segunda-feira , 4 novembro , 2024

Crítica | Amado – Filme de Ação Policial Brasileiro para Fãs de Steven Seagal

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Os anos 1980 marcaram a história do cinema mundial em muitos níveis. Os filmes de ação produzidos e lançados nesta década criaram uma escola que viria a influenciar as produções das décadas subsequentes, tamanho o impacto que as narrativas trazidas neste tempo tiveram. Protagonistas machões, muitas cenas de luta e perseguição, tiroteio e explosões são algumas das características mais marcantes que podem ser destacadas dos longas dessa época. Hoje, quase quarenta anos depois, a garotada que cresceu ou passou a juventude assistindo a esses filmes e que posteriormente foram estudar e fazer cinema já está fazendo seus próprios longas, como a produção que estreia essa semana: ‘Amado’, filme de ação nacional que chega às salas de cinema de todo o país a partir dessa quinta-feira.

Amado (Sérgio Menezes, que atualmente participa da ‘Dança dos Famosos‘) é um policial civil de Brasília que costuma fazer suas rondas não só na capital do país, mas principalmente pelos bairros periféricos, como Ceilândia, onde mantém a segurança dos moradores e combate a proliferação da venda de entorpecentes a menores em um dos lugares mais violentos do país. Incorruptível, ele trabalha com seus parceiros de ronda (Gabriela Correa e Alexandre Barillari, o Prudêncio de ‘Nos Tempos do Imperador’) pelas madrugadas, até que, certa vez, param um veículo suspeito com uma carga mais suspeita ainda. Durante a abordagem, uma outra viatura se aproxima, trazendo um comandante (Igor Cotrim) corrupto que tenta dissuadir o grupo. Diante da negativa de Amado, uma desavença se arma dentro da polícia civil brasiliense, colocando em risco não só o batalhão chefiado pela capitã (Adriana Lessa, a Deusa de ‘O Clone’), mas também a vida daqueles que são caros a Amado.

Mesmo não sendo tão jovenzinhos, os diretores Edu Felistoque e Erik de Castro mostram o quanto os filmes de ação da década de 1980 inspiram a realização de ‘Amado’ ao fazerem um longa cujo protagonista é misterioso, de poucas palavras e mais de atitude: o tipo de personagem que resolve tudo no braço, não na diplomacia. Assim, o roteiro de Erik de Castro constrói a jornada do lobo solitário em busca de justiça com as próprias mãos bem estilo Steven Seagal, Chuck Norris e, mais recentemente, conduzido por Liam Neeson: o sujeito brucutu caladão, sempre na dele, cujos princípios conduzem a história e que mostram que, apesar do sistema ser falho, há justiça nesse mundo, porque há pessoas boas como esses protagonistas que fazem a justiça acontecer, ainda que a seu próprio modo.

Inspirado numa história real, o longa – localizado e passado em Brasília e com elenco que inclui atores brasilienses – poderia talvez ter contextualizado melhor esse personagem para um público que possivelmente não o conheceu. Mas descentraliza a violência do eixo Rio-São Paulo levando-a a Ceilândia, mostrando que a violência urbana não é exclusiva da região sudeste do país, e ainda traz sequências de ação, tiroteio e perseguição bem no estilo que o público de filmes de ação curte – e que, na telona, ganha profundidade. ‘Amado’ quer mostrar a polícia que dá certo num país fraturado por camadas de corrupção. É o tipo de personagem que poderia ganhar continuação, e que depende do retorno de seu público para fazer isso acontecer.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Amado (Sérgio Menezes, que atualmente participa da ‘Dança dos Famosos‘) é um policial civil de Brasília que costuma fazer suas rondas não só na capital do país, mas principalmente pelos bairros periféricos, como Ceilândia, onde mantém a segurança dos moradores e combate a proliferação da venda de entorpecentes a menores em um dos lugares mais violentos do país. Incorruptível, ele trabalha com seus parceiros de ronda (Gabriela Correa e Alexandre Barillari, o Prudêncio de ‘Nos Tempos do Imperador’) pelas madrugadas, até que, certa vez, param um veículo suspeito com uma carga mais suspeita ainda. Durante a abordagem, uma outra viatura se aproxima, trazendo um comandante (Igor Cotrim) corrupto que tenta dissuadir o grupo. Diante da negativa de Amado, uma desavença se arma dentro da polícia civil brasiliense, colocando em risco não só o batalhão chefiado pela capitã (Adriana Lessa, a Deusa de ‘O Clone’), mas também a vida daqueles que são caros a Amado.

Mesmo não sendo tão jovenzinhos, os diretores Edu Felistoque e Erik de Castro mostram o quanto os filmes de ação da década de 1980 inspiram a realização de ‘Amado’ ao fazerem um longa cujo protagonista é misterioso, de poucas palavras e mais de atitude: o tipo de personagem que resolve tudo no braço, não na diplomacia. Assim, o roteiro de Erik de Castro constrói a jornada do lobo solitário em busca de justiça com as próprias mãos bem estilo Steven Seagal, Chuck Norris e, mais recentemente, conduzido por Liam Neeson: o sujeito brucutu caladão, sempre na dele, cujos princípios conduzem a história e que mostram que, apesar do sistema ser falho, há justiça nesse mundo, porque há pessoas boas como esses protagonistas que fazem a justiça acontecer, ainda que a seu próprio modo.

Inspirado numa história real, o longa – localizado e passado em Brasília e com elenco que inclui atores brasilienses – poderia talvez ter contextualizado melhor esse personagem para um público que possivelmente não o conheceu. Mas descentraliza a violência do eixo Rio-São Paulo levando-a a Ceilândia, mostrando que a violência urbana não é exclusiva da região sudeste do país, e ainda traz sequências de ação, tiroteio e perseguição bem no estilo que o público de filmes de ação curte – e que, na telona, ganha profundidade. ‘Amado’ quer mostrar a polícia que dá certo num país fraturado por camadas de corrupção. É o tipo de personagem que poderia ganhar continuação, e que depende do retorno de seu público para fazer isso acontecer.

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