segunda-feira , 4 novembro , 2024

Crítica | A Luta de Uma Vida – Ben Foster Impressiona Como Boxeador em Filme SURPREENDENTE

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Quase cem anos após o início da Segunda Guerra Mundial, e nós ainda não paramos de nos surpreender com as variadas histórias que o cinema traz para a gente desse período – a maioria das quais, permeada de histórias dramáticas, sofrimento e muita, mas muito esforço para sobreviver. Porque mesmo hoje, seja verdade ou ficção, ainda não temos um total panorama de tudo de terrível que aconteceu aos milhares de judeus perseguidos, torturados e mortos durante esse período. Dentro desse universo, estreou esse final de semana nas salas de cinema do país o longa dramático ‘A Luta de Uma Vida’.

O ano é 1949, em Nova York. Há pouco tempo foi declarado o fim da guerra mundial, e os sobreviventes e seus familiares procuraram migrar para outros países mais amigáveis aos judeus, especialmente os Estados Unidos. É para lá que Harry Haft (Ben Foster) migrou, e hoje vive como boxeador, em busca de lutas cada vez maiores com um único objetivo: se tornar famoso o suficiente nos jornais de modo a conseguir chamar a atenção de Leah (Dar Zuzovsky), o grande amor da sua vida, de quem se separou ainda quando estavam na Europa e teve início a perseguição e a quem tem certeza ainda estar viva. Só que o preço de sobreviver no campo de concentração como boxeador oficial do agente da SS Kuttner (Michael Epp) cobra seu preço diariamente, com pesadelos recorrentes e lapsos de memória que remetem Harry de volta àquela realidade sombria e o desconectam do tempo presente.

Em pouco mais de duas horas de duração o espectador irá encontrar uma história bem construída, feita em recortes constantes de flashback. O roteiro de Justine Juel Gillmer baseado no livro de Alan Scott Haft, filho real do protagonista, faz jus à memória do personagem cuja história é tão incrível quanto surreal. Ao jogar luz sobre a vida de um judeu que literalmente teve que lutar para sobreviver, o longa demonstra o tamanho do sadismo dos soldados alemães.

É realmente impressionante a dedicação de Ben Foster ao papel, tendo perdido quase trinta quilos para representar Harry no passado, no campo de concentração, e depois ganhou cerca de vinte e cinco quilos para representar o personagem no tempo presente dramatúrgico. Além disso, também é visível a dedicação do ator em aprender (e convencer) nas muitas cenas de luta, especialmente considerando ser um personagem com diversas questões de saúde mental; e também na construção deste Harry enigmático, em um misto de sotaque de Robert De Niro em ‘Taxi Driver’ e com o jeitão bruto de Al Pacino/Michael Corleone em ‘O Poderoso Chefão’.

O filme de Barry Levinson é uma história de amor que também se transforma em história de luta, inclinando-se um pouco mais para o primeiro gênero. O longa conta ainda com a participação especial de John Leguizano como o treinador de boxe do protagonista e de Danny DeVito, como treinador de boxe do oponente. Com um elenco de renome, uma história baseada em fatos reais e um ator principal dedicado, ‘A Luta de Uma Vida’ é um filme surpreendente.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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O ano é 1949, em Nova York. Há pouco tempo foi declarado o fim da guerra mundial, e os sobreviventes e seus familiares procuraram migrar para outros países mais amigáveis aos judeus, especialmente os Estados Unidos. É para lá que Harry Haft (Ben Foster) migrou, e hoje vive como boxeador, em busca de lutas cada vez maiores com um único objetivo: se tornar famoso o suficiente nos jornais de modo a conseguir chamar a atenção de Leah (Dar Zuzovsky), o grande amor da sua vida, de quem se separou ainda quando estavam na Europa e teve início a perseguição e a quem tem certeza ainda estar viva. Só que o preço de sobreviver no campo de concentração como boxeador oficial do agente da SS Kuttner (Michael Epp) cobra seu preço diariamente, com pesadelos recorrentes e lapsos de memória que remetem Harry de volta àquela realidade sombria e o desconectam do tempo presente.

Em pouco mais de duas horas de duração o espectador irá encontrar uma história bem construída, feita em recortes constantes de flashback. O roteiro de Justine Juel Gillmer baseado no livro de Alan Scott Haft, filho real do protagonista, faz jus à memória do personagem cuja história é tão incrível quanto surreal. Ao jogar luz sobre a vida de um judeu que literalmente teve que lutar para sobreviver, o longa demonstra o tamanho do sadismo dos soldados alemães.

É realmente impressionante a dedicação de Ben Foster ao papel, tendo perdido quase trinta quilos para representar Harry no passado, no campo de concentração, e depois ganhou cerca de vinte e cinco quilos para representar o personagem no tempo presente dramatúrgico. Além disso, também é visível a dedicação do ator em aprender (e convencer) nas muitas cenas de luta, especialmente considerando ser um personagem com diversas questões de saúde mental; e também na construção deste Harry enigmático, em um misto de sotaque de Robert De Niro em ‘Taxi Driver’ e com o jeitão bruto de Al Pacino/Michael Corleone em ‘O Poderoso Chefão’.

O filme de Barry Levinson é uma história de amor que também se transforma em história de luta, inclinando-se um pouco mais para o primeiro gênero. O longa conta ainda com a participação especial de John Leguizano como o treinador de boxe do protagonista e de Danny DeVito, como treinador de boxe do oponente. Com um elenco de renome, uma história baseada em fatos reais e um ator principal dedicado, ‘A Luta de Uma Vida’ é um filme surpreendente.

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