domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Arkansas – Liam Hemswoth em filme sobre Traficantes lançado no Amazon Prime

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Este não é um filme sobre a máfia italiana estadunidense. Nem irlandesa. Não é sobre criminosos barra pesada, cujas vidas os levaram a escolhas erradas por falta de um sistema social acolhedor. Não. Pelas palavras dos próprios protagonistas, esta é a história de “criminosos entediados” – e é exatamente este o tom de ‘Arkansas’, novo lançamento da Amazon Prime.



Kyle (Liam Hemsworth) é um rapaz meio perdido na vida, sem perspectivas, cujo maior prazer é ficar embriagado. Ele ganha a vida como atravessador no tráfico de uma cidadezinha minúscula lá pelos anos 1980, mas, um dia, ele tem que sair às pressas e deixar tudo para trás, mudando-se para Arkansas, onde ganha a parceria de Swin (Clark Duke) para entregar um grande carregamento. Entretanto, no meio do caminho são flagrados pelo policial Bright (John Malkovich), que gentilmente os força a trabalhar para eles em regime estrito. O que eles não sabem é que toda essa organização do tráfico é gerenciada por Frog (Vince Vaughn).

Com pouco menos de duas horas de duração, o que de fato chama a atenção em ‘Arkansas’ é a forma como a narrativa da história é construída. O roteiro de Clark Duke (sim, o mesmo que estrela o filme) e Andrew Boonkrong, baseado no livro de John Brandon, é construído em capítulos – cinco no total – nos quais os personagens vão sendo apresentados, suas tramas vão sendo delineadas e, aos poucos, um capítulo começa a se conectar com o outro. Já viu isso em algum lugar? Sim, a construção narrativa de ‘Arkansas’ lembra bastante o estilo do Quentin Tarantino de fazer filmes – que, por sua vez, é inspirado nos antigos filmes de faroeste, cujos enredos também eram divididos episodicamente, com cada bloco ganhando um nome.

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Não só neste quesito as semelhanças de ‘Arkansas’ soam familiar com esses dois exemplos inspirativos, mas também na trilha sonora (marcada, fundamental para a ambientação da cena); no enquadramento (aqueles closes que vão fechando devagarinho no rosto do ator); o elenco, majoritariamente masculino, com movimentos de cowboys ensaiados toda vez que entram em cena; o grand finale, quando o bangue-bangue começa. É como um filme do Tarantino, mas sem a maestria do Tarantino, ficando no nível do esboço mesmo.

Então, o que, apesar das semelhanças, torna ‘Arkansas’ um filme menos atraente do que seus companheiros de gênero? Bom, apesar do elenco estelar – que entrega o que é esperado dele –, a história é vazia e monótona. Tal como seus personagens confirmam, a história de ‘Arkansas’ é entediante, e nada acrescenta na vida do espectador, nem como entretenimento. Tematicamente, lembra os igualmente insossos ‘White Boy Rick‘ ou ‘A Mula‘. É um filme para assistir porque tem o bonitinho do Liam Hemsworth, e só.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Este não é um filme sobre a máfia italiana estadunidense. Nem irlandesa. Não é sobre criminosos barra pesada, cujas vidas os levaram a escolhas erradas por falta de um sistema social acolhedor. Não. Pelas palavras dos próprios protagonistas, esta é a história de “criminosos entediados” – e é exatamente este o tom de ‘Arkansas’, novo lançamento da Amazon Prime.

Kyle (Liam Hemsworth) é um rapaz meio perdido na vida, sem perspectivas, cujo maior prazer é ficar embriagado. Ele ganha a vida como atravessador no tráfico de uma cidadezinha minúscula lá pelos anos 1980, mas, um dia, ele tem que sair às pressas e deixar tudo para trás, mudando-se para Arkansas, onde ganha a parceria de Swin (Clark Duke) para entregar um grande carregamento. Entretanto, no meio do caminho são flagrados pelo policial Bright (John Malkovich), que gentilmente os força a trabalhar para eles em regime estrito. O que eles não sabem é que toda essa organização do tráfico é gerenciada por Frog (Vince Vaughn).

Com pouco menos de duas horas de duração, o que de fato chama a atenção em ‘Arkansas’ é a forma como a narrativa da história é construída. O roteiro de Clark Duke (sim, o mesmo que estrela o filme) e Andrew Boonkrong, baseado no livro de John Brandon, é construído em capítulos – cinco no total – nos quais os personagens vão sendo apresentados, suas tramas vão sendo delineadas e, aos poucos, um capítulo começa a se conectar com o outro. Já viu isso em algum lugar? Sim, a construção narrativa de ‘Arkansas’ lembra bastante o estilo do Quentin Tarantino de fazer filmes – que, por sua vez, é inspirado nos antigos filmes de faroeste, cujos enredos também eram divididos episodicamente, com cada bloco ganhando um nome.

Não só neste quesito as semelhanças de ‘Arkansas’ soam familiar com esses dois exemplos inspirativos, mas também na trilha sonora (marcada, fundamental para a ambientação da cena); no enquadramento (aqueles closes que vão fechando devagarinho no rosto do ator); o elenco, majoritariamente masculino, com movimentos de cowboys ensaiados toda vez que entram em cena; o grand finale, quando o bangue-bangue começa. É como um filme do Tarantino, mas sem a maestria do Tarantino, ficando no nível do esboço mesmo.

Então, o que, apesar das semelhanças, torna ‘Arkansas’ um filme menos atraente do que seus companheiros de gênero? Bom, apesar do elenco estelar – que entrega o que é esperado dele –, a história é vazia e monótona. Tal como seus personagens confirmam, a história de ‘Arkansas’ é entediante, e nada acrescenta na vida do espectador, nem como entretenimento. Tematicamente, lembra os igualmente insossos ‘White Boy Rick‘ ou ‘A Mula‘. É um filme para assistir porque tem o bonitinho do Liam Hemsworth, e só.

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