domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica 2 | Logan

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Hugh Jackman além da Cúpula do Trovão

A fonte mais rentável dentro do cinema de entretenimento / os chamados blockbusters / atualmente são os filmes de super-heróis. No subgênero, três estúdios dominam o mercado: a Disney (dona de quase todos os personagens da Marvel), a Warner (dona de todos os personagens da DC Comics) e a Fox (que tem como carro-chefe os personagens mais populares da Marvel, os X-Men, donos de um universo próprio quase tão amplo quanto o da própria Marvel). Dos três estúdios citados, embora seja o menos lucrativo, a Fox pode ser considerado o estúdio mais influente e revolucionário.

A afirmação se deve por, primeiro, ter dado o pontapé inicial com X-Men (2000), mudando definitivamente a forma como o subgênero era percebido pelo público e crítica, fazendo surgir o que temos hoje em matéria deste tipo de cinema. E segundo, por novamente mudar o jogo, trazendo um formato para tais obras nunca anteriormente tentado. Ano passado, a Fox lançou Deadpool, filme solo de um personagem secundário do universo X, e primeiro filme maninstream do gênero a usar a censura alta, com palavrões, violência e tudo que costuma assustar o órgão que determina a adequação de público nos EUA. Foi uma aposta arriscada, mas que se fez valer, e tornou o filme citado – que ainda possui muito mais méritos próprios – um tremendo sucesso. Vendo o potencial da coisa, a Fox lança agora sua segunda produção sob tais circunstâncias.



Logan é o terceiro filme solo do mutante Wolverine, personificado pela nona vez pelo indicado ao Oscar Hugh Jackman (se tornando o ator que por mais vezes interpretou o mesmo personagem na história do cinema). Anunciado como a última investida de Jackman no personagem (o que tenho lá minhas dúvidas), Logan é novamente dirigido por James Mangold (Wolverine: Imortal) e pode ser considerado o filme mais intenso dentro deste universo, seja no aspecto dramático, na visceralidade ou na forma em que retrata os personagens que viemos a conhecer e nos envolver ao longo desta jornada de 17 anos.

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Na trama, passada no ano de 2029 – que pega emprestada parte da história icônica Old Man Logan – encontramos o protagonista mais velho, mais fraco e debilitado, com seus poderes de cura oscilando, sem uma recuperação instantânea. Nesta realidade, os mutantes já foram quase todos erradicados, e os X-Men são apenas uma lenda, que deram origem a, entre outras coisas, histórias em quadrinhos. Logan ganha a vida como motorista de limusine e cuida da saúde de seu velho amigo e mentor Charles Xavier (Patrick Stewart), agora um idoso débil, aos 90 anos de idade, precisando ser mantido dentro de uma grande estrutura de metal, com a ajuda de medicamentos fortíssimos, para que seus poderes fora de controle não aniquilem a todos dentro de um raio de perímetro.

Desta forma, apenas esperando a morte chegar, Logan e Xavier vivem, com a ajuda do intolerante ao sol Caliban (Stephen Merchant), na sombra do que foram um dia. Seu passado heroico ficou para trás. Mas algo sempre está na espreita e desta vez o protagonista é aproximado pela mexicana Gabriela (Elizabeth Rodriguez) para que proteja sua filha Laura (Dafne Keen) do namorado abusivo. Logo, o mutante de garras afiadas percebe que a história não é bem assim e acaba se vendo no meio de uma disputa pela menina, que ainda envolve uma equipe de militares altamente treinados, conhecidos como Carniceiros, comandados pelo biônico Donald Pierce (Boyd Holbrook).

A menina Dafne Keen é a alma e espinha dorsal de Logan. No roteiro, sua personagem é o motivador que faz a trama girar. Era necessário uma atriz que justificasse a importância da personagem e Keen é essa atriz. A jovem é um verdadeiro achado, seu carisma impressiona, mesclando perfeitamente a selvageria e violência implícitas na personagem conhecida como X-23, com a doçura de uma criança na faixa de seus 10 anos de idade. De veteranos como Jackman e Stewart era esperado bons desempenhos (mesmo que aqui reservem os melhores de suas carreiras nas peles dos respectivos personagens), mas quem rouba os holofotes é Keen, num inspirado debute em forma de tour de force.

Sem alarmismo, Logan é um filme do gênero super-heróis acima da média, cujo encantamento está na liberdade de poder ser o que deve ser sem restrições – como é o caso com a maioria. Sua kriptonita, no entanto, está no tempo de duração excessivamente e despropositadamente longo e no roteiro, de certa forma, simples, escrito a três mãos pelo diretor James Mangold, Scott Frank (Wolverine: Imortal) e Michael Green (Lanterna Verde), elementos que nem de longe prejudicam o resultado final. Logan pode não ser o melhor filme de super-heróis já produzido (vaga ainda ocupada por O Cavaleiro das Trevas), mas chega para mostrar que tais filmes podem e devem ser levados a sério, estabelecendo uma nova tendência no mercado, aonde a Fox se torna novamente a pioneira, quebrando paradigmas.

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A afirmação se deve por, primeiro, ter dado o pontapé inicial com X-Men (2000), mudando definitivamente a forma como o subgênero era percebido pelo público e crítica, fazendo surgir o que temos hoje em matéria deste tipo de cinema. E segundo, por novamente mudar o jogo, trazendo um formato para tais obras nunca anteriormente tentado. Ano passado, a Fox lançou Deadpool, filme solo de um personagem secundário do universo X, e primeiro filme maninstream do gênero a usar a censura alta, com palavrões, violência e tudo que costuma assustar o órgão que determina a adequação de público nos EUA. Foi uma aposta arriscada, mas que se fez valer, e tornou o filme citado – que ainda possui muito mais méritos próprios – um tremendo sucesso. Vendo o potencial da coisa, a Fox lança agora sua segunda produção sob tais circunstâncias.

Logan é o terceiro filme solo do mutante Wolverine, personificado pela nona vez pelo indicado ao Oscar Hugh Jackman (se tornando o ator que por mais vezes interpretou o mesmo personagem na história do cinema). Anunciado como a última investida de Jackman no personagem (o que tenho lá minhas dúvidas), Logan é novamente dirigido por James Mangold (Wolverine: Imortal) e pode ser considerado o filme mais intenso dentro deste universo, seja no aspecto dramático, na visceralidade ou na forma em que retrata os personagens que viemos a conhecer e nos envolver ao longo desta jornada de 17 anos.

Na trama, passada no ano de 2029 – que pega emprestada parte da história icônica Old Man Logan – encontramos o protagonista mais velho, mais fraco e debilitado, com seus poderes de cura oscilando, sem uma recuperação instantânea. Nesta realidade, os mutantes já foram quase todos erradicados, e os X-Men são apenas uma lenda, que deram origem a, entre outras coisas, histórias em quadrinhos. Logan ganha a vida como motorista de limusine e cuida da saúde de seu velho amigo e mentor Charles Xavier (Patrick Stewart), agora um idoso débil, aos 90 anos de idade, precisando ser mantido dentro de uma grande estrutura de metal, com a ajuda de medicamentos fortíssimos, para que seus poderes fora de controle não aniquilem a todos dentro de um raio de perímetro.

Desta forma, apenas esperando a morte chegar, Logan e Xavier vivem, com a ajuda do intolerante ao sol Caliban (Stephen Merchant), na sombra do que foram um dia. Seu passado heroico ficou para trás. Mas algo sempre está na espreita e desta vez o protagonista é aproximado pela mexicana Gabriela (Elizabeth Rodriguez) para que proteja sua filha Laura (Dafne Keen) do namorado abusivo. Logo, o mutante de garras afiadas percebe que a história não é bem assim e acaba se vendo no meio de uma disputa pela menina, que ainda envolve uma equipe de militares altamente treinados, conhecidos como Carniceiros, comandados pelo biônico Donald Pierce (Boyd Holbrook).

A menina Dafne Keen é a alma e espinha dorsal de Logan. No roteiro, sua personagem é o motivador que faz a trama girar. Era necessário uma atriz que justificasse a importância da personagem e Keen é essa atriz. A jovem é um verdadeiro achado, seu carisma impressiona, mesclando perfeitamente a selvageria e violência implícitas na personagem conhecida como X-23, com a doçura de uma criança na faixa de seus 10 anos de idade. De veteranos como Jackman e Stewart era esperado bons desempenhos (mesmo que aqui reservem os melhores de suas carreiras nas peles dos respectivos personagens), mas quem rouba os holofotes é Keen, num inspirado debute em forma de tour de force.

Sem alarmismo, Logan é um filme do gênero super-heróis acima da média, cujo encantamento está na liberdade de poder ser o que deve ser sem restrições – como é o caso com a maioria. Sua kriptonita, no entanto, está no tempo de duração excessivamente e despropositadamente longo e no roteiro, de certa forma, simples, escrito a três mãos pelo diretor James Mangold, Scott Frank (Wolverine: Imortal) e Michael Green (Lanterna Verde), elementos que nem de longe prejudicam o resultado final. Logan pode não ser o melhor filme de super-heróis já produzido (vaga ainda ocupada por O Cavaleiro das Trevas), mas chega para mostrar que tais filmes podem e devem ser levados a sério, estabelecendo uma nova tendência no mercado, aonde a Fox se torna novamente a pioneira, quebrando paradigmas.

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