quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica 2 | Drácula: A História Nunca Contada

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A Universal segue o caminho da Marvel

Sabe o Drácula, personagem clássico da literatura criado pelo escritor irlandês Bram Stoker em 1897, que teve diversas encarnações no cinema ao longo de mais de um século? Pois bem, talvez você precise esquecer tudo o que sabe sobre ele ao adentrar o novo Drácula: A História Nunca Contada. Uma coisa pode-se afirmar, os realizadores acertaram no título, essa é uma história nunca antes contada. Ao menos não lembro do atormentado príncipe romeno, transformado em conde da Transilvânia, ser um super-herói em qualquer outra versão.

No roteiro, escrito pelos iniciantes Matt Sazama e Burk Sharpless, Vlad Tepes (Luke Evans, de Velozes e Furiosos 6) é o regente da Romênia, marido romântico e pai carinhoso. O homem acolhedor e honesto luta contra as injustiças acometidas pelos turcos em relação ao seu povo. O último decreto previa que todos os jovens romenos fossem levados do reino para tornarem-se soldados turcos. Quando seu próprio filho é ameaçado, a linha na areia é traçada e o “empalador” vai à guerra. Porém, como derrotar um exército muito mais numeroso, apenas como um homem.



CinePop 10

Assim como nas histórias de origem dos principais super-heróis, Vlad decide se tornar mais do que apenas um homem. Para isso, escala as distantes cavernas amaldiçoadas, usando sua enorme capa vermelha (que muito parece com as dos personagens Thor e Superman), para que uma criatura que ali vive (Charles Dance, com uma caracterização que remete a Nosferatu, a contraparte de Drácula) lhe confira grandes poderes, sem grandes responsabilidades.

Uma vez transformado, Drácula (como agora prefere ser chamado – afinal todo super-herói tem sua identidade secreta) é sensível à luz do sol, mas em compensação faz de tudo um pouco. A maior novidade talvez seja assumir a forma de não um, mas dezenas de morcegos de uma só vez. Dom útil para chegar mais rápido aos seus destinos. Se um dos roedores se perder no caminho, ele poderá ficar sem um dedo, quem sabe.

CinePop 11

Esqueça qualquer resquício ou menção de terror, o novo Drácula é um filme de ação, uma obra inflada de US$ 70 milhões, recheada de efeitos visuais. A proposta da Universal é mesmo emplacar uma franquia tendo o protagonista como herói de sua própria série, assim como Homem de Ferro. É o que vende atualmente. O estúdio é dono dos monstros mais legais da sétima arte, pelo menos os mais icônicos, vide O Lobisomem, Frankenstein, Homem Invisível, o Monstro do Lago Negro e outros. Imagine um crossover no melhor estilo Os Vingadores.

Tudo bem que o mesmo já havia sido tentado, pela própria Universal, com Van Helsing (2004), e morrido na praia. Agora uma abordagem menos cartunesca e mais sombria é tentada. Algo como o Batman Begins dos monstros. Os atores são talentosos, mas realmente não são dados muito o que fazer aqui. Além do correto Evans, temos Dominic Cooper (nome igualmente em ascensão) como o vilão turco Mehmed. Um embate entre os dois no desfecho copia Lex Luthor e o Homem de Aço. Mesmo com todos os seus poderes, o kryptoniano tem o seu calcanhar de Aquiles, se tornando extremamente vulnerável.

CinePop 9

Aqui, Cooper se esbalda com uma “chuva de prata” que cai sem parar. A bela Sarah Gadon (atriz recorrente do cultuado David Cronenberg em seus últimos três trabalhos) ganha mais destaque ao viver Mirena, a esposa do herói. Ainda é estranho referir-se ao personagem como herói. Fora isso, o novo Drácula é rotineiro, pouco inspirado e apenas repete a estrutura do mais banal que é produzido no subgênero, sem acrescentar nada em troca.

O clima jovial e descompromissado talvez não tenha atraído seu público alvo, já que o filme estreou em segunda posição no ranking das bilheterias americanas e na segunda semana em cartaz despencou para a sexta posição, acumulando tímidos US$ 40 milhões no país. Com o mercado atual, a produção poderá se pagar e lucrar ao redor do mundo, como Europa, Ásia e América Latina.

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No roteiro, escrito pelos iniciantes Matt Sazama e Burk Sharpless, Vlad Tepes (Luke Evans, de Velozes e Furiosos 6) é o regente da Romênia, marido romântico e pai carinhoso. O homem acolhedor e honesto luta contra as injustiças acometidas pelos turcos em relação ao seu povo. O último decreto previa que todos os jovens romenos fossem levados do reino para tornarem-se soldados turcos. Quando seu próprio filho é ameaçado, a linha na areia é traçada e o “empalador” vai à guerra. Porém, como derrotar um exército muito mais numeroso, apenas como um homem.

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Assim como nas histórias de origem dos principais super-heróis, Vlad decide se tornar mais do que apenas um homem. Para isso, escala as distantes cavernas amaldiçoadas, usando sua enorme capa vermelha (que muito parece com as dos personagens Thor e Superman), para que uma criatura que ali vive (Charles Dance, com uma caracterização que remete a Nosferatu, a contraparte de Drácula) lhe confira grandes poderes, sem grandes responsabilidades.

Uma vez transformado, Drácula (como agora prefere ser chamado – afinal todo super-herói tem sua identidade secreta) é sensível à luz do sol, mas em compensação faz de tudo um pouco. A maior novidade talvez seja assumir a forma de não um, mas dezenas de morcegos de uma só vez. Dom útil para chegar mais rápido aos seus destinos. Se um dos roedores se perder no caminho, ele poderá ficar sem um dedo, quem sabe.

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Esqueça qualquer resquício ou menção de terror, o novo Drácula é um filme de ação, uma obra inflada de US$ 70 milhões, recheada de efeitos visuais. A proposta da Universal é mesmo emplacar uma franquia tendo o protagonista como herói de sua própria série, assim como Homem de Ferro. É o que vende atualmente. O estúdio é dono dos monstros mais legais da sétima arte, pelo menos os mais icônicos, vide O Lobisomem, Frankenstein, Homem Invisível, o Monstro do Lago Negro e outros. Imagine um crossover no melhor estilo Os Vingadores.

Tudo bem que o mesmo já havia sido tentado, pela própria Universal, com Van Helsing (2004), e morrido na praia. Agora uma abordagem menos cartunesca e mais sombria é tentada. Algo como o Batman Begins dos monstros. Os atores são talentosos, mas realmente não são dados muito o que fazer aqui. Além do correto Evans, temos Dominic Cooper (nome igualmente em ascensão) como o vilão turco Mehmed. Um embate entre os dois no desfecho copia Lex Luthor e o Homem de Aço. Mesmo com todos os seus poderes, o kryptoniano tem o seu calcanhar de Aquiles, se tornando extremamente vulnerável.

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Aqui, Cooper se esbalda com uma “chuva de prata” que cai sem parar. A bela Sarah Gadon (atriz recorrente do cultuado David Cronenberg em seus últimos três trabalhos) ganha mais destaque ao viver Mirena, a esposa do herói. Ainda é estranho referir-se ao personagem como herói. Fora isso, o novo Drácula é rotineiro, pouco inspirado e apenas repete a estrutura do mais banal que é produzido no subgênero, sem acrescentar nada em troca.

O clima jovial e descompromissado talvez não tenha atraído seu público alvo, já que o filme estreou em segunda posição no ranking das bilheterias americanas e na segunda semana em cartaz despencou para a sexta posição, acumulando tímidos US$ 40 milhões no país. Com o mercado atual, a produção poderá se pagar e lucrar ao redor do mundo, como Europa, Ásia e América Latina.

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