domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | A Queda – Suspense ANGUSTIANTE estreia no Amazon Prime Video

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Acaba de estrear no Amazon Prime Video o filme A Queda, suspense dirigido por Scott Mann que vai aterrorizar qualquer um que tenha medo de altura. A trama é bem simples e gira em torno de duas personagens. Presas no alto da quarta maior estrutura dos EUA, localizada no meio do deserto, elas precisam encontrar uma forma de voltarem ao chão antes que as condições climáticas, a fome ou outros perigos as matem.

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Preciso admitir que não nutria grandes expectativas para esse projeto. Não apenas por destoar um pouco da filmografia do diretor, mas principalmente porque a premissa do trailer parecia a de um terror de baixo orçamento sobre os perigos da falta de noção dos influencers digitais. E apesar de acontecer uma crítica mais do que justa a eles no filme, a premissa em momento algum se perde e cria um dos melhores suspenses de sobrevivência desde 127 Horas (2010).

No longa, a jovem e aventureira Becky (Grace Caroline Currey) está vivendo um período difícil na vida, após passar por um trauma daqueles que abalam a vida de qualquer um. Percebendo a situação em que ela está, seu pai (Jeffrey Dean Morgan) vai atrás dela para tentar conversar, só que a filha se fechou para o mundo. Tentando mostrar para ela que a vida continua, o pai liga para a melhor amiga dela. O problema é que a abençoada decide convidá-la para um passeio pra lá de inusitado: escalar uma torre abandonada de 600 metros de altura no meio do deserto. Becky hesita, mas acaba aceitando o convite. E lá nas alturas, as coisas desandam.

Assista também:
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A amiga de Becky, Hunter (Virginia Gardner) é uma digital influencer de escaladas. Nas últimas décadas, com o avanço das redes sociais, vídeos de pessoas escalando estruturas altíssimas, abandonadas ou não, ou fazendo parkour no topo de prédios, acabaram virando um fenômeno de audiência, levando fama a muitos e a morte para outros. No filme, Hunter é especialista em escalar montanhas sem proteção e acredita que essa adrenalina é a chave para resolver intrigas e conflitos. Por isso, quando ouve falar dessa torre abandonada, ela não hesita em convidar sua melhor amiga para escalar a estrutura com ela.

O problema é que o trauma de Becky envolve justamente uma escalada. Então, desde o princípio, a protagonista já começa a subir a estrutura psicologicamente abalada. Não tão abalada quanto a própria estrutura da torre, que está caindo aos pedaços. E isso é um ponto fundamental para o filme funcionar.

Isso porque o filme, que tem pouco mais de 1h30 de duração, se divide em praticamente dois núcleos: a escalada na torre e o isolamento no topo. Então, para preencher esse primeiro núcleo, o diretor brinca bastante com a escala da estrutura, usando diferentes ângulos e apostando num plano aberto para mostrar como elas estão subindo em uma parada ridiculamente alta, e com os detalhes que passam a noção do quão perigoso e abandonado é o lugar em que elas estão arriscando suas vidas.

E uma forma de passar esse perigo iminente, criando uma tensão desesperadora, é com um artifício que não chega a ser novo no cinema, a franquia Premonição usava e abusava dele, que é mostrar os parafusos soltando conforme elas sobem, a escada tremendo com o vento, os ferros soltos que não deveriam estar soltos. Cada passo que elas dão é um desespero. E a direção faz isso de forma que é impossível não se agoniar. É um parafuso soltando intercalado com um plano aberto mostrando o quão alto elas estão e como sequer chegaram na metade da torre.

No núcleo do topo, o desespero ganha mais força ainda, porque o cenário é praticamente o chão e o céu, com as duas forçando ao máximo o limite do bom-senso para fazer vídeos e fotos para as redes sociais. E quando elas se dão conta da furada em que se meteram, o suspense ganha contornos dramáticos, porque elas estão numa altura em que sequer chega sinal de telefone. E com a corda curta, descer de volta se torna praticamente impossível.

Isoladas lá em cima, as duas conversam e tentam bolar formas de não apenas sobreviver, mas de tentar descer em segurança. É assim que começa uma série absurda de eventos das duas lutando para sobreviver, enquanto fantasmas do passado surgem para assombrar a relação delas. E preciso destacar aqui a atuação de Grace Caroline Currey (Shazam!). A “Becky” dela está muito bem e carrega o filme. É possível se identificar com os dramas dela e com toda a situação na que acabou de se envolver. Já Dean Morgan, que teve bastante destaque no material promocional, aparece bem pouquinho para não desviar o público do horror da altura.

Nessa briga pela sobrevivência, a direção consegue abordar temas interessantes que desenvolvem as personagens, mas nada que te desligue do perigo da situação. É um filme vertiginoso, que afeta diretamente nosso senso de risco, de urgência. Inclusive, se você tiver fobia de altura ou sofrer de vertigem, acho que vale a pena avaliar bastante se você está em condições de ver ou não A Queda, porque o trabalho aqui é impecável. Desde A Travessia (2015) que um longa não conseguia abordar com tanta maestria a perspectiva de um lugar ridiculamente alto em prol da trama. A altura da torre é um personagem, um vilão digno dos mais clássicos de Hollywood.

Agora, se você consegue suportar grandes alturas, mas não ao ponto de ficar indiferente,  A Queda é um dos melhores suspenses do ano!

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Acaba de estrear no Amazon Prime Video o filme A Queda, suspense dirigido por Scott Mann que vai aterrorizar qualquer um que tenha medo de altura. A trama é bem simples e gira em torno de duas personagens. Presas no alto da quarta maior estrutura dos EUA, localizada no meio do deserto, elas precisam encontrar uma forma de voltarem ao chão antes que as condições climáticas, a fome ou outros perigos as matem.

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Preciso admitir que não nutria grandes expectativas para esse projeto. Não apenas por destoar um pouco da filmografia do diretor, mas principalmente porque a premissa do trailer parecia a de um terror de baixo orçamento sobre os perigos da falta de noção dos influencers digitais. E apesar de acontecer uma crítica mais do que justa a eles no filme, a premissa em momento algum se perde e cria um dos melhores suspenses de sobrevivência desde 127 Horas (2010).

No longa, a jovem e aventureira Becky (Grace Caroline Currey) está vivendo um período difícil na vida, após passar por um trauma daqueles que abalam a vida de qualquer um. Percebendo a situação em que ela está, seu pai (Jeffrey Dean Morgan) vai atrás dela para tentar conversar, só que a filha se fechou para o mundo. Tentando mostrar para ela que a vida continua, o pai liga para a melhor amiga dela. O problema é que a abençoada decide convidá-la para um passeio pra lá de inusitado: escalar uma torre abandonada de 600 metros de altura no meio do deserto. Becky hesita, mas acaba aceitando o convite. E lá nas alturas, as coisas desandam.

A amiga de Becky, Hunter (Virginia Gardner) é uma digital influencer de escaladas. Nas últimas décadas, com o avanço das redes sociais, vídeos de pessoas escalando estruturas altíssimas, abandonadas ou não, ou fazendo parkour no topo de prédios, acabaram virando um fenômeno de audiência, levando fama a muitos e a morte para outros. No filme, Hunter é especialista em escalar montanhas sem proteção e acredita que essa adrenalina é a chave para resolver intrigas e conflitos. Por isso, quando ouve falar dessa torre abandonada, ela não hesita em convidar sua melhor amiga para escalar a estrutura com ela.

O problema é que o trauma de Becky envolve justamente uma escalada. Então, desde o princípio, a protagonista já começa a subir a estrutura psicologicamente abalada. Não tão abalada quanto a própria estrutura da torre, que está caindo aos pedaços. E isso é um ponto fundamental para o filme funcionar.

Isso porque o filme, que tem pouco mais de 1h30 de duração, se divide em praticamente dois núcleos: a escalada na torre e o isolamento no topo. Então, para preencher esse primeiro núcleo, o diretor brinca bastante com a escala da estrutura, usando diferentes ângulos e apostando num plano aberto para mostrar como elas estão subindo em uma parada ridiculamente alta, e com os detalhes que passam a noção do quão perigoso e abandonado é o lugar em que elas estão arriscando suas vidas.

E uma forma de passar esse perigo iminente, criando uma tensão desesperadora, é com um artifício que não chega a ser novo no cinema, a franquia Premonição usava e abusava dele, que é mostrar os parafusos soltando conforme elas sobem, a escada tremendo com o vento, os ferros soltos que não deveriam estar soltos. Cada passo que elas dão é um desespero. E a direção faz isso de forma que é impossível não se agoniar. É um parafuso soltando intercalado com um plano aberto mostrando o quão alto elas estão e como sequer chegaram na metade da torre.

No núcleo do topo, o desespero ganha mais força ainda, porque o cenário é praticamente o chão e o céu, com as duas forçando ao máximo o limite do bom-senso para fazer vídeos e fotos para as redes sociais. E quando elas se dão conta da furada em que se meteram, o suspense ganha contornos dramáticos, porque elas estão numa altura em que sequer chega sinal de telefone. E com a corda curta, descer de volta se torna praticamente impossível.

Isoladas lá em cima, as duas conversam e tentam bolar formas de não apenas sobreviver, mas de tentar descer em segurança. É assim que começa uma série absurda de eventos das duas lutando para sobreviver, enquanto fantasmas do passado surgem para assombrar a relação delas. E preciso destacar aqui a atuação de Grace Caroline Currey (Shazam!). A “Becky” dela está muito bem e carrega o filme. É possível se identificar com os dramas dela e com toda a situação na que acabou de se envolver. Já Dean Morgan, que teve bastante destaque no material promocional, aparece bem pouquinho para não desviar o público do horror da altura.

Nessa briga pela sobrevivência, a direção consegue abordar temas interessantes que desenvolvem as personagens, mas nada que te desligue do perigo da situação. É um filme vertiginoso, que afeta diretamente nosso senso de risco, de urgência. Inclusive, se você tiver fobia de altura ou sofrer de vertigem, acho que vale a pena avaliar bastante se você está em condições de ver ou não A Queda, porque o trabalho aqui é impecável. Desde A Travessia (2015) que um longa não conseguia abordar com tanta maestria a perspectiva de um lugar ridiculamente alto em prol da trama. A altura da torre é um personagem, um vilão digno dos mais clássicos de Hollywood.

Agora, se você consegue suportar grandes alturas, mas não ao ponto de ficar indiferente,  A Queda é um dos melhores suspenses do ano!

 

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