domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | A Princesa – Joey King Quebra Tudo como Princesa Guerreira em Filme de Ação da Starplus

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Muitos filmes de ação tiveram como característica principal o fato de terem pouca ou nenhuma história e se valerem quase que unicamente na pancadaria estabelecida pelo seu protagonista. Esse estilo, que se tornou tão popular durante a década de 1980, acabou estigmatizando o gênero como direcionado apenas ao público masculino. Com o tempo – e os novos olhares da indústria cinematográfica – o gênero foi se mesclando a outros (como a comédia e o suspense) e se diversificando, principalmente ao colocar mulheres também como protagonistas. De lá para cá foram muitas histórias com uma pegada que se distancia desse formato, até chegarmos a ‘A Princesa, novo longa de ação da Hulu que chega ao Brasil pela plataforma Starplus.



A Princesa (Joey King, que recentemente também estrelou a trilogia ‘A Barraca do Beijo’) acorda em uma cama e percebe estar acorrentada, presa em um quarto. Sem entender o motivo, ela busca desesperadamente se soltar, até que a chegada de dois guardas a obriga a lutar pela sua vida. Enquanto escapa do alto da torre do castelo, a Princesa vai enfrentando uma série de obstáculos e guardas, porém, sempre lembrando dos ensinamentos de sua mentora Linh (Veronica Ngo) e Khai (Kristofer Kamiyasu) sobre como combater usando a paciência e a respiração. No trajeto, aos poucos a Princesa vai montando as peças do quebra-cabeças de sua situação, e percebe que estava sendo obrigada a casar com Julius (Dominic Cooper), um rei tirano que está invadindo o reino do seu pai e aprisionou o Rei (Ed Stoppard) e a Rainha (Alex Reid). Agora está nas mãos dela lutar pelo seu próprio destino e o de seu povo.

Com uma hora e meia de duração, fica até difícil descrever uma história para ‘A Princesa’ porque o plot dele é esse mesmo: a princesa escapando da torre do castelo. É só isso. Preenchido por longas sequências de cenas de ação, o roteiro de Ben Lustig e Jake Thornton não tem história, composto apenas pelas sequências de luta. Ao menos, porém, estas são bem-feitas, bem coreografadas e convencem, tamanho o dinamismo e a agilidade tanto do elenco envolvido quanto da câmera frenética do diretor vietnamita Le-Van Kiet, que imprime ainda mais ritmo à pancadaria solta, tanto em ambientes fechados quanto em planos mais abertos.

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Não passa despercebido não só as influências do mundo Disney (afinal, a Starplus é um braço mais adulto da plataforma digital da empresa do Mickey Mouse) no filme como também os empréstimos oriundos dos contos de fadas que tanto fizeram e fazem sucesso no universo mágico de Walt Disney. Assim, os fãs poderão facilmente identificar um quê de Jack Sparrow nas escapadelas aéreas da Princesa como também ler no background da história da personagem elementos e comportamentos de ‘A Bela Adormecida’, a Jasmine de ‘Aladdin’, ‘Cinderela’, ‘Valente’, o Bruno de ‘Encanto’ e por aí vai.

Com pouquíssimas falas, quase nenhuma história e personagens sem nome, ‘A Princesa’ é um filme de ação a la anos 1980, porém repaginado com um protagonismo feminino. Cumpre a ação que promete, e entretém na medida da suspensão da descrença de cada espectador. Faltou, porém, um pouco de carisma aos personagens, afinal, para desconstruir estereótipos é preciso que o público se conecte com a história.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Muitos filmes de ação tiveram como característica principal o fato de terem pouca ou nenhuma história e se valerem quase que unicamente na pancadaria estabelecida pelo seu protagonista. Esse estilo, que se tornou tão popular durante a década de 1980, acabou estigmatizando o gênero como direcionado apenas ao público masculino. Com o tempo – e os novos olhares da indústria cinematográfica – o gênero foi se mesclando a outros (como a comédia e o suspense) e se diversificando, principalmente ao colocar mulheres também como protagonistas. De lá para cá foram muitas histórias com uma pegada que se distancia desse formato, até chegarmos a ‘A Princesa, novo longa de ação da Hulu que chega ao Brasil pela plataforma Starplus.

A Princesa (Joey King, que recentemente também estrelou a trilogia ‘A Barraca do Beijo’) acorda em uma cama e percebe estar acorrentada, presa em um quarto. Sem entender o motivo, ela busca desesperadamente se soltar, até que a chegada de dois guardas a obriga a lutar pela sua vida. Enquanto escapa do alto da torre do castelo, a Princesa vai enfrentando uma série de obstáculos e guardas, porém, sempre lembrando dos ensinamentos de sua mentora Linh (Veronica Ngo) e Khai (Kristofer Kamiyasu) sobre como combater usando a paciência e a respiração. No trajeto, aos poucos a Princesa vai montando as peças do quebra-cabeças de sua situação, e percebe que estava sendo obrigada a casar com Julius (Dominic Cooper), um rei tirano que está invadindo o reino do seu pai e aprisionou o Rei (Ed Stoppard) e a Rainha (Alex Reid). Agora está nas mãos dela lutar pelo seu próprio destino e o de seu povo.

Com uma hora e meia de duração, fica até difícil descrever uma história para ‘A Princesa’ porque o plot dele é esse mesmo: a princesa escapando da torre do castelo. É só isso. Preenchido por longas sequências de cenas de ação, o roteiro de Ben Lustig e Jake Thornton não tem história, composto apenas pelas sequências de luta. Ao menos, porém, estas são bem-feitas, bem coreografadas e convencem, tamanho o dinamismo e a agilidade tanto do elenco envolvido quanto da câmera frenética do diretor vietnamita Le-Van Kiet, que imprime ainda mais ritmo à pancadaria solta, tanto em ambientes fechados quanto em planos mais abertos.

Não passa despercebido não só as influências do mundo Disney (afinal, a Starplus é um braço mais adulto da plataforma digital da empresa do Mickey Mouse) no filme como também os empréstimos oriundos dos contos de fadas que tanto fizeram e fazem sucesso no universo mágico de Walt Disney. Assim, os fãs poderão facilmente identificar um quê de Jack Sparrow nas escapadelas aéreas da Princesa como também ler no background da história da personagem elementos e comportamentos de ‘A Bela Adormecida’, a Jasmine de ‘Aladdin’, ‘Cinderela’, ‘Valente’, o Bruno de ‘Encanto’ e por aí vai.

Com pouquíssimas falas, quase nenhuma história e personagens sem nome, ‘A Princesa’ é um filme de ação a la anos 1980, porém repaginado com um protagonismo feminino. Cumpre a ação que promete, e entretém na medida da suspensão da descrença de cada espectador. Faltou, porém, um pouco de carisma aos personagens, afinal, para desconstruir estereótipos é preciso que o público se conecte com a história.

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