sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica 2 | Nosso Lar 2: Os Mensageiros – Adaptação de Best-Seller de Chico Xavier Traz Mensagem de Aprendizado e PERDÃO

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Chico Xavier é sem dúvidas um dos maiores nomes no espiritismo mundial. Filantropo e médium, foi responsável pela redação de cerca de 450 obras, intermediando as vozes de espíritos no outro plano através da psicografia de seus relatos, e, juntos, seus livros já venderam mais de 50 milhões de cópias. Tais histórias – cada uma inspiradora a seu modo – nos últimos anos começaram a chegar às telonas, adaptadas em formatos cinematográfico. Hoje, quatorze anos após a estreia de ‘Nosso Lar’, em 2010, e em memória aos vinte anos do falecimento do médium (atrasado em dois anos ainda por conta da pandemia), chega aos cinemas brasileiros a aguardada continuação ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’.



Após ter compreendido sua missão e sua própria história, o médico André Luiz (Renato Prieto) se junta a um grupo de mensageiros espirituais (seres cujas missões são orientar os espíritos para que sigam no caminho da luz e não se percam em sentimentos conflitantes que os levem a ir e permanecer no Umbral, local onde estão os espíritos perdidos). Esses Mensageiros, especificamente, estão com uma missão muito importante: observar e orientar os humanos Otávio (Felipe de Carolis), Isidoro (Mouhamed Harfouch) e Fernando (Rafael Sieg), cujas escolhas de vida estão prestes a determiná-los para sempre no Umbral. Assim, Aniceto (Edson Celulari) e o grupo de espíritos mensageiros (que inclui também o ator Fábio Lago) buscarão, com todas as forças, orientar esses projetos de vida antes que eles fracassem por completo e estabelecer um intercâmbio espiritual.

Com quase duas horas de duração, tal qual no primeiro filme o que inicialmente chama a atenção é a grandiosidade dos efeitos visuais para compor os ambientes do plano espiritual; em especial o plano principal onde vibra as energias dos Mensageiros, que ganha aspectos futuristas-tecnológicos em mistura com texturas mais naturais. O emprenho (de talento e financeiro mesmo) para construir esses ambientes não param de surpreender nos filmes espíritas.

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Dirigido e roteirizado por Wagner de Assis (que também comandou a adaptação ‘Ninguém é de Ninguém’, da escritora médium Zíbia Gasparetto), ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’ é de fato um complemento ao seu antecessor. Se no primeiro longa acompanhamos André Luiz em sua jornada pessoal no seu despertar (e, por ser centrado em um único protagonista, o espectador se conectava imediatamente com ele), na sequência ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’ a história vira o eixo e se volta para aqueles que precisam de ajuda. Assim, o protagonismo é compartilhado entre três personagens, cada um dos quais com sua própria história, e com o acompanhamento dos Mensageiros, o que no final acaba dispendendo tempo reduzido no desenvolvimento dessas tramas e pode deixar um gostinho, no espectador, de que cada um dos projetos de vida da história ganhasse sua própria história, de modo a criar maior conexão com o espectador.

Importante ter em mente que o enredo se passa num tempo anterior ao contemporâneo, o que influencia diretamente, por exemplo, no comportamento dos personagens, no pensamento, na vestimenta, etc. A adaptação, tal como todas as outras adaptações do universo espírita aqui no Brasil, imprime leveza ao enredo – as falas são macias, os movimentos são fluidos, mesmo os momentos de maior explosão nas interpretações são amansadas pelos personagens ao redor, com ares teatral para que o espectador consiga acompanhar cada uma das escolhas dos personagens.

Mais que o anterior, ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’ é um filme totalmente voltado para aqueles que entendem e seguem o espiritismo. Mas, mesmo o espectador que não acompanha essa religião pode se inspirar pela história de amor, perdão e recomeço oferecida por personagens cujas funções últimas na trama é guiar o próprio espectador em sua reflexão individual. Em tempos de tantas guerras começando ao redor do mundo, este um filme que escolhe o caminho do amor e da cura.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Chico Xavier é sem dúvidas um dos maiores nomes no espiritismo mundial. Filantropo e médium, foi responsável pela redação de cerca de 450 obras, intermediando as vozes de espíritos no outro plano através da psicografia de seus relatos, e, juntos, seus livros já venderam mais de 50 milhões de cópias. Tais histórias – cada uma inspiradora a seu modo – nos últimos anos começaram a chegar às telonas, adaptadas em formatos cinematográfico. Hoje, quatorze anos após a estreia de ‘Nosso Lar’, em 2010, e em memória aos vinte anos do falecimento do médium (atrasado em dois anos ainda por conta da pandemia), chega aos cinemas brasileiros a aguardada continuação ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’.

Após ter compreendido sua missão e sua própria história, o médico André Luiz (Renato Prieto) se junta a um grupo de mensageiros espirituais (seres cujas missões são orientar os espíritos para que sigam no caminho da luz e não se percam em sentimentos conflitantes que os levem a ir e permanecer no Umbral, local onde estão os espíritos perdidos). Esses Mensageiros, especificamente, estão com uma missão muito importante: observar e orientar os humanos Otávio (Felipe de Carolis), Isidoro (Mouhamed Harfouch) e Fernando (Rafael Sieg), cujas escolhas de vida estão prestes a determiná-los para sempre no Umbral. Assim, Aniceto (Edson Celulari) e o grupo de espíritos mensageiros (que inclui também o ator Fábio Lago) buscarão, com todas as forças, orientar esses projetos de vida antes que eles fracassem por completo e estabelecer um intercâmbio espiritual.

Com quase duas horas de duração, tal qual no primeiro filme o que inicialmente chama a atenção é a grandiosidade dos efeitos visuais para compor os ambientes do plano espiritual; em especial o plano principal onde vibra as energias dos Mensageiros, que ganha aspectos futuristas-tecnológicos em mistura com texturas mais naturais. O emprenho (de talento e financeiro mesmo) para construir esses ambientes não param de surpreender nos filmes espíritas.

Dirigido e roteirizado por Wagner de Assis (que também comandou a adaptação ‘Ninguém é de Ninguém’, da escritora médium Zíbia Gasparetto), ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’ é de fato um complemento ao seu antecessor. Se no primeiro longa acompanhamos André Luiz em sua jornada pessoal no seu despertar (e, por ser centrado em um único protagonista, o espectador se conectava imediatamente com ele), na sequência ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’ a história vira o eixo e se volta para aqueles que precisam de ajuda. Assim, o protagonismo é compartilhado entre três personagens, cada um dos quais com sua própria história, e com o acompanhamento dos Mensageiros, o que no final acaba dispendendo tempo reduzido no desenvolvimento dessas tramas e pode deixar um gostinho, no espectador, de que cada um dos projetos de vida da história ganhasse sua própria história, de modo a criar maior conexão com o espectador.

Importante ter em mente que o enredo se passa num tempo anterior ao contemporâneo, o que influencia diretamente, por exemplo, no comportamento dos personagens, no pensamento, na vestimenta, etc. A adaptação, tal como todas as outras adaptações do universo espírita aqui no Brasil, imprime leveza ao enredo – as falas são macias, os movimentos são fluidos, mesmo os momentos de maior explosão nas interpretações são amansadas pelos personagens ao redor, com ares teatral para que o espectador consiga acompanhar cada uma das escolhas dos personagens.

Mais que o anterior, ‘Nosso Lar 2: Os Mensageiros’ é um filme totalmente voltado para aqueles que entendem e seguem o espiritismo. Mas, mesmo o espectador que não acompanha essa religião pode se inspirar pela história de amor, perdão e recomeço oferecida por personagens cujas funções últimas na trama é guiar o próprio espectador em sua reflexão individual. Em tempos de tantas guerras começando ao redor do mundo, este um filme que escolhe o caminho do amor e da cura.

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