sexta-feira , 21 fevereiro , 2025

Crítica | A Primeira Comunhão – TERROR Espanhol Tem Boa Premissa, Mas Perde Seu Foco…


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Não é de hoje que o universo da religião católica tem originado filmes do gênero do terror. Quase sempre situado em produções de exorcismo e possessão demoníaca, vez ou outra um estúdio busca dar uma variada e utilizar outros elementos dessa religião – o que, claro, pode acabar chateando os mais devotos. Para quem anda buscando alguma novidade neste universo temático, o filme ‘A Primeira Comunhão’, cujo título se auto explica, chega a partir desta semana nas salas de exibição brasileiras.

a primeira comunhao.1



No ano de 1987 a família de Sara (Carla Campra) se mudou para o interior da Espanha, em uma cidade pequena onde todo mundo sabe e se mete na vida uns dos outros. Quando Sara e sua família estão acompanhando a primeira comunhão da caçula, Judit (Olimpia Roch), uma mulher desesperada procurando por uma criança de nome Marisol (Sara Roch) aparece, causando um climão. Nessa mesma noite Sara vai para a balada com sua amiga Rebe (Aina Quiñones), que, além de traficar drogas escondida, também é a única na cidade com intenção de sair dali. Numa tentativa de esquecer toda essa pressão de cidade pequena Sara vai nessa festa com o intuito de espairecer sua preocupação, porém, no caminho de volta, quando pegam carona com Pedro (Marc Soler) e Chivo (Carlos Oviedo) Sara acaba vendo um vulto atravessar na frente do carro, mas, ao chegar no local, apenas encontra uma boneca. Decidida a retornar a boneca à sua verdadeira dona, Sara começa investigar na cidade, sem saber que a boneca, em si, trazia uma grande maldição…

A Primeira Comunhão’ é um filme de uma hora e quarenta minutos de duração. Tendo isso em mente, é um pouco frustrante perceber que as primeiras quase meia hora de filme não fazem o enredo avançar muito na direção do terror: tirando a primeira cena, que ocorre de maneira apresentativa mas sem se aprofundar, o que acontece a seguir no roteiro de Guillem Clua, Alberto Marini e Victor Garcia é que a gente fica acompanhando o drama juvenil e os percalços da vida no interior, sem que isso necessariamente seja fundamental para a evolução da trama. Alguns elementos acabam entrando na história para ganhar muito destaque, mas no final das contas se tornam completamente irrelevantes, como a insistência do roteiro em dar foco no pai de Rebe, um alcoólatra abusivo, cuja característica não agrega em nada nem no terror nem na construção dessa personagem secundária.

a primeira comunhao


Victor Garcia tem seu mérito por fazer o uso do sacramento da comunhão como mote para construção de seu filme de terror – o que, num universo de temáticas repetitivas, ganha uma estrelinha a mais. A questão é que ele pouco desenvolve com sua câmera, valendo-se dos jump scares, que nem sempre funcionam, mas nos quais o diretor confia bastante de que a posição de sua câmera irá favorecer o susto no espectador. No final das contas o filme foca no terror mas se desenvolve muito no melodrama, o que pode não agradar a todo mundo.

A Primeira Comunhão’ tem um monstrengo bem maquiado, interessante até. Um filme de terror cuja ideia original era promissora, mas cujo desenvolvimento focou no drama juvenil. Mas, pode acabar ganhando continuação…

a primeira comunhao.2


IMPERDÍVEL! Você vai VICIAR nessa história de Vingança à moda antiga....

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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No ano de 1987 a família de Sara (Carla Campra) se mudou para o interior da Espanha, em uma cidade pequena onde todo mundo sabe e se mete na vida uns dos outros. Quando Sara e sua família estão acompanhando a primeira comunhão da caçula, Judit (Olimpia Roch), uma mulher desesperada procurando por uma criança de nome Marisol (Sara Roch) aparece, causando um climão. Nessa mesma noite Sara vai para a balada com sua amiga Rebe (Aina Quiñones), que, além de traficar drogas escondida, também é a única na cidade com intenção de sair dali. Numa tentativa de esquecer toda essa pressão de cidade pequena Sara vai nessa festa com o intuito de espairecer sua preocupação, porém, no caminho de volta, quando pegam carona com Pedro (Marc Soler) e Chivo (Carlos Oviedo) Sara acaba vendo um vulto atravessar na frente do carro, mas, ao chegar no local, apenas encontra uma boneca. Decidida a retornar a boneca à sua verdadeira dona, Sara começa investigar na cidade, sem saber que a boneca, em si, trazia uma grande maldição…

A Primeira Comunhão’ é um filme de uma hora e quarenta minutos de duração. Tendo isso em mente, é um pouco frustrante perceber que as primeiras quase meia hora de filme não fazem o enredo avançar muito na direção do terror: tirando a primeira cena, que ocorre de maneira apresentativa mas sem se aprofundar, o que acontece a seguir no roteiro de Guillem Clua, Alberto Marini e Victor Garcia é que a gente fica acompanhando o drama juvenil e os percalços da vida no interior, sem que isso necessariamente seja fundamental para a evolução da trama. Alguns elementos acabam entrando na história para ganhar muito destaque, mas no final das contas se tornam completamente irrelevantes, como a insistência do roteiro em dar foco no pai de Rebe, um alcoólatra abusivo, cuja característica não agrega em nada nem no terror nem na construção dessa personagem secundária.

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Victor Garcia tem seu mérito por fazer o uso do sacramento da comunhão como mote para construção de seu filme de terror – o que, num universo de temáticas repetitivas, ganha uma estrelinha a mais. A questão é que ele pouco desenvolve com sua câmera, valendo-se dos jump scares, que nem sempre funcionam, mas nos quais o diretor confia bastante de que a posição de sua câmera irá favorecer o susto no espectador. No final das contas o filme foca no terror mas se desenvolve muito no melodrama, o que pode não agradar a todo mundo.

A Primeira Comunhão’ tem um monstrengo bem maquiado, interessante até. Um filme de terror cuja ideia original era promissora, mas cujo desenvolvimento focou no drama juvenil. Mas, pode acabar ganhando continuação…

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