Imagina reunir em um mesmo filme muitos dos rostinhos bonitos das séries e filmes mais badaladas da cultura pop dos últimos anos. Some a isso um enredo meio doido, que mistura vampirismo e um quê de terror mais cômico, e um protagonismo negro que não recai na pauta racial. Assim é ‘As Passageiras’, novo lançamento assombrado da Netflix para esse mês de Halloween.
Benny (Jorge Lendeborg Jr.) é um jovem rapaz que sonha em fazer sucesso com a música, mas é tímido para mostrar seu trabalho a produtores especializados, mesmo morando em Los Angeles. Quando ouve seu irmão, Jay (Raúl Castillo), em dificuldade por não conseguir alguém que o cobrisse em seu trabalho como motorista particular, Benny imediatamente se prontifica a fazê-lo, afinal, é sua oportunidade de dirigir um carrão supermoderno e maravilhoso. O que ele não esperava era ter como cliente as misteriosíssimas Zoe (Lucy Fry) e Blaire (Debby Ryan), que não só anunciam que vão passar em cinco festas ao longo da noite, como também possuem um peculiar gosto por sangue humano.
‘As Passageiras’ nem precisava ter uma boa história, pois o elenco reunido para a produção já é suficiente para garantir algumas milhares de visualizações mundo afora, pois além dos supracitados protagonistas o longa ainda conta com nomes como Alexander Ludwig (o Björn, de ‘Vikings’ e Ace, de ‘Heels’), Megan Fox (a Mikaela de ‘Transformers’), Alfie Owen-Allen (o Theon Greyjoy de ‘Game of Thrones’) e Sydney Sweeney (a Pippa de ‘The Voyeurs’). E um detalhe importantíssimo: todos eles interpretam vampiros, bem estilo ‘True Blood’, mas sem a nudez.
O roteiro de Brent Dillon é bastante linear e sem reviravoltas, de modo que se formos analisar a história em si, nada mais é do que um motorista levando duas moças a cinco festas ao longo de uma noite, e, em determinado momento, a coisa sai do controle. Na real, ficamos tanto tempo no rolê das festas, seguindo o objetivo das vampiras protagonistas, que quase não sobra espaço para a conclusão do filme, deixando a sensação de que para uma ameaça tão poderosa como a anunciada ao longo da produção, o embate final poderia ter rendido um pouco mais do que nos foi entregue.
Adam Randall constrói uma atmosfera hipnotizante bem estilo videoclipe para o seu ‘As Passageiras’, trabalhando bem o jogo de luzes e as cores mais escuras para ambientar o seu filme. A inserção dos efeitos especiais são bastante convincentes e não tomam conta da produção, de modo que as cenas em que são utilizadas são as mais interessantes das cerca de uma hora e quarenta de duração do filme.
‘As Passageiras’ é um filme divertido, despretensioso, com um leve toque de humor. O tipo de terror sensual com vampiros lindos e entediados que decidem tocar o terror na Cidade dos Anjos. A seguir pelo que foi apresentado, pelo gancho no final e pelo enorme sucesso que está conseguindo com o público, é bem capaz de a Netflix topar uma continuação – e, quem sabe, trazer um elenco ainda mais estelar.