sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Abaixo de Zero – TERROR da Netflix é um FILMAÇO de roer as unhas!

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O título é uma das partes mais importantes na divulgação de um filme. Através do nome, a produção pode acessar memórias afetivas no espectador, indicar o gênero de que trata ou até mesmo dar um grande spoiler da trama. Ou, em outros casos, não condizer em nada com o que realmente propõe o filme, como é o caso de ‘Abaixo de Zero’, nova aposta da Netflix.



Miguel (Karra Elejalde) é um policial que está chegando em seu primeiro dia de trabalho em uma nova delegacia, e sua primeira tarefa é acompanhar, junto com Montesinos (Isak Férriz), um grupo de prisioneiros que será transferido para outro presídio. O traslado será feito à noite, e faz muito, muito frio na Espanha. E o que parecia uma tarefa simples e rotineira acaba se tornando o pior pesadelo de todos naquela noite.

Abaixo de Zero’ é o tipo de filme que, se você conta demais, estraga. O roteiro de Lluís Quílez e Fernando Navarro é extremamente bem escrito e intrincado, deixando pouca brecha para o espectador respirar e segurando as rédeas do suspense de modo que a gente não consegue desligar. Já a primeira cena dá o tom do que está por vir, e nós nos deparamos com o impacto do terror que irá pontuar as uma hora e trinta e seis de suspense. Isso porque embora o filme esteja mais inclinado para o thriller, as cenas precisas de terror são tão marcantes, que faz o espectador dar um pulo na poltrona. E o intermédio entre um desses momentos e o próximo é um suspense tão bom, que faz a gente ficar roendo as unhas sem nem perceber.

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A inquietante história de ‘Abaixo de Zero’ é conduzida por ótimas atuações de um grupo de atores que consegue imprimir mistério, raiva e ocultar emoções na medida certa de um conjunto de personagens tão mesclados quanto a própria Espanha. Numa pegada suavizada de ‘Jogos Mortais’, vamos conhecendo cada um dos presidiários, o que os fez ser encarcerados e como estão diretamente contribuindo naquele cenário de confinamento e tortura. Os destaques são Mihai, o Romeno (Florin Opritescu), que mais parece o Ragnar de ‘Vikings’; Rei (Édgar Vittorino), o bonitão; e Ramis (Luis Callejo) e Nano (Patrick Criado), cujos protagonismos são justificáveis.

Lluís Quílez acerta a mão em dirigir uma história simples, cujos elementos entram em sincronia e alcança um resultado tenso, nervoso, inesperado e com a constante sensação de “vai dar merda, vai dar merda” – e, quando dá, o espectador ainda assim é surpreendido porque simplesmente não dá para esperar pelo que o enredo está tramando. Tem coisa melhor do que isso em um filme de suspense e terror?

Se você só tiver tempo para assistir a um filme essa semana, deixe todas as opções de lado e vá ver ‘Abaixo de Zero’. Em um misto de terror, suspense e ação, vale cada minuto do seu tempo, apesar do título não condizer com a trama.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Abaixo de Zero – TERROR da Netflix é um FILMAÇO de roer as unhas!

O título é uma das partes mais importantes na divulgação de um filme. Através do nome, a produção pode acessar memórias afetivas no espectador, indicar o gênero de que trata ou até mesmo dar um grande spoiler da trama. Ou, em outros casos, não condizer em nada com o que realmente propõe o filme, como é o caso de ‘Abaixo de Zero’, nova aposta da Netflix.

Miguel (Karra Elejalde) é um policial que está chegando em seu primeiro dia de trabalho em uma nova delegacia, e sua primeira tarefa é acompanhar, junto com Montesinos (Isak Férriz), um grupo de prisioneiros que será transferido para outro presídio. O traslado será feito à noite, e faz muito, muito frio na Espanha. E o que parecia uma tarefa simples e rotineira acaba se tornando o pior pesadelo de todos naquela noite.

Abaixo de Zero’ é o tipo de filme que, se você conta demais, estraga. O roteiro de Lluís Quílez e Fernando Navarro é extremamente bem escrito e intrincado, deixando pouca brecha para o espectador respirar e segurando as rédeas do suspense de modo que a gente não consegue desligar. Já a primeira cena dá o tom do que está por vir, e nós nos deparamos com o impacto do terror que irá pontuar as uma hora e trinta e seis de suspense. Isso porque embora o filme esteja mais inclinado para o thriller, as cenas precisas de terror são tão marcantes, que faz o espectador dar um pulo na poltrona. E o intermédio entre um desses momentos e o próximo é um suspense tão bom, que faz a gente ficar roendo as unhas sem nem perceber.

A inquietante história de ‘Abaixo de Zero’ é conduzida por ótimas atuações de um grupo de atores que consegue imprimir mistério, raiva e ocultar emoções na medida certa de um conjunto de personagens tão mesclados quanto a própria Espanha. Numa pegada suavizada de ‘Jogos Mortais’, vamos conhecendo cada um dos presidiários, o que os fez ser encarcerados e como estão diretamente contribuindo naquele cenário de confinamento e tortura. Os destaques são Mihai, o Romeno (Florin Opritescu), que mais parece o Ragnar de ‘Vikings’; Rei (Édgar Vittorino), o bonitão; e Ramis (Luis Callejo) e Nano (Patrick Criado), cujos protagonismos são justificáveis.

Lluís Quílez acerta a mão em dirigir uma história simples, cujos elementos entram em sincronia e alcança um resultado tenso, nervoso, inesperado e com a constante sensação de “vai dar merda, vai dar merda” – e, quando dá, o espectador ainda assim é surpreendido porque simplesmente não dá para esperar pelo que o enredo está tramando. Tem coisa melhor do que isso em um filme de suspense e terror?

Se você só tiver tempo para assistir a um filme essa semana, deixe todas as opções de lado e vá ver ‘Abaixo de Zero’. Em um misto de terror, suspense e ação, vale cada minuto do seu tempo, apesar do título não condizer com a trama.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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