sexta-feira , 15 novembro , 2024

Crítica | A Última Ressaca do Ano

It´s the Most Wonderful Time of the Year

Ho ho ho, já é Natal. E no final de todo ano, e início das festividades do feriado, ganhamos as reprises de filmes com tal temática, vide Esqueceram de Mim (1990) e sua sequência. Nos cinemas, também somos agraciados com produtos dignamente natalinos, que é onde se encaixa este novo lançamento da Dreamworks, no Brasil lançado através da Paramount.

Ao contrário das afetuosas obras natalinas, nas quais tramas familiares são apresentadas, quase sempre fazendo uso de teor agradável e correto para casar bem com o evento, A Última Ressaca do Ano, como diz o título, é um filme de natal diferente.



A trama apresenta o protagonista Josh, vivido por Jason Bateman, em mais um papel de personagem certinho, que serve de escada para o humor de figuras mais excêntricas que o rodeiam. Ele trabalha em uma empresa de tecnologia relacionada a informática, e estão para lançar um sinal de internet sem limites, provido de todo e qualquer aparelho eletrônico. No entanto, a empresa não vai bem das pernas e pode estar com os dias contados.

A sombra chega neste dia ensolarado através da personagem de Jennifer Aniston (em mais um papel inusitado para a ex-namoradinha da América – a cena no aeroporto com uma criança corre o risco de ser a melhor do filme), uma megera de carteirinha, daquelas que espantam os funcionários ao adentrarem o recinto. Ela é também a herdeira e CEO da empresa, irmã do personagem do comediante T. J. Miller (o Weasel de Deadpool), o dono e diretor da filial em que Bateman trabalha. Miller e Bateman mantêm um relacionamento fraternal, e o segundo reconhece os esforços do amigo para se tornar um chefe boa praça, do tipo que faz tudo para os funcionários se sentirem em casa.

A mulher de negócios fria e calculista chega com um ultimato, a filial de Miller está no vermelho e necessita urgentemente fechar um negócio decisório com outra empresa, caso contrário uma demissão em massa de 40% dos funcionários ocorrerá, correndo o risco da filial inclusive fechar as portas. A famosa festa de fim de ano da empresa sequer deve ser cogitada, já que a ordem do dia é o corte extremo de despesas. Algo que ressoa muito próximo ao público brasileiro, vivenciando na pele a crise financeira instaurada no país.

Como último ato desesperado, depois de nada mais dar certo, Bateman, Miller e a personagem de Olivia Munn (a Psylocke de X-Men: Apocalypse), o gênio artístico da companhia, dona das ideias revolucionárias, decidem convidar o figurão com quem deveriam fechar acordo, papel de Courtney B. Vance, para a tal festança de fim de ano. Agora “the game is on” novamente, e a corrida para a festa mais alucinada do ano no cinema tem contagem regressiva.

O mais interessante de A Última Ressaca do Ano é a forma como o roteiro trata o universo profissional dos funcionários de um escritório. A dinâmica confeccionada entre personagens, mesmo que a maioria estereotipados, cria certo elo com o público, por todos conheceremos tais pessoas satirizadas no longa. Temos, por exemplo, o nerd que mente sobre a namorada gostosa (papel de Karan Soni, o motorista de táxi Dopinder de Deadpool), a conservadora recatada e rígida (papel de Kate McKinnon, de Caça-Fantasmas), a mãe solteira (Vanessa Bayer), etc..

Mesmo que extremamente previsível, A Última Ressaca do Ano não é o desastre de trem esperado, com o resultado pairando acima de muito o que vimos no ano no terreno de comédias. O filme rende alguns bons momentos e referências interessantes. Talvez consiga inclusive funcionar melhor na estrutura do roteiro que diz respeito ao cerne da trama, do que nas gags e piadas em si. Não que o filme deixe de lado o humor, ou não acerte nada quando o assunto é comédia. Dirigido por Josh Gordon e Will Speck, dupla da detestável comédia romântica Coincidências do Amor (2010), também protagonizado por Jennifer Aniston e Jason Bateman, A Última Ressaca do Ano não rende um porre para esquecer e sim uma bebedeira de modesta celebração. Veja com moderação.

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Ao contrário das afetuosas obras natalinas, nas quais tramas familiares são apresentadas, quase sempre fazendo uso de teor agradável e correto para casar bem com o evento, A Última Ressaca do Ano, como diz o título, é um filme de natal diferente.

A trama apresenta o protagonista Josh, vivido por Jason Bateman, em mais um papel de personagem certinho, que serve de escada para o humor de figuras mais excêntricas que o rodeiam. Ele trabalha em uma empresa de tecnologia relacionada a informática, e estão para lançar um sinal de internet sem limites, provido de todo e qualquer aparelho eletrônico. No entanto, a empresa não vai bem das pernas e pode estar com os dias contados.

A sombra chega neste dia ensolarado através da personagem de Jennifer Aniston (em mais um papel inusitado para a ex-namoradinha da América – a cena no aeroporto com uma criança corre o risco de ser a melhor do filme), uma megera de carteirinha, daquelas que espantam os funcionários ao adentrarem o recinto. Ela é também a herdeira e CEO da empresa, irmã do personagem do comediante T. J. Miller (o Weasel de Deadpool), o dono e diretor da filial em que Bateman trabalha. Miller e Bateman mantêm um relacionamento fraternal, e o segundo reconhece os esforços do amigo para se tornar um chefe boa praça, do tipo que faz tudo para os funcionários se sentirem em casa.

A mulher de negócios fria e calculista chega com um ultimato, a filial de Miller está no vermelho e necessita urgentemente fechar um negócio decisório com outra empresa, caso contrário uma demissão em massa de 40% dos funcionários ocorrerá, correndo o risco da filial inclusive fechar as portas. A famosa festa de fim de ano da empresa sequer deve ser cogitada, já que a ordem do dia é o corte extremo de despesas. Algo que ressoa muito próximo ao público brasileiro, vivenciando na pele a crise financeira instaurada no país.

Como último ato desesperado, depois de nada mais dar certo, Bateman, Miller e a personagem de Olivia Munn (a Psylocke de X-Men: Apocalypse), o gênio artístico da companhia, dona das ideias revolucionárias, decidem convidar o figurão com quem deveriam fechar acordo, papel de Courtney B. Vance, para a tal festança de fim de ano. Agora “the game is on” novamente, e a corrida para a festa mais alucinada do ano no cinema tem contagem regressiva.

O mais interessante de A Última Ressaca do Ano é a forma como o roteiro trata o universo profissional dos funcionários de um escritório. A dinâmica confeccionada entre personagens, mesmo que a maioria estereotipados, cria certo elo com o público, por todos conheceremos tais pessoas satirizadas no longa. Temos, por exemplo, o nerd que mente sobre a namorada gostosa (papel de Karan Soni, o motorista de táxi Dopinder de Deadpool), a conservadora recatada e rígida (papel de Kate McKinnon, de Caça-Fantasmas), a mãe solteira (Vanessa Bayer), etc..

Mesmo que extremamente previsível, A Última Ressaca do Ano não é o desastre de trem esperado, com o resultado pairando acima de muito o que vimos no ano no terreno de comédias. O filme rende alguns bons momentos e referências interessantes. Talvez consiga inclusive funcionar melhor na estrutura do roteiro que diz respeito ao cerne da trama, do que nas gags e piadas em si. Não que o filme deixe de lado o humor, ou não acerte nada quando o assunto é comédia. Dirigido por Josh Gordon e Will Speck, dupla da detestável comédia romântica Coincidências do Amor (2010), também protagonizado por Jennifer Aniston e Jason Bateman, A Última Ressaca do Ano não rende um porre para esquecer e sim uma bebedeira de modesta celebração. Veja com moderação.

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