domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica 3 | Logan

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Difícil não falar do último e derradeiro filme de Wolverine, sem que a emoção e o sentimento de nostalgia, não estejam falando alto. Afinal, o personagem nunca foi trocado de intérprete, como já aconteceu com outros super-heróis famosos. E há mais de uma década, foi representado e alçado à fama por um até então desconhecido Hugh Jackman, que agora o interpreta da forma mais visceral, e ao mesmo tempo, humana já feita!

O filme não se prende a nenhuma convenção já solidada no gênero. É, oficialmente, o filme de “super-herói” menos super-herói possível. Não existe a intenção de agradar ao famoso PG-13 pra angariar mais audiência. Dito isso, James Mangold ficou livre para realizar uma obra corajosa e audaciosa, uma vez que cenas brutais de violência estão expostas desde o primeiro minuto do filme. E se a Fox e a Marvel concordaram nessa quebra de fórmula, a ousadia em se tornar o produto infanto-juvenil mais violento do famoso universo heroico, teve aqui, o seu maior êxito.



Cabe lembrar que ‘O Cavaleiro das Trevas‘, de Christopher Nolan, era sério e adulto, mas ainda evitava qualquer tipo de sangue. Em ‘Logan‘, não só vemos a sangria espirrar na tela, como decapitações e desmembramentos para assustar qualquer pai e mãe desavisados que estejam levando seus rebentos para a sala de cinema. Aliás, nunca as garras de Wolverine, foram tão mortais! E isso, é puro mérito.

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Confesso fã de Western, James Mangold (que já havia dirigido o anterior e irregular ‘Wolverine: Imortal‘) mostra que sem qualquer interferência de produtores ou estúdio, é capaz de gerar uma verdadeira preciosidade: a trama escrita por ele, se passa num futuro próximo, onde os mutantes estão sendo reduzidos e onde, inclusive, os últimos X-Men já foram exterminados.

Ver o Professor Xavier ainda mais solitário e se comportando como um velho senil, deve ser tão melancólico quanto perceber que Logan ainda o trata como um pai, o levando para cama e o dando remédios para controlar seu poderoso poder psíquico. Aliás, é tocante vermos que esses tão icônicos heróis dos primeiros filmes dos mutantes, estão relegados à sarjeta, vivendo como quase indigentes num fim de mundo onde apenas os párias estariam. E falar isso, de ninguém menos que Charles Xavier e Wolverine, é doer um pouco a alma. Com a presença do curioso Caliban, os três formam o que sobrou de uma destroçada família. Até que a pequena X-23 surge.

Falar da silenciosa e mortal Laura é mencionar toda a agressividade e ternura que o filme poderia apresentar. A menina (interpretada pela surpreendente atriz-mirim Dafne Keen), é animalesca e carente, e é tudo aquilo que Logan e Xavier conheceram durante todas as suas jornadas: é uma mutante perseguida e cruelmente confrontada por uma equipe de mercenários a serviço de um enigmático Laboratório Científico. Enquanto precisa sobreviver, a menina só conta com a proteção de Xavier, que acredita que ela possa aprender a ser uma pessoa de bem e controlar suas habilidades – a explicação natural para as “garras inferiores” são um dos pequenos atributos que o velho Professor X ainda é capaz de nos dar. E é claro, enquanto Logan, é a representação máxima de um pai que a garotinha nunca teve.

O filme é galgado no drama. Equivocado será o espectador que for ver ‘Logan‘ esperando assistir apenas sangue e explosão. Ainda que tenhamos sequências perfeitas de ação (como a fuga do deserto, a paralisação mental de Xavier num Hotel e, principalmente, a luta final), a obra de James Mangold se caracteriza como um adeus aos heroísmos da Era de Ouro, uma lembrança saudosa às grandes aventuras apoteóticas e daqueles heróis de colantes; o filme é de fato, uma despedida de uma Era onde ser um Super-Herói, era ser um tipo idolatrado. Hoje, eles são esquecidos. E se não são maltratados, estão quase perto de serem marginalizados. É como imaginarmos ‘Os Imperdoáveis‘, de Clint Eastwood, com uma narrativa de HQ… ainda que William Munny, o protagonista do filme de Eastwood, seja quase um Logan do Western.

E se o artifício de um “Bad Wolverine” possa causar certa estranheza no segundo para o terceiro ato (particularmente, eu acreditava em algum outro recurso menos batido), a condução de Mangold, tanto na narrativa quanto principalmente, na direção, fornecem ao espectador e fã do personagem, tudo aquilo que sempre desejou ver do eterno carcaju… violência, crueza, amargura, solidão e uma dramaticidade feroz como nas melhores histórias do mutante. E com direito a grito e pulo com garras!

Logan‘ triunfa com toda a declaração de amor de um diretor para esses fãs – dos quadrinhos e dos filmes – de Wolverine, e se consagra sendo o ponto final não só de um personagem iconicamente imortal, mas de um ator que emprestou carinho e devoção ao primeiro papel que ganhou no cinema. E ainda que lágrimas possam vir pelo querido Xavier, é o choro por Logan que ficará para sempre em nossos corações.

Crítica 2 | Logan

COM SPOILERS

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SEM SPOILERS

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Crítica 3 | Logan

Difícil não falar do último e derradeiro filme de Wolverine, sem que a emoção e o sentimento de nostalgia, não estejam falando alto. Afinal, o personagem nunca foi trocado de intérprete, como já aconteceu com outros super-heróis famosos. E há mais de uma década, foi representado e alçado à fama por um até então desconhecido Hugh Jackman, que agora o interpreta da forma mais visceral, e ao mesmo tempo, humana já feita!

O filme não se prende a nenhuma convenção já solidada no gênero. É, oficialmente, o filme de “super-herói” menos super-herói possível. Não existe a intenção de agradar ao famoso PG-13 pra angariar mais audiência. Dito isso, James Mangold ficou livre para realizar uma obra corajosa e audaciosa, uma vez que cenas brutais de violência estão expostas desde o primeiro minuto do filme. E se a Fox e a Marvel concordaram nessa quebra de fórmula, a ousadia em se tornar o produto infanto-juvenil mais violento do famoso universo heroico, teve aqui, o seu maior êxito.

Cabe lembrar que ‘O Cavaleiro das Trevas‘, de Christopher Nolan, era sério e adulto, mas ainda evitava qualquer tipo de sangue. Em ‘Logan‘, não só vemos a sangria espirrar na tela, como decapitações e desmembramentos para assustar qualquer pai e mãe desavisados que estejam levando seus rebentos para a sala de cinema. Aliás, nunca as garras de Wolverine, foram tão mortais! E isso, é puro mérito.

Confesso fã de Western, James Mangold (que já havia dirigido o anterior e irregular ‘Wolverine: Imortal‘) mostra que sem qualquer interferência de produtores ou estúdio, é capaz de gerar uma verdadeira preciosidade: a trama escrita por ele, se passa num futuro próximo, onde os mutantes estão sendo reduzidos e onde, inclusive, os últimos X-Men já foram exterminados.

Ver o Professor Xavier ainda mais solitário e se comportando como um velho senil, deve ser tão melancólico quanto perceber que Logan ainda o trata como um pai, o levando para cama e o dando remédios para controlar seu poderoso poder psíquico. Aliás, é tocante vermos que esses tão icônicos heróis dos primeiros filmes dos mutantes, estão relegados à sarjeta, vivendo como quase indigentes num fim de mundo onde apenas os párias estariam. E falar isso, de ninguém menos que Charles Xavier e Wolverine, é doer um pouco a alma. Com a presença do curioso Caliban, os três formam o que sobrou de uma destroçada família. Até que a pequena X-23 surge.

Falar da silenciosa e mortal Laura é mencionar toda a agressividade e ternura que o filme poderia apresentar. A menina (interpretada pela surpreendente atriz-mirim Dafne Keen), é animalesca e carente, e é tudo aquilo que Logan e Xavier conheceram durante todas as suas jornadas: é uma mutante perseguida e cruelmente confrontada por uma equipe de mercenários a serviço de um enigmático Laboratório Científico. Enquanto precisa sobreviver, a menina só conta com a proteção de Xavier, que acredita que ela possa aprender a ser uma pessoa de bem e controlar suas habilidades – a explicação natural para as “garras inferiores” são um dos pequenos atributos que o velho Professor X ainda é capaz de nos dar. E é claro, enquanto Logan, é a representação máxima de um pai que a garotinha nunca teve.

O filme é galgado no drama. Equivocado será o espectador que for ver ‘Logan‘ esperando assistir apenas sangue e explosão. Ainda que tenhamos sequências perfeitas de ação (como a fuga do deserto, a paralisação mental de Xavier num Hotel e, principalmente, a luta final), a obra de James Mangold se caracteriza como um adeus aos heroísmos da Era de Ouro, uma lembrança saudosa às grandes aventuras apoteóticas e daqueles heróis de colantes; o filme é de fato, uma despedida de uma Era onde ser um Super-Herói, era ser um tipo idolatrado. Hoje, eles são esquecidos. E se não são maltratados, estão quase perto de serem marginalizados. É como imaginarmos ‘Os Imperdoáveis‘, de Clint Eastwood, com uma narrativa de HQ… ainda que William Munny, o protagonista do filme de Eastwood, seja quase um Logan do Western.

E se o artifício de um “Bad Wolverine” possa causar certa estranheza no segundo para o terceiro ato (particularmente, eu acreditava em algum outro recurso menos batido), a condução de Mangold, tanto na narrativa quanto principalmente, na direção, fornecem ao espectador e fã do personagem, tudo aquilo que sempre desejou ver do eterno carcaju… violência, crueza, amargura, solidão e uma dramaticidade feroz como nas melhores histórias do mutante. E com direito a grito e pulo com garras!

Logan‘ triunfa com toda a declaração de amor de um diretor para esses fãs – dos quadrinhos e dos filmes – de Wolverine, e se consagra sendo o ponto final não só de um personagem iconicamente imortal, mas de um ator que emprestou carinho e devoção ao primeiro papel que ganhou no cinema. E ainda que lágrimas possam vir pelo querido Xavier, é o choro por Logan que ficará para sempre em nossos corações.

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