sexta-feira , 21 fevereiro , 2025

Crítica | 2ª temporada de ‘Good Omens’ é ainda mais ÁCIDA e divertida que a primeira


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Contrariando as nossas expectativas, o Prime Video anunciou a 2ª temporada de Good Omens, baseado no romance ‘Belas Maldições’, de Neil Gaiman e Terry Pratchett, no ano passado – algo que veio com grande surpresa para o público. Afinal, o projeto havia sido confirmado como uma minissérie; entretanto, o sucesso entre os fãs foi tamanho que Gaiman não teve outra opção a não ser dar continuidade a esse universo fantástico e extremamente ácido. Quatro anos depois do ciclo de estreia, Gaiman e John Finnemore uniram forças para explorar ainda mais esse cosmos quase impecável e entregaram episódios que superam a primeira iteração em quase todos os quesitos.

Os capítulos inéditos seguem os passos dos anteriores, mas funcionam como uma história independente que dá continuidade à vivida pelos protagonistas e coadjuvantes. De novo, somos entregues a uma amálgama de temáticas religiosas que, de modo bem-humorado e sarcástico na medida certa, são recriadas a fim de nos levar a refletir sobre dogmas que regem nossa sociedade desde sempre. No centro dos holofotes, temos o demônio Crowley (David Tennant) e o anjo Aziraphale (Michael Sheen), ambos taxados como traidores e destituídos de seus cargos no Inferno e no Paraíso, respectivamente: mesmo mantendo seus incríveis poderes, eles agora vivem entre os humanos e formam laços de amizade improváveis que os unem em uma missão em comum – garantir que o equilíbrio e a paz continuem.



good omens 1

Todavia, as coisas viram de cabeça para baixo quando os protagonistas recebem a visita inusitada do Arcanjo Gabriel (Jon Hamm), que, por um triz, não os destruiu nos eventos da temporada predecessora. Mas agora Gabriel não sabe quem é e não tem ideia do que foi fazer ao visitá-los – ora, ele nem ao menos os conhece. E, contrariando o que sua intuição lhe diz, Aziraphale resolve ajudá-lo (e não comentar com os dirigentes do Inferno ou do Céu que o encontrou), ainda mais por ele prenunciar um acontecimento terrível que não é nos revelado em momento algum e aumenta o enervante suspense arquitetado pelo roteiro. A narrativa mergulha de cabeça em um mistério cômico que traz ares de recentes títulos como ‘Entre Facas e Segredos’ e ‘Poker Face’, prezando pela irreverência e garantindo que os espectadores se interessem pelo que está sendo dito.

Tennant e Sheen fazem um trabalho espetacular que amplia o relacionamento complicado entre Crowley e Aziraphale: os atores nutrem de uma química invejável, irradiando uma delineação apaixonante e apaixonada que nos leva a torcer para que o que quer que esteja acontecendo entre eles dê certo. Aziraphale posa com uma presença imponente e leve ao mesmo tempo, tentando fazer com que a bondade prevaleça e tentando arrancar um pouco de luz de Crowley; o demônio, por sua vez, é mais explosivo e deixa suas emoções falarem mais alto do que deveriam – sobretudo quando se trata do anjo.


good omens 2

Hamm também entrega uma performance memorável como Gabriel, aproveitando um timing cômico digno de outras atuações que já entregou no passado, como em ‘Mad Men’, mas é Miranda Richardson que comanda cada sequência em que aparece. A icônica atriz havia aparecido como Madame Tracy na temporada de estreia apenas para consagrar o papel do demônio Shax – mostrando-se estar do lado de Crowley quando, na verdade, apenas conspirava para atacá-lo por esconder Gabriel e cooperar com um anjo. Richardson demonstra uma afinidade gigantesca com seus colegas de cena, garantindo que sua presença seja notada e que perpasse tanto momentos de quebra de expectativa quanto impulsos de terror e raiva que nos fazem relembrar de sua condição como serva do submundo.

A estética do segundo ciclo se vale de espectros teatrais e de uma fantasia nostálgica, propositalmente marcada pelo exagero e pelo contraste entre os efeitos visuais e os cenários construídos em estúdio – denotando uma linha de continuidade com a temporada anterior. Tanto a cronologia presente quanto os constantes flashbacks são movidos por uma afeição pelo expressionismo, incluindo os estranhos ângulos de enquadramento, o uso intenso de cores e até mesmo a construção de arquétipos de personagens (a luta do bem contra o mal). Todos os elementos se aglutinam em uma explosão inescapável e incansável de eventos que nos impedem de desviar os olhos das telinhas – mesmo com pontuais deslizes de ritmo acontecendo aqui e ali.

Assista também: 
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good omens 3

Good Omens retorna com uma segunda temporada que beira a impecabilidade, garantindo que as polêmicas que certos conservadores destacaram ganhem mais visibilidade e continuem a se provar como parte intrínseca da história. As linhas entre o bem e o mal, creditadas como bem definidas entre si, fundem em uma renegação ao maniqueísmo e reiteram uma discussão importância sobre como as coisas não são “preto-e-branco” como muitos aparentam acreditar.

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good omens poster


IMPERDÍVEL! Você vai VICIAR nessa história de Vingança à moda antiga....

Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Os capítulos inéditos seguem os passos dos anteriores, mas funcionam como uma história independente que dá continuidade à vivida pelos protagonistas e coadjuvantes. De novo, somos entregues a uma amálgama de temáticas religiosas que, de modo bem-humorado e sarcástico na medida certa, são recriadas a fim de nos levar a refletir sobre dogmas que regem nossa sociedade desde sempre. No centro dos holofotes, temos o demônio Crowley (David Tennant) e o anjo Aziraphale (Michael Sheen), ambos taxados como traidores e destituídos de seus cargos no Inferno e no Paraíso, respectivamente: mesmo mantendo seus incríveis poderes, eles agora vivem entre os humanos e formam laços de amizade improváveis que os unem em uma missão em comum – garantir que o equilíbrio e a paz continuem.

good omens 1

Todavia, as coisas viram de cabeça para baixo quando os protagonistas recebem a visita inusitada do Arcanjo Gabriel (Jon Hamm), que, por um triz, não os destruiu nos eventos da temporada predecessora. Mas agora Gabriel não sabe quem é e não tem ideia do que foi fazer ao visitá-los – ora, ele nem ao menos os conhece. E, contrariando o que sua intuição lhe diz, Aziraphale resolve ajudá-lo (e não comentar com os dirigentes do Inferno ou do Céu que o encontrou), ainda mais por ele prenunciar um acontecimento terrível que não é nos revelado em momento algum e aumenta o enervante suspense arquitetado pelo roteiro. A narrativa mergulha de cabeça em um mistério cômico que traz ares de recentes títulos como ‘Entre Facas e Segredos’ e ‘Poker Face’, prezando pela irreverência e garantindo que os espectadores se interessem pelo que está sendo dito.

Tennant e Sheen fazem um trabalho espetacular que amplia o relacionamento complicado entre Crowley e Aziraphale: os atores nutrem de uma química invejável, irradiando uma delineação apaixonante e apaixonada que nos leva a torcer para que o que quer que esteja acontecendo entre eles dê certo. Aziraphale posa com uma presença imponente e leve ao mesmo tempo, tentando fazer com que a bondade prevaleça e tentando arrancar um pouco de luz de Crowley; o demônio, por sua vez, é mais explosivo e deixa suas emoções falarem mais alto do que deveriam – sobretudo quando se trata do anjo.

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Hamm também entrega uma performance memorável como Gabriel, aproveitando um timing cômico digno de outras atuações que já entregou no passado, como em ‘Mad Men’, mas é Miranda Richardson que comanda cada sequência em que aparece. A icônica atriz havia aparecido como Madame Tracy na temporada de estreia apenas para consagrar o papel do demônio Shax – mostrando-se estar do lado de Crowley quando, na verdade, apenas conspirava para atacá-lo por esconder Gabriel e cooperar com um anjo. Richardson demonstra uma afinidade gigantesca com seus colegas de cena, garantindo que sua presença seja notada e que perpasse tanto momentos de quebra de expectativa quanto impulsos de terror e raiva que nos fazem relembrar de sua condição como serva do submundo.

A estética do segundo ciclo se vale de espectros teatrais e de uma fantasia nostálgica, propositalmente marcada pelo exagero e pelo contraste entre os efeitos visuais e os cenários construídos em estúdio – denotando uma linha de continuidade com a temporada anterior. Tanto a cronologia presente quanto os constantes flashbacks são movidos por uma afeição pelo expressionismo, incluindo os estranhos ângulos de enquadramento, o uso intenso de cores e até mesmo a construção de arquétipos de personagens (a luta do bem contra o mal). Todos os elementos se aglutinam em uma explosão inescapável e incansável de eventos que nos impedem de desviar os olhos das telinhas – mesmo com pontuais deslizes de ritmo acontecendo aqui e ali.

good omens 3

Good Omens retorna com uma segunda temporada que beira a impecabilidade, garantindo que as polêmicas que certos conservadores destacaram ganhem mais visibilidade e continuem a se provar como parte intrínseca da história. As linhas entre o bem e o mal, creditadas como bem definidas entre si, fundem em uma renegação ao maniqueísmo e reiteram uma discussão importância sobre como as coisas não são “preto-e-branco” como muitos aparentam acreditar.

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