sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Bad Trip – Comédia zoadaça estilo ‘Borat’ e ‘Jackass’ estreia na Netflix

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Viver em sociedade é, de certo modo, obedecer a regras de etiqueta e de conduta. Por exemplo, quando estamos na rua, espera-se que todas as pessoas estejam vestidas e agindo de acordo com a interação pública, e não que alguém de repente saia pulando os carros ou que simplesmente tire a roupa do nada. Mas é exatamente esse tipo de coisa que o espectador vai encontrar em ‘Bad Trip’, nova comédia lançada pela Netflix.



Chris (Eric André, que dubla o Luci na versão original de ‘(Des)encanto‘) e Bud Malone (Lil Rel Howery) são dois perdedores, e são melhores amigos. Um dia Maria (Michaela Conlin) aparece no trabalho de Chris e ele se descontrola, afinal, ela é sua paixão de adolescência. Maria diz que é curadora de galeria de arte em Nova York e o convida a aparecer lá se um dia for à cidade. É o suficiente para que Chris convença Bud a roubar o carro de sua irmã, Trina (Tiffany Haddish), para que, juntos, façam uma viagem até a Big Apple. A questão é que quando Trina sai da cadeia e descobre que seu carro não está onde deveria estar, ela começa uma caçada furiosa atrás dos dois.

A criação de Eric André, Kitao Sakurai e Andrew Barchilon é montada para ser pegadinhas sequenciadas, costuradas por uma linha narrativa que é referida jornada da dupla de amigos em direção à musa de Chris. Isso faz com que o filme de uma hora e meia seja todo gravado com aquelas cenas que ocorrem no meio da rua com transeuntes aleatórios, pegando as pessoas de surpresa, como podemos ver em filmes como ‘Borat’. A questão aqui é que, embora seja uma comédia, ao contrário do filme de Sacha Baron Cohen indicado ao Oscar, ‘Bad Trip’ tem uma proposta mais tosqueria-trash, como víamos em ‘Jackass’, cujo foco é desafiar o público e os protagonistas ao limite de suas reações.

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Para atingir esse resultado hiper-realista, o roteiro elaborado por Eric André, Kitao Sakurai e Dan Curry não poupa o espectador, e traz cenas escatológicas e de cunho sexual totalmente desnecessárias no segundo arco do longa – o que eleva a classificação da produção para maiores de 18 anos. Com um primeiro arco surpreendente, que real faz a gente rir e colocar a mão na boca em espanto, ‘Bad Trip’ vai perdendo fôlego no meio, para voltar no fim com um cenário apoteótico. Dada a pouca história, o diretor Kitao Sakurai talvez devesse tê-la enxugado um pouco e a transformado em um média metragem mais curto, porém mais impactante e acelerado.

Voltado para o público que se amarra em um besteirol descompromissado, ‘Bad Trip’ é uma comédia zoadaça, como costumava fazer a MTV nos anos 90. Trazendo uma pitada de ‘As Branquelas’ com a pegadinha do Faustão e do Pânico, tem cenas de bastidores hilárias que superam a comicidade de algumas esquetes. Fique até o final para ver.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Crítica | Bad Trip – Comédia zoadaça estilo ‘Borat’ e ‘Jackass’ estreia na Netflix

Viver em sociedade é, de certo modo, obedecer a regras de etiqueta e de conduta. Por exemplo, quando estamos na rua, espera-se que todas as pessoas estejam vestidas e agindo de acordo com a interação pública, e não que alguém de repente saia pulando os carros ou que simplesmente tire a roupa do nada. Mas é exatamente esse tipo de coisa que o espectador vai encontrar em ‘Bad Trip’, nova comédia lançada pela Netflix.

Chris (Eric André, que dubla o Luci na versão original de ‘(Des)encanto‘) e Bud Malone (Lil Rel Howery) são dois perdedores, e são melhores amigos. Um dia Maria (Michaela Conlin) aparece no trabalho de Chris e ele se descontrola, afinal, ela é sua paixão de adolescência. Maria diz que é curadora de galeria de arte em Nova York e o convida a aparecer lá se um dia for à cidade. É o suficiente para que Chris convença Bud a roubar o carro de sua irmã, Trina (Tiffany Haddish), para que, juntos, façam uma viagem até a Big Apple. A questão é que quando Trina sai da cadeia e descobre que seu carro não está onde deveria estar, ela começa uma caçada furiosa atrás dos dois.

A criação de Eric André, Kitao Sakurai e Andrew Barchilon é montada para ser pegadinhas sequenciadas, costuradas por uma linha narrativa que é referida jornada da dupla de amigos em direção à musa de Chris. Isso faz com que o filme de uma hora e meia seja todo gravado com aquelas cenas que ocorrem no meio da rua com transeuntes aleatórios, pegando as pessoas de surpresa, como podemos ver em filmes como ‘Borat’. A questão aqui é que, embora seja uma comédia, ao contrário do filme de Sacha Baron Cohen indicado ao Oscar, ‘Bad Trip’ tem uma proposta mais tosqueria-trash, como víamos em ‘Jackass’, cujo foco é desafiar o público e os protagonistas ao limite de suas reações.

Para atingir esse resultado hiper-realista, o roteiro elaborado por Eric André, Kitao Sakurai e Dan Curry não poupa o espectador, e traz cenas escatológicas e de cunho sexual totalmente desnecessárias no segundo arco do longa – o que eleva a classificação da produção para maiores de 18 anos. Com um primeiro arco surpreendente, que real faz a gente rir e colocar a mão na boca em espanto, ‘Bad Trip’ vai perdendo fôlego no meio, para voltar no fim com um cenário apoteótico. Dada a pouca história, o diretor Kitao Sakurai talvez devesse tê-la enxugado um pouco e a transformado em um média metragem mais curto, porém mais impactante e acelerado.

Voltado para o público que se amarra em um besteirol descompromissado, ‘Bad Trip’ é uma comédia zoadaça, como costumava fazer a MTV nos anos 90. Trazendo uma pitada de ‘As Branquelas’ com a pegadinha do Faustão e do Pânico, tem cenas de bastidores hilárias que superam a comicidade de algumas esquetes. Fique até o final para ver.

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