domingo , 8 dezembro , 2024

Crítica | ‘Assassino Zen’ – Série ESPETACULAR da Netflix…

As formas de lidar com o cotidiano. Sentimentos que nós seres humanos julgamos ser conflitantes, como: a raiva, o medo, a insegurança, se tornam elementos centrais dos oito excelentes episódios de Assassino Zen, produção alemã disponível na Netflix. Com uma narrativa dinâmica, usando – sem abusar – da quebra da quarta parede, esse projeto mostra a desconstrução de um protagonista, na corda bamba da moral e da ética, sendo parte de um contexto curioso onde lições em meio ao caos vem de encontro a muitas considerações existenciais.



Na trama, conhecemos o advogado Björn Diemel (Tom Schilling) que trabalha em um grande escritório de advocacia na função de liberar bandidos para um chefão local. Infeliz no trabalho, com dificuldades em reestruturar os laços afetivos da própria família, vive seu cotidiano com a corda no pescoço. Tudo isso muda quando resolve fazer um intensivão num curso de ‘atenção plena’ com um guru que lhe entrega saídas para momentos difíceis. Assim, colocando em prática tudo que aprendeu, se envolve em uma série de situações conflitantes a partir da morte de um famoso criminoso, cliente dele.

Fazer coisas boas para pessoas ruins. Esse, que é o gatilho do personagem principal, não deixa de ser um reforço da premissa de um roteiro que transborda observações sobre as Inter-relações dentro do sentido da mutualidade. Longe de buscar explicações simplórias, nos joga numa corrente de comportamentos, de pensamentos, através de um escancarado paralelo nas derrapadas da psiquê humana, num choque de interpretações entre o consciente e o inconsciente. São brilhantes as conexões que surgem, sempre tendo como foco principal o estalo na vida de seu protagonista.

Aqui acontece o caso da narrativa sendo fielmente ao proposto pelo discurso. E com uma importante contribuição, a da criatividade. Com a maioria dos episódios – com cerca de 35 minutos de duração cada um – vemos o depois e voltamos ao antes, um flashback em forma de rebobinada que cria um ritmo intenso, além de reviravoltas realmente inesperadas. A cereja do bolo é a quebra da quarta parede de forma inteligente, lúcida, e que nos ajudam a entender melhor todas as camadas de um personagem fascinante. Uma aula de atuação de Tom Schilling.

Como lidar com o tempo? Como equilibrar a atenção entre trabalho e família? Um ponto como âncora nos momentos de pânico, o controle da raiva, as ilhas de tempo, a atenção ao que geralmente não se percebe. Passando por incertezas, e certezas com novos significados, dentro de uma nova forma de enxergar o que sempre esteve na frente, as consequências ganham contornos sombrios pelas ações duvidosas que se seguem. Diemel se veste de anti-herói e conquistará a muitos de nós, jogando reflexões para o lado de cá da tela também.

Assassino Zen com tantos méritos, se consolida como uma das melhores séries de 2024. Golaço da Netflix!

 

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As formas de lidar com o cotidiano. Sentimentos que nós seres humanos julgamos ser conflitantes, como: a raiva, o medo, a insegurança, se tornam elementos centrais dos oito excelentes episódios de Assassino Zen, produção alemã disponível na Netflix. Com uma narrativa dinâmica, usando – sem abusar – da quebra da quarta parede, esse projeto mostra a desconstrução de um protagonista, na corda bamba da moral e da ética, sendo parte de um contexto curioso onde lições em meio ao caos vem de encontro a muitas considerações existenciais.

Na trama, conhecemos o advogado Björn Diemel (Tom Schilling) que trabalha em um grande escritório de advocacia na função de liberar bandidos para um chefão local. Infeliz no trabalho, com dificuldades em reestruturar os laços afetivos da própria família, vive seu cotidiano com a corda no pescoço. Tudo isso muda quando resolve fazer um intensivão num curso de ‘atenção plena’ com um guru que lhe entrega saídas para momentos difíceis. Assim, colocando em prática tudo que aprendeu, se envolve em uma série de situações conflitantes a partir da morte de um famoso criminoso, cliente dele.

Fazer coisas boas para pessoas ruins. Esse, que é o gatilho do personagem principal, não deixa de ser um reforço da premissa de um roteiro que transborda observações sobre as Inter-relações dentro do sentido da mutualidade. Longe de buscar explicações simplórias, nos joga numa corrente de comportamentos, de pensamentos, através de um escancarado paralelo nas derrapadas da psiquê humana, num choque de interpretações entre o consciente e o inconsciente. São brilhantes as conexões que surgem, sempre tendo como foco principal o estalo na vida de seu protagonista.

Aqui acontece o caso da narrativa sendo fielmente ao proposto pelo discurso. E com uma importante contribuição, a da criatividade. Com a maioria dos episódios – com cerca de 35 minutos de duração cada um – vemos o depois e voltamos ao antes, um flashback em forma de rebobinada que cria um ritmo intenso, além de reviravoltas realmente inesperadas. A cereja do bolo é a quebra da quarta parede de forma inteligente, lúcida, e que nos ajudam a entender melhor todas as camadas de um personagem fascinante. Uma aula de atuação de Tom Schilling.

Como lidar com o tempo? Como equilibrar a atenção entre trabalho e família? Um ponto como âncora nos momentos de pânico, o controle da raiva, as ilhas de tempo, a atenção ao que geralmente não se percebe. Passando por incertezas, e certezas com novos significados, dentro de uma nova forma de enxergar o que sempre esteve na frente, as consequências ganham contornos sombrios pelas ações duvidosas que se seguem. Diemel se veste de anti-herói e conquistará a muitos de nós, jogando reflexões para o lado de cá da tela também.

Assassino Zen com tantos méritos, se consolida como uma das melhores séries de 2024. Golaço da Netflix!

 

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