domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | A Caverna – Pretensioso, Sci-Fi da Netflix Faz Sucesso entre Fãs de ‘Dark’

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Lançado recentemente na Netflix, o longa ‘A Caverna’ tem ganhado grande apelo dentre os fãs de ‘Dark’, órfãos após o fim da série. E dá para entender o motivo: misturando ficção-científica protagonizada por um público jovem, ‘A Caverna’ tem a pretensiosa proposta de bugar o cérebro do espectador, mas tudo que consegue fazer é arrancar-nos uma careta de desconfiança.

Hopper (Andrew Wilson) é um professor de arqueologia que está em busca de vestígios de um grupo de hippies desaparecido nos anos 1970, e, de repente, encontra uma caverna misteriosa no meio de um deserto nos Estados Unidos. Dias depois, Taylor (Reiley McClendon) e Jackie (Brianne Howey), alunos de Hopper, decidem ir atrás do professor, e chamam Cara (Cassidy Gifford) para ajudá-los, que, por sua vez, chama a irmã Veeves (Olivia Draguicevich), que chama o amigo Furby (Max Wright). Formado o improvável grupo de jovens e crianças, os cinco encontram a tal caverna misteriosa, e, dentro dela, enigmas os quais não conseguem desvendar.



Escrito e dirigido por Mark Dennis (com a colaboração na direção de Ben Foster), ‘A Caverna’ é um filme ganancioso, que busca contar uma história abusando no uso das alegorias, tentando dizer sem dizer, e, no final das contas, fica sem dizer nada. O roteiro inicia a história diversas vezes, tentando conferir ao longa ares de sublimação, perpassando gêneros como o terror, a ficção-científica, o suspense e o drama. E, como é possível perceber pela breve sinopse sem spoilers, o enredo engloba ao menos três núcleos de personagens, que vão se entrelaçando de maneira bem forçada um ao outro, numa tentativa de justificar a ambição de ‘A Caverna’, revelado na última cena do filme.

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A trama de ‘A Caverna’ mistura elementos complexos como o conceito da caverna de Platão, a evolução das espécies, a evolução do ser humano, viagem no tempo, apocalipse, o projeto da Arca (que existe de verdade), a busca pela fonte da juventude, a colonização europeia nas Américas, a onda hippie e sua transcendência espiritual, mitologia indígena, arqueologia… É tanta coisa que a ‘A Caverna’ faz uso, que o filme vira uma salada diet com molho de maionese.

Não bastasse tudo isso o filme ainda tem um daqueles finais que deixam em aberto uma promessa de continuação, então, não se surpreenda se em breve virmos um ‘A Caverna 2’ por aí. Porque a ideia original do filme não é nem ruim, e as atuações estão até ok. O problema principal do projeto é ter querido ser tudo, distraindo o espectador para todos os lados, sem se definir.

A Caverna’ certamente está atraindo os fãs das séries de sucesso da Netflix. Para quem gosta de filmes para pensar (mas sem muita lógica), pode ser uma boa opção, mas coloque suas expectativas lá embaixo, pois é desses filmes cujas explicações não são satisfatórias.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Lançado recentemente na Netflix, o longa ‘A Caverna’ tem ganhado grande apelo dentre os fãs de ‘Dark’, órfãos após o fim da série. E dá para entender o motivo: misturando ficção-científica protagonizada por um público jovem, ‘A Caverna’ tem a pretensiosa proposta de bugar o cérebro do espectador, mas tudo que consegue fazer é arrancar-nos uma careta de desconfiança.

Hopper (Andrew Wilson) é um professor de arqueologia que está em busca de vestígios de um grupo de hippies desaparecido nos anos 1970, e, de repente, encontra uma caverna misteriosa no meio de um deserto nos Estados Unidos. Dias depois, Taylor (Reiley McClendon) e Jackie (Brianne Howey), alunos de Hopper, decidem ir atrás do professor, e chamam Cara (Cassidy Gifford) para ajudá-los, que, por sua vez, chama a irmã Veeves (Olivia Draguicevich), que chama o amigo Furby (Max Wright). Formado o improvável grupo de jovens e crianças, os cinco encontram a tal caverna misteriosa, e, dentro dela, enigmas os quais não conseguem desvendar.

Escrito e dirigido por Mark Dennis (com a colaboração na direção de Ben Foster), ‘A Caverna’ é um filme ganancioso, que busca contar uma história abusando no uso das alegorias, tentando dizer sem dizer, e, no final das contas, fica sem dizer nada. O roteiro inicia a história diversas vezes, tentando conferir ao longa ares de sublimação, perpassando gêneros como o terror, a ficção-científica, o suspense e o drama. E, como é possível perceber pela breve sinopse sem spoilers, o enredo engloba ao menos três núcleos de personagens, que vão se entrelaçando de maneira bem forçada um ao outro, numa tentativa de justificar a ambição de ‘A Caverna’, revelado na última cena do filme.

A trama de ‘A Caverna’ mistura elementos complexos como o conceito da caverna de Platão, a evolução das espécies, a evolução do ser humano, viagem no tempo, apocalipse, o projeto da Arca (que existe de verdade), a busca pela fonte da juventude, a colonização europeia nas Américas, a onda hippie e sua transcendência espiritual, mitologia indígena, arqueologia… É tanta coisa que a ‘A Caverna’ faz uso, que o filme vira uma salada diet com molho de maionese.

Não bastasse tudo isso o filme ainda tem um daqueles finais que deixam em aberto uma promessa de continuação, então, não se surpreenda se em breve virmos um ‘A Caverna 2’ por aí. Porque a ideia original do filme não é nem ruim, e as atuações estão até ok. O problema principal do projeto é ter querido ser tudo, distraindo o espectador para todos os lados, sem se definir.

A Caverna’ certamente está atraindo os fãs das séries de sucesso da Netflix. Para quem gosta de filmes para pensar (mas sem muita lógica), pode ser uma boa opção, mas coloque suas expectativas lá embaixo, pois é desses filmes cujas explicações não são satisfatórias.

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