quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos – Desfecho da Trilogia Não Acompanha Proposta Inicial

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Estávamos ainda saindo da pandemia, em 2022, quando chegou ao catálogo da Netflix um romancezinho fofinho juvenil, de primeiro grande amor, que arrebatou os assinantes da plataforma. O motivo? A história envolvia a grande paixão jovem proibida, com bastante pimenta debaixo do edredom e um estilo de vida solto, abastado e sem limites. Este é ‘Através da Minha Janela’, que se manteve no Top 10 da gigante do streaming durante semanas em 2022. Após a sequência, lançada no ano passado, chegou recentemente à plataforma a terceira e última parte dessa história de romance juvenil, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’, que vem repetindo o feito de seus antecessores e vem se mantendo entre as produções mais vistas.



Após as frustradas férias de verão em Barcelona, o romance de Raquel (Clara Galle) e Ares (Julio Peña) terminou. Raquel voltou para sua casa, para sua vida, e agora está se relacionando com Gregory (Ivan Lapadula), a quem conhecera durante as férias. Os meses passaram, e as férias de fim de ano se aproximam. Raquel teve seu manuscrito aceito por uma editora graças a seu finado amigo, Yoshi, e está às voltas com a publicação. Porém, com o Natal chegando, Ares está de volta à casa vizinha, e trouxe junto sua atual namorada, Vera (Andrea Chaparro). O clima frio e a presença constante de Ares em todos os lugares que vai fará com que Raquel balance sobre suas escolhas.

Seguindo a mesma minutagem e a mesma fórmula dos filmes anteriores, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’ se vale por ser o capítulo final de uma trilogia que cativou leitores e espectadores, porém, o resultado final da produção fica bem abaixo do que é trazido no livro e bem aquém do que poderia ser feito para agradar a expectativa dos fãs.

De um modo geral, é como se o roteiro de Eduard Sola e Ariana Godoy não tivesse história. Claro, sabemos que o casal protagonista está enfrentando aquele distanciamento que – sabemos – é só um pretexto para o final feliz. O problema no roteiro é não oferecer elementos minimamente interessantes como empecilho para o casal enxergar que se ama. Desse modo, as uma hora e quarenta e cinco do filme faz os protagonistas atravessarem situações infantis (perto do que já viveram nos filmes anteriores), como o medo de Vera terminar o namoro com Ares por medo de perder status social e ser renegada pela família. Cansativo.

Marçal Forés volta a comandar este terceiro filme, porém, imprime menos interesse em realizar um filme tal qual a jornada dos personagens. As tais cenas calientes, que fizeram o caminho da franquia, agora são pouquíssimas, e interrompidas; o luxo e glamour que contrastava na vida dos protagonistas desapareceu, e ficamos quase como um romancezinho meia-bomba; por fim, em vez de dar mais emoção aos dramas para valorizar o final feliz, o diretor gasta um tempão na vida do irmão mais velho, Artemis (Eric Masip), como se alguém estivesse interessado nele.

Sem sal e sem carisma, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’ perdeu total o fôlego da franquia. Melhor ficar nos dois primeiros filmes mesmo.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Após as frustradas férias de verão em Barcelona, o romance de Raquel (Clara Galle) e Ares (Julio Peña) terminou. Raquel voltou para sua casa, para sua vida, e agora está se relacionando com Gregory (Ivan Lapadula), a quem conhecera durante as férias. Os meses passaram, e as férias de fim de ano se aproximam. Raquel teve seu manuscrito aceito por uma editora graças a seu finado amigo, Yoshi, e está às voltas com a publicação. Porém, com o Natal chegando, Ares está de volta à casa vizinha, e trouxe junto sua atual namorada, Vera (Andrea Chaparro). O clima frio e a presença constante de Ares em todos os lugares que vai fará com que Raquel balance sobre suas escolhas.

Seguindo a mesma minutagem e a mesma fórmula dos filmes anteriores, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’ se vale por ser o capítulo final de uma trilogia que cativou leitores e espectadores, porém, o resultado final da produção fica bem abaixo do que é trazido no livro e bem aquém do que poderia ser feito para agradar a expectativa dos fãs.

De um modo geral, é como se o roteiro de Eduard Sola e Ariana Godoy não tivesse história. Claro, sabemos que o casal protagonista está enfrentando aquele distanciamento que – sabemos – é só um pretexto para o final feliz. O problema no roteiro é não oferecer elementos minimamente interessantes como empecilho para o casal enxergar que se ama. Desse modo, as uma hora e quarenta e cinco do filme faz os protagonistas atravessarem situações infantis (perto do que já viveram nos filmes anteriores), como o medo de Vera terminar o namoro com Ares por medo de perder status social e ser renegada pela família. Cansativo.

Marçal Forés volta a comandar este terceiro filme, porém, imprime menos interesse em realizar um filme tal qual a jornada dos personagens. As tais cenas calientes, que fizeram o caminho da franquia, agora são pouquíssimas, e interrompidas; o luxo e glamour que contrastava na vida dos protagonistas desapareceu, e ficamos quase como um romancezinho meia-bomba; por fim, em vez de dar mais emoção aos dramas para valorizar o final feliz, o diretor gasta um tempão na vida do irmão mais velho, Artemis (Eric Masip), como se alguém estivesse interessado nele.

Sem sal e sem carisma, ‘Através da Minha Janela 3: Olhos nos Olhos’ perdeu total o fôlego da franquia. Melhor ficar nos dois primeiros filmes mesmo.

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