quarta-feira , 18 dezembro , 2024

Crítica | À Espreita do Mal – Suspense na Netflix com Helen Hunt tem final surpreendente

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Sabe aquela máxima “de boas ideias, o inferno está cheio?” Pois bem, isso também vale para a indústria cinematográfica. Não adianta em nada o roteirista ter uma boa ideia, elaborar um argumento instigante, se na hora da execução o diretor e/ou o elenco não der conta de fazer um bom trabalho. É o que acontece em ‘À Espreita do Mal’, thriller lançamento da semana original Netflix.

a espreita do mal 2



Connor (Judah Lewis) é um adolescente cheio de raiva da mãe, Jackie (Helen Hunt), pois recentemente ela traiu o marido, Greg (Jon Tenney), e, sob seu ponto de vista, ela destruiu a família. Mas esse não é o único problema da família, pois Greg, que é investigador policial, é chamado para desvendar o misterioso caso do desaparecimento de dois garotos de dez anos na cidade. Enquanto disso, Jackie tenta fazer com que seu amante, Todd (Sam Trammell), entenda que não há mais nada entre eles, porém, uma certa presença na casa que faz com que Jackie desconfie que há algo de errado no lugar onde mora.

Como dá pra observar por essa sinopse, o filme de Adam Randall parece querer abraçar o mundo, com tantas subtramas que caminham para todas as direções. E esse é o problema principal de ‘À Espreita do Mal’, pois, ao ser ambicioso demais, o longa acaba inviabilizando aquilo que tinha de melhor, que é o seu plot twist. A bem da verdade, até a construção desse plot twist é problemática, pois gera uma ruptura na essência da produção que a gente até leva um susto, achando que sem querer esbarrou no controle remoto e saiu do filme que estávamos vendo, posto que estamos em casa.

a espreita do mal

A título de sugestão, se o roteiro de Devon Graye substituísse todo o drama do tal amante por, por exemplo, um entregador que estivesse deixando uma encomenda, ainda assim a trama andaria e o enredo não seria prejudicado, de modo que os minutos preciosos que o filme gasta em nos distrair pra esse lado poderiam ter sido melhor empregados em dar mais robustez ao desenvolvimento do grande diferencial que traz para o filme.

A maior parte do elenco está bem nesta produção, com destaque para Helen Hunt, que há tempos não estrelava um protagonismo, e Owen Teague, sempre muito bem desde que surgiu ao grande público na minissérie ‘The Stand’. Por outro lado, a confusa produção parece querer forçar uma barra para que o espectador seja distraído a todo custo, seja com um excesso de tomadas aéreas via drone (vide a cena de abertura do menino de bicicleta), como se fosse para justificar o orçamento; seja com uma insistente ambientação sonora que carrega a mão para se parecer com ‘Invocação do Mal’, mesmo em cenas de transição, nas quais não precisaria de clima de tensão.

À Espreita do Mal’ é um thriller ambicioso, que tinha potencial para ser bem maneiro, mas pecou pelo excesso de vontade. Entretém e confunde, de modo que provavelmente irá dividir a opinião dos espectadores, até mesmo pelo seu final surpreendente. Ao menos traz algo diferente ao gênero, o que é sempre uma vantagem.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Sabe aquela máxima “de boas ideias, o inferno está cheio?” Pois bem, isso também vale para a indústria cinematográfica. Não adianta em nada o roteirista ter uma boa ideia, elaborar um argumento instigante, se na hora da execução o diretor e/ou o elenco não der conta de fazer um bom trabalho. É o que acontece em ‘À Espreita do Mal’, thriller lançamento da semana original Netflix.

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Connor (Judah Lewis) é um adolescente cheio de raiva da mãe, Jackie (Helen Hunt), pois recentemente ela traiu o marido, Greg (Jon Tenney), e, sob seu ponto de vista, ela destruiu a família. Mas esse não é o único problema da família, pois Greg, que é investigador policial, é chamado para desvendar o misterioso caso do desaparecimento de dois garotos de dez anos na cidade. Enquanto disso, Jackie tenta fazer com que seu amante, Todd (Sam Trammell), entenda que não há mais nada entre eles, porém, uma certa presença na casa que faz com que Jackie desconfie que há algo de errado no lugar onde mora.

Como dá pra observar por essa sinopse, o filme de Adam Randall parece querer abraçar o mundo, com tantas subtramas que caminham para todas as direções. E esse é o problema principal de ‘À Espreita do Mal’, pois, ao ser ambicioso demais, o longa acaba inviabilizando aquilo que tinha de melhor, que é o seu plot twist. A bem da verdade, até a construção desse plot twist é problemática, pois gera uma ruptura na essência da produção que a gente até leva um susto, achando que sem querer esbarrou no controle remoto e saiu do filme que estávamos vendo, posto que estamos em casa.

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A título de sugestão, se o roteiro de Devon Graye substituísse todo o drama do tal amante por, por exemplo, um entregador que estivesse deixando uma encomenda, ainda assim a trama andaria e o enredo não seria prejudicado, de modo que os minutos preciosos que o filme gasta em nos distrair pra esse lado poderiam ter sido melhor empregados em dar mais robustez ao desenvolvimento do grande diferencial que traz para o filme.

A maior parte do elenco está bem nesta produção, com destaque para Helen Hunt, que há tempos não estrelava um protagonismo, e Owen Teague, sempre muito bem desde que surgiu ao grande público na minissérie ‘The Stand’. Por outro lado, a confusa produção parece querer forçar uma barra para que o espectador seja distraído a todo custo, seja com um excesso de tomadas aéreas via drone (vide a cena de abertura do menino de bicicleta), como se fosse para justificar o orçamento; seja com uma insistente ambientação sonora que carrega a mão para se parecer com ‘Invocação do Mal’, mesmo em cenas de transição, nas quais não precisaria de clima de tensão.

À Espreita do Mal’ é um thriller ambicioso, que tinha potencial para ser bem maneiro, mas pecou pelo excesso de vontade. Entretém e confunde, de modo que provavelmente irá dividir a opinião dos espectadores, até mesmo pelo seu final surpreendente. Ao menos traz algo diferente ao gênero, o que é sempre uma vantagem.

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