terça-feira , 5 novembro , 2024

Crítica | 6º episódio de ‘Percy Jackson e os Olimpianos’ é apressado em demasia, mas tem bons momentos

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Percy Jackson e os Olimpianos’ teve um começo bastante sólido ao mostrar aos fãs da saga literária, assinada por Rick Riordan, que a série estava comprometida a fazer uma boa adaptação dos escritos e ignorar os inúmeros equívocos da releitura cinematográfica. Desde então, é notável como, semana a semana, a produção do Disney+ passa por altos e baixos – entregando episódios ótimos, como o focado em Medusa, e escorregando em clichês cansativos, como visto no capítulo que apresenta Equidna, a Mãe dos Monstros da mitologia grega. E, depois de uma ótima narrativa envolvendo Ares e Hefesto, o show volta a ter os mesmos problemas ao desperdiçar um potencial incrível com “A Ida de uma Zebra a Las Vegas”, ainda que tenha momentos bons.

Nessa mais nova iteração, Percy (Walker Scobell), Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri) estão em viagem a Las Vegas para encontrar Hermes (Lin-Manuel Miranda), o Mensageiro dos Deuses – o único que pode ajudá-los a encontrar uma passagem segura ao submundo para que os heróis, por fim, consigam enfrentar o temível Hades e recuperar o raio-mestre de Zeus. Entretanto, ao chegarem lá, eles se deparam com mais um problema: Hermes está hospedado no Hotel e Cassino Lótus, lar dos comedores das flores de lótus (cujas propriedades místicas fazem as pessoas esquecerem o que estão fazendo ou até mesmo quem são para mantê-las presas em um cárcere luxuoso e recheado de “amenidades”).

Para aqueles que não se recordam, a cena se tornou uma das mais famosas dentro do panteão literário e até mesmo no filme lançado em 2010 – consagrando-se como uma das sequências mais bem pensadas de uma produção falha. Aqui, lidamos com o exato oposto: por mais que o elenco faça um ótimo trabalho, mantendo-se fiel à essência dos personagens à medida que investe em camadas mais profundas e que denotam um amadurecimento compulsório, o resultado é aquém do esperado, acompanhado de um ritmo descompensado e resoluções muito rápidas que não dão aos espectadores a chance de aproveitar o que, de fato, está acontecendo no Hotel.

Volto a mencionar que um dos problemas mais nítidos enfrentados pela temporada é a curta duração dos episódios – e o fato de que os trinta e seis minutos do novo episódio é reduzido quando tiramos os créditos de encerramento e o breve resumo. Logo, era natural que os roteiristas Jonathan E. Steinberg e Joe Tracz tivessem dificuldades em condensar os principais acontecimentos em um curto período, lançando-se a diálogos frenéticos para concluir mais uma etapa da jornada enfrentada por Percy e seus amigos. De fato, há momentos em que somos engolfados por um crescente suspense, como quando Percy e Annabeth tentam convencer Hermes a ajudá-los; em contrapartida, a reviravolta envolvendo as flores de lótus é fraca demais para ser levada a sério e nos deixa com um gosto agridoce de frustração e decepção.

Um dos aspectos que nos chama a atenção é a presença de Miranda como Hermes – que já havia dado as caras no terceiro capítulo. Dando-lhe mais destaque e explorando o conturbado relacionamento entre o deus grego e seu filho semideus, Luke Castellan (Charlie Bushnell), o enredo nos prepara para um season finale que irá unir todos as pontas soltas e fornecer explicações aos fãs (talvez com exceção daqueles que tenham lido os livros, sabendo o que as duas próximas semanas guardam). Além disso, Jeffries rouba os holofotes com uma atuação impecável, fugindo de um possível exagero e focando em um sutil foreshadowing que envolve os mesmos personagens.

Porém, como mencionado nos parágrafos acima, é impossível desassociar a avidez com que os eventos se desenrolam do pouco tempo de tela destinado aos capítulos – e sei que posso estar me repetindo desde as primeiras críticas da temporada, mas, caso a plataforma de streaming tivesse escolhido a estrutura do drama televisivo para compor as iterações, teríamos tempo o suficiente para nos envolver por completo em cada trama e subtrama apresentada. Tudo bem, lidamos com o classicismo atemporal da jornada do herói, em que cada episódio é uma espécie de “antologia contínua” que caminha a um determinado ponto – mas é perceptível que algo está faltando (e que, em duas semanas, a primeira temporada chegará ao fim e não sabemos o que, de fato, esperar).

Percy Jackson e os Olimpianos’ volta a escorregar com seu sexto episódio, por mais que traga alguns momentos bons destinados essencialmente à estética visual e às performances. Não obstante os momentâneos brilhos que predispostos, terminamos a iteração com sentimento de incompletude e que nos faz rememorar da ótima cena do longa-metragem.

Lembrando que o próximo episódio será exibido em 23 de janeiro.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Nessa mais nova iteração, Percy (Walker Scobell), Annabeth (Leah Sava Jeffries) e Grover (Aryan Simhadri) estão em viagem a Las Vegas para encontrar Hermes (Lin-Manuel Miranda), o Mensageiro dos Deuses – o único que pode ajudá-los a encontrar uma passagem segura ao submundo para que os heróis, por fim, consigam enfrentar o temível Hades e recuperar o raio-mestre de Zeus. Entretanto, ao chegarem lá, eles se deparam com mais um problema: Hermes está hospedado no Hotel e Cassino Lótus, lar dos comedores das flores de lótus (cujas propriedades místicas fazem as pessoas esquecerem o que estão fazendo ou até mesmo quem são para mantê-las presas em um cárcere luxuoso e recheado de “amenidades”).

Para aqueles que não se recordam, a cena se tornou uma das mais famosas dentro do panteão literário e até mesmo no filme lançado em 2010 – consagrando-se como uma das sequências mais bem pensadas de uma produção falha. Aqui, lidamos com o exato oposto: por mais que o elenco faça um ótimo trabalho, mantendo-se fiel à essência dos personagens à medida que investe em camadas mais profundas e que denotam um amadurecimento compulsório, o resultado é aquém do esperado, acompanhado de um ritmo descompensado e resoluções muito rápidas que não dão aos espectadores a chance de aproveitar o que, de fato, está acontecendo no Hotel.

Volto a mencionar que um dos problemas mais nítidos enfrentados pela temporada é a curta duração dos episódios – e o fato de que os trinta e seis minutos do novo episódio é reduzido quando tiramos os créditos de encerramento e o breve resumo. Logo, era natural que os roteiristas Jonathan E. Steinberg e Joe Tracz tivessem dificuldades em condensar os principais acontecimentos em um curto período, lançando-se a diálogos frenéticos para concluir mais uma etapa da jornada enfrentada por Percy e seus amigos. De fato, há momentos em que somos engolfados por um crescente suspense, como quando Percy e Annabeth tentam convencer Hermes a ajudá-los; em contrapartida, a reviravolta envolvendo as flores de lótus é fraca demais para ser levada a sério e nos deixa com um gosto agridoce de frustração e decepção.

Um dos aspectos que nos chama a atenção é a presença de Miranda como Hermes – que já havia dado as caras no terceiro capítulo. Dando-lhe mais destaque e explorando o conturbado relacionamento entre o deus grego e seu filho semideus, Luke Castellan (Charlie Bushnell), o enredo nos prepara para um season finale que irá unir todos as pontas soltas e fornecer explicações aos fãs (talvez com exceção daqueles que tenham lido os livros, sabendo o que as duas próximas semanas guardam). Além disso, Jeffries rouba os holofotes com uma atuação impecável, fugindo de um possível exagero e focando em um sutil foreshadowing que envolve os mesmos personagens.

Porém, como mencionado nos parágrafos acima, é impossível desassociar a avidez com que os eventos se desenrolam do pouco tempo de tela destinado aos capítulos – e sei que posso estar me repetindo desde as primeiras críticas da temporada, mas, caso a plataforma de streaming tivesse escolhido a estrutura do drama televisivo para compor as iterações, teríamos tempo o suficiente para nos envolver por completo em cada trama e subtrama apresentada. Tudo bem, lidamos com o classicismo atemporal da jornada do herói, em que cada episódio é uma espécie de “antologia contínua” que caminha a um determinado ponto – mas é perceptível que algo está faltando (e que, em duas semanas, a primeira temporada chegará ao fim e não sabemos o que, de fato, esperar).

Percy Jackson e os Olimpianos’ volta a escorregar com seu sexto episódio, por mais que traga alguns momentos bons destinados essencialmente à estética visual e às performances. Não obstante os momentâneos brilhos que predispostos, terminamos a iteração com sentimento de incompletude e que nos faz rememorar da ótima cena do longa-metragem.

Lembrando que o próximo episódio será exibido em 23 de janeiro.

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