domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos – Desfecho da Trilogia Não Acompanha Proposta Inicial

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Estávamos ainda saindo da pandemia, em 2022, quando chegou ao catálogo da Netflix um romancezinho fofinho juvenil, de primeiro grande amor, que arrebatou os assinantes da plataforma. O motivo? A história envolvia a grande paixão jovem proibida, com bastante pimenta debaixo do edredom e um estilo de vida solto, abastado e sem limites. Este é ‘Através da Minha Janela’, que se manteve no Top 10 da gigante do streaming durante semanas em 2022. Após a sequência, lançada no ano passado, chegou recentemente à plataforma a terceira e última parte dessa história de romance juvenil, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’, que vem repetindo o feito de seus antecessores e vem se mantendo entre as produções mais vistas.



Após as frustradas férias de verão em Barcelona, o romance de Raquel (Clara Galle) e Ares (Julio Peña) terminou. Raquel voltou para sua casa, para sua vida, e agora está se relacionando com Gregory (Ivan Lapadula), a quem conhecera durante as férias. Os meses passaram, e as férias de fim de ano se aproximam. Raquel teve seu manuscrito aceito por uma editora graças a seu finado amigo, Yoshi, e está às voltas com a publicação. Porém, com o Natal chegando, Ares está de volta à casa vizinha, e trouxe junto sua atual namorada, Vera (Andrea Chaparro). O clima frio e a presença constante de Ares em todos os lugares que vai fará com que Raquel balance sobre suas escolhas.

Seguindo a mesma minutagem e a mesma fórmula dos filmes anteriores, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’ se vale por ser o capítulo final de uma trilogia que cativou leitores e espectadores, porém, o resultado final da produção fica bem abaixo do que é trazido no livro e bem aquém do que poderia ser feito para agradar a expectativa dos fãs.

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De um modo geral, é como se o roteiro de Eduard Sola e Ariana Godoy não tivesse história. Claro, sabemos que o casal protagonista está enfrentando aquele distanciamento que – sabemos – é só um pretexto para o final feliz. O problema no roteiro é não oferecer elementos minimamente interessantes como empecilho para o casal enxergar que se ama. Desse modo, as uma hora e quarenta e cinco do filme faz os protagonistas atravessarem situações infantis (perto do que já viveram nos filmes anteriores), como o medo de Vera terminar o namoro com Ares por medo de perder status social e ser renegada pela família. Cansativo.

Marçal Forés volta a comandar este terceiro filme, porém, imprime menos interesse em realizar um filme tal qual a jornada dos personagens. As tais cenas calientes, que fizeram o caminho da franquia, agora são pouquíssimas, e interrompidas; o luxo e glamour que contrastava na vida dos protagonistas desapareceu, e ficamos quase como um romancezinho meia-bomba; por fim, em vez de dar mais emoção aos dramas para valorizar o final feliz, o diretor gasta um tempão na vida do irmão mais velho, Artemis (Eric Masip), como se alguém estivesse interessado nele.

Sem sal e sem carisma, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’ perdeu total o fôlego da franquia. Melhor ficar nos dois primeiros filmes mesmo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos – Desfecho da Trilogia Não Acompanha Proposta Inicial

Estávamos ainda saindo da pandemia, em 2022, quando chegou ao catálogo da Netflix um romancezinho fofinho juvenil, de primeiro grande amor, que arrebatou os assinantes da plataforma. O motivo? A história envolvia a grande paixão jovem proibida, com bastante pimenta debaixo do edredom e um estilo de vida solto, abastado e sem limites. Este é ‘Através da Minha Janela’, que se manteve no Top 10 da gigante do streaming durante semanas em 2022. Após a sequência, lançada no ano passado, chegou recentemente à plataforma a terceira e última parte dessa história de romance juvenil, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’, que vem repetindo o feito de seus antecessores e vem se mantendo entre as produções mais vistas.

Após as frustradas férias de verão em Barcelona, o romance de Raquel (Clara Galle) e Ares (Julio Peña) terminou. Raquel voltou para sua casa, para sua vida, e agora está se relacionando com Gregory (Ivan Lapadula), a quem conhecera durante as férias. Os meses passaram, e as férias de fim de ano se aproximam. Raquel teve seu manuscrito aceito por uma editora graças a seu finado amigo, Yoshi, e está às voltas com a publicação. Porém, com o Natal chegando, Ares está de volta à casa vizinha, e trouxe junto sua atual namorada, Vera (Andrea Chaparro). O clima frio e a presença constante de Ares em todos os lugares que vai fará com que Raquel balance sobre suas escolhas.

Seguindo a mesma minutagem e a mesma fórmula dos filmes anteriores, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’ se vale por ser o capítulo final de uma trilogia que cativou leitores e espectadores, porém, o resultado final da produção fica bem abaixo do que é trazido no livro e bem aquém do que poderia ser feito para agradar a expectativa dos fãs.

De um modo geral, é como se o roteiro de Eduard Sola e Ariana Godoy não tivesse história. Claro, sabemos que o casal protagonista está enfrentando aquele distanciamento que – sabemos – é só um pretexto para o final feliz. O problema no roteiro é não oferecer elementos minimamente interessantes como empecilho para o casal enxergar que se ama. Desse modo, as uma hora e quarenta e cinco do filme faz os protagonistas atravessarem situações infantis (perto do que já viveram nos filmes anteriores), como o medo de Vera terminar o namoro com Ares por medo de perder status social e ser renegada pela família. Cansativo.

Marçal Forés volta a comandar este terceiro filme, porém, imprime menos interesse em realizar um filme tal qual a jornada dos personagens. As tais cenas calientes, que fizeram o caminho da franquia, agora são pouquíssimas, e interrompidas; o luxo e glamour que contrastava na vida dos protagonistas desapareceu, e ficamos quase como um romancezinho meia-bomba; por fim, em vez de dar mais emoção aos dramas para valorizar o final feliz, o diretor gasta um tempão na vida do irmão mais velho, Artemis (Eric Masip), como se alguém estivesse interessado nele.

Sem sal e sem carisma, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’ perdeu total o fôlego da franquia. Melhor ficar nos dois primeiros filmes mesmo.

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