segunda-feira , 9 dezembro , 2024

Crítica | A Última Invocação – Novo TERROR Japonês do Mesmo Diretor de ‘Ring’

Não é de hoje que o cinema de gênero japonês – mais especificamente, o gênero do terror – tem encontrado seu público no território brasileiro, especialmente entre os jovens, ávidos consumidores das sessões de meia-noite nos cinemas. E dentre os nomes que mais tem se destacado por aqui está o do diretor Hideo Nakata, responsável por produções como ‘Dark Water – Água Negra’ e ‘Ring: O Chamado’ (a versão original que mais tarde foi popularizada pela versão hollywoodiana da história). Agora o diretor volta às telonas nacionais com seu mais novo filme de j-horror, ‘A Última Invocação’, que chegou nesse Halloween no circuito exibidor.

A Última Invocação



Naoto Ihara (Daiki Shigeoka) está feliz por organizar a casa que recém comprou num financiamento, onde pretende morar para sempre com seu filho, Haruto (Minato Shougaki), e sua esposa, Miyuki (Uika First Summer). Até o dia em que, num acidente de carro, Miyuki falece, e Haruto chega a perder a vida, mas é ressuscitado pelos paramédicos. A partir daí, a vida dessa família começa a ser assombrada pela presença de um ser maligno que busca vingança por causa de episódios ocorridos no passado e que não foram bem resolvidos. Para tentar definir a questão de uma vez por todas, Hiroko Kurosawa (Kanna Hashimoto) investigará a fundo as origens desse ser maligno.

Em ‘A Última Invocação’ acompanhamos muitas histórias em um único filme de uma hora e cinquenta de duração, o que, em certa medida, pode parecer mais longo. Começamos com o núcleo da família feliz, que rapidamente sinaliza uma ferida não cicatrizada do passado; em seguida, o roteiro de Karma Shimizu e Noriaki Sugihara gira o eixo e passa a focar o centro de sua história em Kurosawa, uma personagem que aparece depois e cuja conexão se explica num tempo passado ao atual. A partir daí, passamos a acompanhar a história basicamente através dessa repórter cinegrafista, mas então outros personagens entram na trama, abrindo ainda mais o enredo para outros caminhos, com direito a flashbacks temporais que podem causar confusão no espectador, especialmente porque não há diferenças evidentes e físicas nos personagens entre o tempo passado e o tempo presente.

Olho assustador observa através de uma fenda escura.

Um pouco mais leve que os outros trabalhos do diretor, em ‘A Última Invocação o diretor Hideo Nakata se dedica mais em tecer as relações familiares e interpessoais do que necessariamente construir um ambiente assustador. Mais inclinado ao suspense, o espectador passa a maior parte do filme tentando entender a motivação da figura demoníaca, o que teria engatilhado os eventos, como a coisa toda está sendo construída do que efetivamente pulando de susto. Isso não é exatamente um aspecto ruim, ao contrário, demonstra a capacidade do diretor em desenvolver personagens, especialmente o menino Haruto, em quem coloca enquadramentos diferenciados para engrandecer o sentimento da criança.

As sequências de terror em si ficam para o terceiro e mais curto arco de ‘A Última Invocação’, que traz uma criatura bem parecida conceitualmente à Samara de ‘O Chamado’, trabalhando um misto de possessão (demoníaca) e posse de pessoas que se acham donas das outras. Dessa grande metáfora, sai um filme de terror reflexivo bem interessante, que traz referências à cultura japonesa e animes de sucesso no país. Uma boa opção de terror leve para a semana do Halloween nos cinemas.

Mulher assustadora em imagem distorcida e sombria.

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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A Última Invocação

Naoto Ihara (Daiki Shigeoka) está feliz por organizar a casa que recém comprou num financiamento, onde pretende morar para sempre com seu filho, Haruto (Minato Shougaki), e sua esposa, Miyuki (Uika First Summer). Até o dia em que, num acidente de carro, Miyuki falece, e Haruto chega a perder a vida, mas é ressuscitado pelos paramédicos. A partir daí, a vida dessa família começa a ser assombrada pela presença de um ser maligno que busca vingança por causa de episódios ocorridos no passado e que não foram bem resolvidos. Para tentar definir a questão de uma vez por todas, Hiroko Kurosawa (Kanna Hashimoto) investigará a fundo as origens desse ser maligno.

Em ‘A Última Invocação’ acompanhamos muitas histórias em um único filme de uma hora e cinquenta de duração, o que, em certa medida, pode parecer mais longo. Começamos com o núcleo da família feliz, que rapidamente sinaliza uma ferida não cicatrizada do passado; em seguida, o roteiro de Karma Shimizu e Noriaki Sugihara gira o eixo e passa a focar o centro de sua história em Kurosawa, uma personagem que aparece depois e cuja conexão se explica num tempo passado ao atual. A partir daí, passamos a acompanhar a história basicamente através dessa repórter cinegrafista, mas então outros personagens entram na trama, abrindo ainda mais o enredo para outros caminhos, com direito a flashbacks temporais que podem causar confusão no espectador, especialmente porque não há diferenças evidentes e físicas nos personagens entre o tempo passado e o tempo presente.

Olho assustador observa através de uma fenda escura.

Um pouco mais leve que os outros trabalhos do diretor, em ‘A Última Invocação o diretor Hideo Nakata se dedica mais em tecer as relações familiares e interpessoais do que necessariamente construir um ambiente assustador. Mais inclinado ao suspense, o espectador passa a maior parte do filme tentando entender a motivação da figura demoníaca, o que teria engatilhado os eventos, como a coisa toda está sendo construída do que efetivamente pulando de susto. Isso não é exatamente um aspecto ruim, ao contrário, demonstra a capacidade do diretor em desenvolver personagens, especialmente o menino Haruto, em quem coloca enquadramentos diferenciados para engrandecer o sentimento da criança.

As sequências de terror em si ficam para o terceiro e mais curto arco de ‘A Última Invocação’, que traz uma criatura bem parecida conceitualmente à Samara de ‘O Chamado’, trabalhando um misto de possessão (demoníaca) e posse de pessoas que se acham donas das outras. Dessa grande metáfora, sai um filme de terror reflexivo bem interessante, que traz referências à cultura japonesa e animes de sucesso no país. Uma boa opção de terror leve para a semana do Halloween nos cinemas.

Mulher assustadora em imagem distorcida e sombria.

Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
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