quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica 2 | WiFi Ralph: Quebrando a Internet é a PIOR animação da Disney em anos…

Com mais de um mês de atraso (44 dias da estreia norte-americana para ser mais exato), WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks the Internet), o mais novo longa-metragem de animação da Disney Animation Studios é a segunda animação lançada pelo estúdio e chega aos cinemas brasileiros com tudo para decepcionar os fãs.

Sim, infelizmente você leu certo. Depois de 6 anos aguardando a sequência, Ralph e seus amigos voltam as telonas com uma animação de encher os olhos (tecnicamente), mas com uma história que parecia interessante, mas que se perde durante o desenrolar do animado e cai nos clichês previsíveis.

Confesso que criei muita expectativa para o novo filme durante o ano passado. Primeiro por ser a segunda sequência criada em anos pela Disney Animation Studios (o principal estúdio de animação de Walt), lembrando que a primeira foi Bernardo e Bianca na Terra dos Cangurus (The Rescuers Down Under), vigésimo-nono filme de animação do estúdio lançado originalmente em 1990, que traz uma nova aventura dos ratinhos.

Quando o estúdio anunciou que faria uma sequência de Ralph para os cinemas, eu por gostar muito do original fiquei animado, mas temeroso, pois o filme se passaria agora na internet e poderia trazer uma trama sem uma boa história, mas recheada de piadinhas e easter eggs do universo Disney, já que os personagens iriam para o site Oh My Disney, que infelizmente, nem tem uma versão no Brasil.

 

Para quem não sabe ainda a história, desta vez, Ralph, o vilão dos videogames e sua melhor amiga, a destemida corredora Vanellope von Schweetz, deixam o fliperama Litwak e partem numa aventura na internet em busca de uma peça sobressalente para salvar o videogame de Vanellope, Corrida Doce, que corre o risco de ser desligado para sempre. Juntos, eles terão que se aventurar nesse desconhecido mundo para comprar a peça e voltarem para o fliperama em segurança.

Os cineastas Rich Moore e Phil Johnston, que trabalharam juntos no longa-metragem original, Detona Ralph, e também dirigiram juntos a incrível animação Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (um dos melhores animados da Disney dos últimos anos) assumem a direção novamente da sequência, que fica parecendo que não foi criada por eles, já que acabam esquecendo praticamente TODAS as principais regras impostas no filme original.

Como assim? Se você assistiu ao primeiro filme, você lembra que uma das principais regras era que os personagens não poderiam abandonar seus jogos enquanto o fliperama estava aberto, caso contrário, seu jogo poderia ser considerado quebrado e todos perderiam sua função já que ele seria desligado. Na sequência, Ralph e Vanellope ficam praticamente dias na internet e nada acontece no fliperama.

Não deixe de assistir:

Outro problema são os carismáticos personagens do primeiro filme que são praticamente esquecidos durante toda a história. Até mesmo personagens importantes do original, como Felix Jr e a Sargento Calhoun, acabam tendo participações vazias e sem importância alguma no novo filme, dando espaço para os novos personagens, a maioria deles chatos e sem carisma algum, como a empresária chamada Yesss, que facilmente será esquecida.

Num geral, para mim, o grande problema do filme acontece do meio para o final, para ser mais preciso, quando chega ao fim a tão esperada cena onde Venellope entra no Oh My Disney e encontra vários personagens do estúdio, inclusive as princesas Disney. Ela canta uma música chata composta pelo grande Alan Menken (de trilhas de sucessos Disney como A Pequena Sereia, Aladdin, entre outras) e a trama muda completamente de direção. Encontrar a peça para o videogame passa a não ser mais importante e uma nova trama é criada e começa a ser desenvolvida.

Para mim, o mais triste foi ver os diretores/roteiristas alterando completamente a personalidade do protagonista nesse terceiro ato do filme, simplesmente para que a nova trama tenha um desfecho bobo (não vou comentar para não dar spoilers) e sem nenhuma criatividade, simplesmente para dar uma liçãozinha de moral, estilo as animações do canal Disney Junior, para falar sobre amizades tóxicas, um tema importante não trabalhado ainda em animações, mas que foi mal apresentado no filme.

Num geral, o melhor de WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks the Internet) é sem duvida a tão comentada cena onde podemos ver todas as princesas Disney juntas, que é leve, divertida e repleta de referências que vão agradar em cheio aos fãs do estúdio do Mickey. Fica aqui meus parabéns para a Disney dos EUA e principalmente para o Brasil, que apresentou a maioria das princesas com suas vozes originais dos filmes. E falando em dublagem, a versão nacional está muito boa mais uma vez e vale ser conferida, um destaque para os excelentes Tiago Abravanel, Marimoon e Rafael Cortez, que voltam a dar vozes aos seus personagens, provando que foram excelentes escolhas em 2012.

Mesmo com uma animação tecnicamente impecável, padrão Disney visto em outros filmes recentes como Moana e Zootopia, a nova aventura de Ralph agradará apenas as crianças pequenas pelo seu colorido, pois o animado com seu roteiro arrastado e cheio de clichês (sim, a internet mundial na visão do filme só tem gatinhos fofos, que nossos parentes mandam) acaba sendo cansativo e tornando o filme um dos mais fracos dessa década do estúdio, que nos apresentou os excelentes Frozen: Uma Aventura Congelante (2013), Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (2016), Moana: Um Mar de Aventuras (2016), os divertidos e emocionantes Detona Ralph (2012) e Operação Big Hero (2014) e os clássicos e encantadores Enrolados (2010) e Winnie the Pooh (2011).

Uma grande pena, pois queria muito ter gostado de WiFi Ralph: Quebrando a Internet (Ralph Breaks the Internet), que poderia ter sido um excelente curta ou especial de TV, pois o animado original traz ótimos personagens e merecia uma sequência com uma trama mais bem produzida. Fica nossa torcida que Frozen 2, que estreia no final deste ano, chegue com um bom roteiro, já que a Disney e até mesmo a Pixar, anda bem escassas de boas ideias para produzir animações com tramas originais e tem apostado apenas em sequências repetitivas e que brilham apenas pelo seu valor nostálgico de trazer personagens queridos pelo público novamente aos holofotes.

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