Pela segunda vez nesta sexta temporada a trama de Roanoke chega a sua conclusão. Esse ano de American Horror Story apresentou arcos bastante delineados, e, ainda assim, uma das tramas mais focadas de todo o histórico da série. Enquanto os cinco primeiros episódios foram apresentados como um documentário – My Roanoke Nightmare –, o sexto virou o jogo, aumentou os riscos e se jogou com tudo no found footage – Return to Roanoke: 3 Days in Hell. Na próxima semana, a Season Finale, entraremos em mais um terreno inexplorado, e também marcará o retorno de uma das personagens mais queridas da franquia. Irei falar um pouco mais sobre isso no final do texto, por enquanto vamos comentar sobre o episódio desta semana.
Brutal é pouco para dizer o que testemunhamos neste nono capítulo. Apesar de poucos personagens ainda estarem respirando, o roteiro deu um jeito introduzir mais alguns para dar continuidade ao horror, e eles surpreendentemente não pareceram tão aleatórios quanto se poderia esperar – o que é chocante, considerando que eles entraram aos 45 do segundo tempo. Esse episódio marca o retorno da atriz Taissa Farmiga à série; sua última participação foi na terceira temporada, Coven, onde ela interpretou uma das protagonistas. Não há muito o que dizer sobre sua personagem em si, soubemos bem pouco a respeito dela, mas confesso que ri com algumas pérolas que ela soltou no decorrer de sua breve jornada – como quando ela fica triste ao ver a Shelby morta porque ela “era sua favorita”.
Mais uma vez, o texto do Ryan Murphy tem um óbvio embasamento crítico a respeito da juventude desesperada por likes e seguidores. Não é nem questão de interpretação porque foram os próprios jovens que dispararam o quanto eles estavam sendo populares pela sua pequena audácia de visitar o terreno maldito. Confesso que gostaria de ter visto os jovens influenciando de alguma forma os eventos principais, e fiquei bastante esperançoso quando a personagem da Taissa partiu em direção à casa para salvar a Audrey e a Monet. Infelizmente ela nunca conseguiu sequer ser vista, e a sua aventura chegou ao fim de uma forma inesperada e completamente aterrorizante. Nós nunca nos conectamos com os jovens porque não os conhecemos – apesar de ser mais fácil nos conectarmos com a atriz em si –, mas é impossível não sentir pena deles naqueles momentos finais.
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Os gritos agonizantes da Taissa ainda estão marcados na minha mente. E a cena, para quem não sabe, foi uma grande homenagem ao clássico Holocausto Canibal, que foi um dos primeiros filmes do gênero a apresentar o formato found footage. Achei a introdução dos jovens um ótimo link com o “mundo real”, e mais uma vez reforça e confronta essa ideia de fake vs. reality. E, se por um lado eu achei que eles deviam ter causado um impacto maior à trama, por outro, acredito que se a Taissa tivesse conseguido chegar até a Audrey, isso iria quebrar a conclusão do antagonismo entre ela e a Lee. De qualquer forma, foi um ótimo presente para os fãs da série em geral, e uma participação especial realmente marcante.
Já em torno do confronto entre a Audrey e a Lee, confesso que esperava mais no embate final entre as duas. Audrey tinha potencial para se destacar como uma boa final girl, mas basicamente ficou agarrada em uma escada esperando tomar uma facada. Ainda assim, a Audrey foi uma das minhas personagens favoritas nessa temporada; todas as suas reações excêntricas estavam no ponto certo, e foi muito difícil vê-la morrendo nos minutos finais do episódio. Mas foi um ótimo twist do enredo, tirando a Sarah Paulson da jogada, e deixando a Lee na verdadeira conclusão da temporada. E, convenhamos, a Lee tem muito mais a oferecer em uma entrevista com a Lana Winters do que a Audrey teria. Se ela já era odiada pela América, imagina agora que foi filmada matando várias pessoas? Uma vilã que todos adoram odiar.
Estou muito ansioso para o desfecho desse sexto ano. Só o retorno da Lana Winters – a maior sobrevivente que você respeita – já é responsável por manter minhas expectativas lá em cima. O fato é que qualquer coisa pode acontecer neste último episódio. Sabemos que haverá uma entrevista, mas tenho certeza que o Ryan tem as suas cartas na manga, e provavelmente também teremos um pouco mais de “horror” até a conclusão desta temporada. Apesar de não ter gostado muito da forma como este ano se iniciou, tenho que confessar que tem sido uma jornada insana, cheia de reviravoltas e certamente foi uma temporada única para o legado da série. Vamos torcer para que o desfecho encerre a trama com chave de ouro, o que tornará Roanoke uma das melhores temporadas de American Horror Story.