segunda-feira, março 18, 2024

Crítica | Aventura em Miniatura – Animação chinesa é bem feita, mas traz uma história confusa

É sempre com um misto de espanto e de felicidade que vemos anunciar na grade dos cinemas brasileiros produções de outros países para além do eixo comercial comum, e esse é o grande trunfo do longa ‘Aventura em Miniatura’ – uma animação chinesa que chega ao circuito comercial do Brasil. Afinal, você lembra da última vez em que viu uma animação da China no cinema da sua cidade?

Vamos à história: começamos conhecendo o pequeno Viktor, um menino que parece ter uma ligação muito forte com o pai, realizando diversas atividades com ele. Um dia, o pai vai embora para o exército, e, com isso, quase nunca mais encontrou tempo para o filho (e tudo isso subentendemos com o passar das imagens). Em seguida, vemos Viktor já adulto, bastante ranzinza – algo próximo do Gargamel, de ‘Os Smurfs’ –, um inventor frustrado focado em ser o próximo Tesla das criações tecnológicas. Um dia ele recebe a visita do pai, após anos sem se verem, e isso gera um conflito na relação dos dois. Daí de repente surgem dois ursos, e, numa briga entre os dois humanos, a última invenção de Viktor acaba dando certo ao revés, e a máquina solta uma luz que acaba encolhendo a ele e aos dois ursos – com quem tem uma rixa antiga mal resolvida.

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Dito isto, ‘Aventura em Miniatura’ é uma animação bem feita, porém bastante confusa – e isso não tem a ver com o distanciamento cultural entre Brasil e China. Tem a ver com o fato do roteiro de Lin Jiang, Qin Wan e Rachel Xu ser um bocado truncado – a bem da verdade, é como se o roteiro colocasse “a carroça na frente dos bois”. Constantemente ao longo dos 1h30 de filme, as coisas acontecem primeiro, para serem explicadas depois – e nem todas ganham uma explicação. Considerando que o público alvo é crianças até 10 anos, a falta de linearidade, lógica e continuidade pode comprometer o resultado final para o espectador, uma vez que as crianças pequenas estão cada vez mais perspicazes.

Outro ponto que deve ser considerado é que para um melhor entendimento de ‘Aventura em Miniatura’ é preciso assistir aos filmes anteriores: ‘Boonie Bears ao Resgate’ (2014), ‘Boonie Bears – Inverno Mágico’ (2015) e ‘Fantástica – Uma Aventura no Mundo Boonie Bears’ (2017). Isto porque para entender melhor o porquê das coisas acontecerem neste ‘Aventura em Miniatura’, parte das explicações estão nos filmes anteriores: o motivo da rixa entre Viktor e os Boonie Bears, por que Viktor é uma espécie de vilão e de antagonista neste universo, o papel dos Boonie Bears na floresta de Pine Tree Mountain, etc.

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No quesito entretenimento, o longa espelha-se em outras animações de sucesso, como ‘Madagascar’, ‘Por Água Abaixo’, ‘Pica-Pau’, ‘Kung Fu Panda’, ‘Querida, Encolhi as Crianças‘, dentre outras, e essa semelhança é de fácil reconhecimento para os pimpolhos, além de facilitar o vínculo com a história, que, de maneira indireta porém evidente, trata da questão da poluição e do lixo na natureza, o impacto que isso causa no habitat natural das espécies e no ciclo natural do meio ambiente.

De uma maneira geral, ‘Aventura em Miniatura’ tem um traço bem feito, com especial atenção na criação da textura da água e das plantas, o que dá um ar mais realista ao efeito visual. Com uma boa intenção, o desenho traz uma história confusa, embora bem realizada, que só faz sentido para quem já viu os filmes anteriores.

 

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