quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Crítica 3 | A Forma da Água – O amor entre os diferentes

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Um romance que evoca A Bela e a Fera no contexto de filmes de ficção/terror/filme de monstro como “O Monstro do Lago Negro”. Ou, como definiu minha esposa, “um filme cuti-cuti”. Ou, mais um conto de fadas para adultos de Guilhermo Del Toro.

Del Toro é dono de uma estética de apelo popular, o que lhe permite manter sua integridade estética com filmes que alcançam o grande público. Mas, é quando ele decide contar suas fábulas que ele consegue demonstrar toda a sua grandeza. Em A Forma da Água (The Shape os Water), mesmo não sendo seu maior trabalho – a despeito das muitas indicações – Del Toro irá nos narrar mais um desses seus contos.



Desta vez, Del Toro utiliza seu estilo para nos contar uma história de amor entre dois excluídos, em meio o clima seiscentista da guerra fria. Elisa Esposito (Sally Hawkins) é uma faxineira de uma instalação militar que abriga um monstro marinho (Doug Jones) capturado nos rios da Amazônia. A composição da narração e com as cenas que abrem o filme já deixa claro que o monstro será o sádico Richard Strickland (Michael Shannon). Será ele o principal antagonista do envolvimento amoroso de Elisa e a criatura aquática.

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Sim, já vimos esse filme antes. O monstro que no fundo tem bom coração só não é um clichê absoluto porque a ideia do monstro como vilão é um clichê maior. Del Toro repisa o dilema da Bela e a Fera, uni novamente realidade e fantasia e consegue entregar um filme agradável e envolvente. Aqui a mistura de fantasia e realidade é o espaço para Del Toro (também roteirista) expor temas como discriminação, violência, condição da mulher, política e, entre tantos outros, principalmente o amor.

O diretor não alcança aqui a mesma profundidade temática obtida no soberbo O Labirinto do Fauno. A Forma da Água, em sua trama central, chega a ser simplório, o que pode justificar para alguns a acusação de ser um filme bobo disfarçado com adereços exageradamente cults. Embora eu consiga compreender esta acusação, o prazer que a narrativa deu para este crítico foi tão grande que o máximo de depreciativo que posso falar sobre a trama central é que ela é realmente simples – o que não é ruim, afinal, a grande arte não vive só de grandes plots. E nada é mais saboroso do que uma clássica história de amor bem contada.

E é isso que Del Toro faz. Ele envolve uma história clássica com elementos audiovisuais dos mais sofisticados. Com isso, ele consegue dar ao público uma experiência diferença em torno de uma história que já conhecemos. A música de Alexandre Desplat consegue produzir estranheza ao mesmo tempo que envolve o público. A cenografia mais do que fiel ao período histórico é fiel com a imagem que o cinema criou sobre os laboratórios secretos.

A fotografia de Dan Laustsen é um ponto alto do filme: a luminosidade entre o verde e o azul passa uma faz com que a protagonista esteja constantemente envolvida por um certa umidade. Laustsen também certa quando, ao focar na família de Richard Strickland trocar a fotografia para corres mais secas, que remetem à areia de praia. Há um momento especialmente interessante, quando Strickland está em casa, sentado no sofá. Da cintura para baixo, a luz é esse “amarelo areia”; da cintura para cima, a sombra que o certa tem tons azulados, expondo que o personagem tem apenas o mostro marinho dominando seus pensamentos.

Mesmo que tecnicamente beire a perfeição (por isso forte candidato a levar muitos prêmios nesta noite), A forma da Água tem defeitos que realmente tirar sua força. Ao costurar vários temas, a narrativa acaba sendo superficial na abordagem de muitos deles. Tanto que seria mais correto eu falar que o filme toca ao invés de aborda certos temas. O melhor exemplo é os problemas envolvendo os desenhos de Giles (Richard Jenkins) – algo totalmente desarticulado com o resto da trama. E, por mais que Del Toro envolva seu trabalho com tais elementos diferentes, o andamento da história é bastante previsível – o público não se surpreende com o desenrolar dos fatos, nós sabemos exatamente o que esperar do filme.

A forma da Água é um filme envolvente com uma história de amor capaz de aquecer os corações. Tem um espero plástico impressionante e ótimas atuações, sendo a atuação de Sally Hawkins aquela que realmente irá marcar o público – ela matou a pau a missão de interpretar uma muda. Mesmo assim, o filme não é tão grandioso quanto os eu número de indicações ao Oscar pode dar a entender.

E aí, o que achou de A forma da Água? Também achou a atuação de Sally Hawkins excelente? Achou o filme parecido com Splash – Uma Sereia Em Minha Vida? Vamos, comente, compartilhe e não deixe de curtir nossas redes sociais:

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Crítica 3 | A Forma da Água – O amor entre os diferentes

Um romance que evoca A Bela e a Fera no contexto de filmes de ficção/terror/filme de monstro como “O Monstro do Lago Negro”. Ou, como definiu minha esposa, “um filme cuti-cuti”. Ou, mais um conto de fadas para adultos de Guilhermo Del Toro.

Del Toro é dono de uma estética de apelo popular, o que lhe permite manter sua integridade estética com filmes que alcançam o grande público. Mas, é quando ele decide contar suas fábulas que ele consegue demonstrar toda a sua grandeza. Em A Forma da Água (The Shape os Water), mesmo não sendo seu maior trabalho – a despeito das muitas indicações – Del Toro irá nos narrar mais um desses seus contos.

Desta vez, Del Toro utiliza seu estilo para nos contar uma história de amor entre dois excluídos, em meio o clima seiscentista da guerra fria. Elisa Esposito (Sally Hawkins) é uma faxineira de uma instalação militar que abriga um monstro marinho (Doug Jones) capturado nos rios da Amazônia. A composição da narração e com as cenas que abrem o filme já deixa claro que o monstro será o sádico Richard Strickland (Michael Shannon). Será ele o principal antagonista do envolvimento amoroso de Elisa e a criatura aquática.

Sim, já vimos esse filme antes. O monstro que no fundo tem bom coração só não é um clichê absoluto porque a ideia do monstro como vilão é um clichê maior. Del Toro repisa o dilema da Bela e a Fera, uni novamente realidade e fantasia e consegue entregar um filme agradável e envolvente. Aqui a mistura de fantasia e realidade é o espaço para Del Toro (também roteirista) expor temas como discriminação, violência, condição da mulher, política e, entre tantos outros, principalmente o amor.

O diretor não alcança aqui a mesma profundidade temática obtida no soberbo O Labirinto do Fauno. A Forma da Água, em sua trama central, chega a ser simplório, o que pode justificar para alguns a acusação de ser um filme bobo disfarçado com adereços exageradamente cults. Embora eu consiga compreender esta acusação, o prazer que a narrativa deu para este crítico foi tão grande que o máximo de depreciativo que posso falar sobre a trama central é que ela é realmente simples – o que não é ruim, afinal, a grande arte não vive só de grandes plots. E nada é mais saboroso do que uma clássica história de amor bem contada.

E é isso que Del Toro faz. Ele envolve uma história clássica com elementos audiovisuais dos mais sofisticados. Com isso, ele consegue dar ao público uma experiência diferença em torno de uma história que já conhecemos. A música de Alexandre Desplat consegue produzir estranheza ao mesmo tempo que envolve o público. A cenografia mais do que fiel ao período histórico é fiel com a imagem que o cinema criou sobre os laboratórios secretos.

A fotografia de Dan Laustsen é um ponto alto do filme: a luminosidade entre o verde e o azul passa uma faz com que a protagonista esteja constantemente envolvida por um certa umidade. Laustsen também certa quando, ao focar na família de Richard Strickland trocar a fotografia para corres mais secas, que remetem à areia de praia. Há um momento especialmente interessante, quando Strickland está em casa, sentado no sofá. Da cintura para baixo, a luz é esse “amarelo areia”; da cintura para cima, a sombra que o certa tem tons azulados, expondo que o personagem tem apenas o mostro marinho dominando seus pensamentos.

Mesmo que tecnicamente beire a perfeição (por isso forte candidato a levar muitos prêmios nesta noite), A forma da Água tem defeitos que realmente tirar sua força. Ao costurar vários temas, a narrativa acaba sendo superficial na abordagem de muitos deles. Tanto que seria mais correto eu falar que o filme toca ao invés de aborda certos temas. O melhor exemplo é os problemas envolvendo os desenhos de Giles (Richard Jenkins) – algo totalmente desarticulado com o resto da trama. E, por mais que Del Toro envolva seu trabalho com tais elementos diferentes, o andamento da história é bastante previsível – o público não se surpreende com o desenrolar dos fatos, nós sabemos exatamente o que esperar do filme.

A forma da Água é um filme envolvente com uma história de amor capaz de aquecer os corações. Tem um espero plástico impressionante e ótimas atuações, sendo a atuação de Sally Hawkins aquela que realmente irá marcar o público – ela matou a pau a missão de interpretar uma muda. Mesmo assim, o filme não é tão grandioso quanto os eu número de indicações ao Oscar pode dar a entender.

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