segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica | A Família Addams 2: Pé na Estrada – É até divertido, mas não tem o brilho do anterior

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Depois que a animação Hotel Transilvânia fez um enorme sucesso, gerando diversas continuações e até uma série na Netflix, parecia claro que A Família Addams ganharia também uma nova adaptação feita aos moldes 3D. Sim, o clássico criado por Charles Addams já ganhou diversas interpretações, até releituras mais infantis, como a série animada que passou aqui no Brasil pelo SBT, além dos filmes live actions ou do programa de tv dos anos de 1960. Faltava então essa nova roupagem moderna, e que aconteceu primeiro lá em 2019, com o homônimo A Família Adamas. Animação que faturou bem e deu margem para uma sequência, A Família Addams 2: Pé na Estrada. O primeiro filme foi realmente legal e tinha um bom ritmo, ainda que faltasse a mesma energia do próprio Hotel Transilvânia, mas os personagens eram tão interessantes quanto os de Genndy Tartakovsky. Já essa segunda aventura, de certo modo, deixa a desejar nesses aspectos.



Teremos em breve a quarta parte de Hotel Transilvânia, que dessa vez não contará com Tartakovsky em seu line up, o que deve também dar um novo rumo ao estilo da série, bem como aconteceu a Família Addams. Mesmo sendo uma obra originalmente antiga, já tivemos momentos incríveis como aquele da sensacional Christina Ricci, como a Wandinha Addams, que no dia de Ação de Graças liderou uma rebelião contra aquelas pessoas que eram consideradas hipócritas ou normais demais pra eles; ou mesmo pelo fato dessa gente nunca compartilhar nada com pessoas menos favorecidas e que pensam diferente. E o conceito mais legal da Família Addams é justamente a ideia de como uma família tão estranha e “aterrorizante” possui entre si tanto amor e respeito, a sua maneira. O contrário de interpretações mais recentes e simplórias, que faz o oposto e tenta se encaixar no meio normativo, o que torna a obra genérica de maneira geral.

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Mas, sim, pelo menos a estrutura deste Pé na Estrada segue a mesma ideia e possui grande respeito pelos contos originais da Família Addams, tal qual suas maiores influências dentro e fora do terror. Dessa vez temos uma espécie de road movie, pois a trama gira em torno de uma viagem de carro muito parecida com a animação produzida pela Hanna-Barbera em 1973. O humor da Família Addams sempre brincou com o contraste e a relação dos modos de vida. Onde de um lado vemos a tradicional família norte-americana tentando se conectar com todo anarquismo e terror abundante no grupo de protagonistas. Uma pena que não aproveitem bem essa ideia para ligar com o mote da trama, pois o fato de os Addams saírem da sua mansão para visitar os lugares mais conhecidos dos Estados Unidos, infelizmente, não garante piadas que apostam nesse confronto social, isso porque o roteiro é mais interessado em fazer tiradas cômicas bobinhas do que brincar com esses choques culturais.

Visualmente Pé na Estrada é um filme bonito e bem iluminado, trabalha de forma interessante com o humor físico e as criaturas dantescas, ainda que soe simplório em estilo e acabamento. Por outro lado, piadas envolvendo a cantora Billie Eilish e músicas como I Will Survive são um tanto caídas e clichês. Então quer dizer que tudo saiu mal ou medíocre demais? Eu diria que não, pois, ainda assim, A Família Addams 2 é uma aventura divertida que tem aquele clima de família, uma produção pra ver junto com a garotada. Além, é claro, dos personagens clássicos da obra continuarem carismáticos e engraçados, desde sua concepção visual e personalidade. Provavelmente o filme não fará o mesmo sucesso do anterior, até pelo momento pandêmico que estamos passando, mas vai garantir boas risadas e muita pipoca.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Depois que a animação Hotel Transilvânia fez um enorme sucesso, gerando diversas continuações e até uma série na Netflix, parecia claro que A Família Addams ganharia também uma nova adaptação feita aos moldes 3D. Sim, o clássico criado por Charles Addams já ganhou diversas interpretações, até releituras mais infantis, como a série animada que passou aqui no Brasil pelo SBT, além dos filmes live actions ou do programa de tv dos anos de 1960. Faltava então essa nova roupagem moderna, e que aconteceu primeiro lá em 2019, com o homônimo A Família Adamas. Animação que faturou bem e deu margem para uma sequência, A Família Addams 2: Pé na Estrada. O primeiro filme foi realmente legal e tinha um bom ritmo, ainda que faltasse a mesma energia do próprio Hotel Transilvânia, mas os personagens eram tão interessantes quanto os de Genndy Tartakovsky. Já essa segunda aventura, de certo modo, deixa a desejar nesses aspectos.

Teremos em breve a quarta parte de Hotel Transilvânia, que dessa vez não contará com Tartakovsky em seu line up, o que deve também dar um novo rumo ao estilo da série, bem como aconteceu a Família Addams. Mesmo sendo uma obra originalmente antiga, já tivemos momentos incríveis como aquele da sensacional Christina Ricci, como a Wandinha Addams, que no dia de Ação de Graças liderou uma rebelião contra aquelas pessoas que eram consideradas hipócritas ou normais demais pra eles; ou mesmo pelo fato dessa gente nunca compartilhar nada com pessoas menos favorecidas e que pensam diferente. E o conceito mais legal da Família Addams é justamente a ideia de como uma família tão estranha e “aterrorizante” possui entre si tanto amor e respeito, a sua maneira. O contrário de interpretações mais recentes e simplórias, que faz o oposto e tenta se encaixar no meio normativo, o que torna a obra genérica de maneira geral.

Mas, sim, pelo menos a estrutura deste Pé na Estrada segue a mesma ideia e possui grande respeito pelos contos originais da Família Addams, tal qual suas maiores influências dentro e fora do terror. Dessa vez temos uma espécie de road movie, pois a trama gira em torno de uma viagem de carro muito parecida com a animação produzida pela Hanna-Barbera em 1973. O humor da Família Addams sempre brincou com o contraste e a relação dos modos de vida. Onde de um lado vemos a tradicional família norte-americana tentando se conectar com todo anarquismo e terror abundante no grupo de protagonistas. Uma pena que não aproveitem bem essa ideia para ligar com o mote da trama, pois o fato de os Addams saírem da sua mansão para visitar os lugares mais conhecidos dos Estados Unidos, infelizmente, não garante piadas que apostam nesse confronto social, isso porque o roteiro é mais interessado em fazer tiradas cômicas bobinhas do que brincar com esses choques culturais.

Visualmente Pé na Estrada é um filme bonito e bem iluminado, trabalha de forma interessante com o humor físico e as criaturas dantescas, ainda que soe simplório em estilo e acabamento. Por outro lado, piadas envolvendo a cantora Billie Eilish e músicas como I Will Survive são um tanto caídas e clichês. Então quer dizer que tudo saiu mal ou medíocre demais? Eu diria que não, pois, ainda assim, A Família Addams 2 é uma aventura divertida que tem aquele clima de família, uma produção pra ver junto com a garotada. Além, é claro, dos personagens clássicos da obra continuarem carismáticos e engraçados, desde sua concepção visual e personalidade. Provavelmente o filme não fará o mesmo sucesso do anterior, até pelo momento pandêmico que estamos passando, mas vai garantir boas risadas e muita pipoca.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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