argumento com uma execução esquisita. Sua personagem principal, Anna, é extremamente chata, revoltadinha sem causa, arrogante e insolente – tudo isso sem nenhuma justificativa plausível, ela é assim porque é assim. Uma vez que Anna é quem carrega a história, fica meio difícil para o espectador criar qualquer empatia por uma adolescente que só dá patada a torto e a direito, quando, pelo nosso ponto de vista, nos parece que todos os outros personagens só querem interagir com ela. Como diretor, Francesco Amato deveria ter dosado melhor essa rebeldia juvenil de sua protagonista, além de ter reforçado o caráter dos outros personagens de modo a melhor se posicionarem na história. Comparativamente, Anna lembra a Lica de ‘Malhação: Viva a Diferença’, interpretada por Manoela Aliperti – só que uma Lica beeeem mais chata.

Apesar disso, ‘18 Presentes’ tem um argumento comovente, que usa a metáfora da viagem no tempo para provocar uma reflexão nos personagens e no espectador, e consegue apresentar uma história bonita, com cenários charmosos de uma parte da Itália fora da rota turística. É um filme emocionante, mas é só isso.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | 18 Presentes – Comovente filme da Netflix sobre Relação entre Mãe e Filha

A Netflix adicionou em seu catálogo o drama ‘18 Presentes’, um filme italiano focado na relação entre mãe e filha e nos desafios que a interação entre duas pessoas de opiniões e gerações diferentes pode trazer. E tudo isso ocorre com uma pitadiiiiinha de ficção científica.

O longa acontece em dois tempos. Em um primeiro momento, conhecemos Elisa (Vittoria Puccini, que recentemente também estrelou na Netflix a série ‘Il Processo’), uma jovem mulher que está grávida de Alessio (Edoardo Leo) e tem planos para o futuro da família, porém, ela descobre que tem um tumor e que não viverá para conhecer sua filha, Anna (Benedetta Porcaroli, que é a cara da Bianca Bin). Numa tentativa de participar da vida da filha, Elisa deixa de presente para Anna dezoito presentes, um para cada ano de seu aniversário, e esses aniversários vão intercalando no tempo do filme de modo que o espectador acompanha o crescimento de Anna.

Há dois pontos interessantes no roteiro de Francesco Amato, Massimo Gaudioso, Davide Lantieri e Alessio Vicenzotto. O primeiro deles é evidenciar, através dos personagens, o quanto nós criamos expectativas com relação ao outro, e, uma vez que nem sempre o outro é como queremos/imaginamos, essa frustração causa sentimentos de repulsa e raiva – que, portanto, não tem a ver com o outro, mas sim com nós mesmos. O outro lance legal é que é baseado numa história real, o que traz certo aconchego ao final das uma hora e cinquenta e quatro minutos de filme.

Além de colaborar no roteiro, Francesco Amato também dirigiu o longa, e, talvez porque estava muito envolvido com a história, o resultado final de ‘18 Presentes’ é um bom argumento com uma execução esquisita. Sua personagem principal, Anna, é extremamente chata, revoltadinha sem causa, arrogante e insolente – tudo isso sem nenhuma justificativa plausível, ela é assim porque é assim. Uma vez que Anna é quem carrega a história, fica meio difícil para o espectador criar qualquer empatia por uma adolescente que só dá patada a torto e a direito, quando, pelo nosso ponto de vista, nos parece que todos os outros personagens só querem interagir com ela. Como diretor, Francesco Amato deveria ter dosado melhor essa rebeldia juvenil de sua protagonista, além de ter reforçado o caráter dos outros personagens de modo a melhor se posicionarem na história. Comparativamente, Anna lembra a Lica de ‘Malhação: Viva a Diferença’, interpretada por Manoela Aliperti – só que uma Lica beeeem mais chata.

Apesar disso, ‘18 Presentes’ tem um argumento comovente, que usa a metáfora da viagem no tempo para provocar uma reflexão nos personagens e no espectador, e consegue apresentar uma história bonita, com cenários charmosos de uma parte da Itália fora da rota turística. É um filme emocionante, mas é só isso.

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