Em 2016 os cinemas foram inundados com lágrimas e mais lágrimas derramadas pelos espectadores que foram assistir a ‘Como Eu Era Antes de Você’ achando que seria um romance fofinho, e se depararam com um romance dramático de resolução inesperada. Isto porque boa parte do público não conhecia ou não havia lido os livros da escritora Jojo Moyes, e, portanto, não sabiam o que esperar. Agora, cinco anos depois, chega à Netflix o mais novo filme baseado em um livro da autora: ‘A Última Carta de Amor’.
Ellie (Felicity Jones) é repórter de um jornal com uma vida pessoal bastante truncada, pois desde que terminou seu relacionamento mais de um ano atrás, ela não consegue se permitir amar. Certo dia ela encontra no arquivo do jornal uma carta perdida – uma carta de amor que contava a história interrompida de Jennifer Stirling (Shailene Woodley) e o jornalista Anthony O’Hare (Callum Turner). Decidida a encontrar o final dessa história, Ellie pede ajuda ao arquivista Rory (Nabhaan Rizwan) para descobrir se há mais cartas perdidas no sótão do jornal.
Dividido em dois tempos – dias atuais e o verão de 1965 na Riviera Francesa –, ‘A Última Carta de Amor’ é um filme de romance redondinho, com todos os elementos necessários para a construção de uma emocionante história: um casal protagonista fofo por quem você torce; um figurino lindo, ressaltado por locações dos sonhos; a relevância do impedimento do final feliz, com um fundo importante que convida o leitor/espectador a refletir sobre o assunto. A mistura de todos esses elementos é um convite para se apaixonar por ‘A Última Carta de Amor’.
Em se tratando de uma linda história escrita por uma autora renomada que gera expectativas, o roteiro de Nick Payne e Esta Spalding se esforça em tentar abarcar toda a emoção que só Jojo Moyes consegue produzir, mas acaba dando algumas deslizadas, especialmente no núcleo dos dias atuais. A conexão entre os personagens Ellie e Rory acaba dando uma forçada de barra quando ultrapassa o nível da naturalidade, o que automaticamente volta o espectador para se interessar bem mais pela história passada em 1965. Parte dessa picotada provavelmente tem a ver com a edição final do longa, encurtando cenas que poderiam ganhar uns segundinhos a mais para nos deixar desfrutar um pouquinho mais da história de amor.
O grande acerto do filme de Augustine Frizzell é ter escalado a dupla Shailene Woodley e Callum Turner para dar corpo ao casal protagonista. Ver os dois em cena dá um calorzinho no peito, pois a química dos dois convence o espectador a mergulhar na história. A diretora também fez uma boa escolha ao optar por dar mais espaço para a história do passado do que a do presente, embora no terço final do longa tenha dado uma corrida no enredo para encerrar a trama, ao passo que o primeiro arco ocupa um espaço bem maior. Teria sido legal equilibrar todos os núcleos, mas também não é algo tão prejudicial assim para o longa.
‘A Última Carta de Amor’ é um filme emocionante que dá um quentinho no coração, que lembra bastante a forma de ‘Cartas para Julieta‘. É um filme bom para assistir sozinho ou acompanhado, desses que já nascem para se tornar o favorito de muita gente.