sexta-feira, março 29, 2024

Crítica | Belas e Perseguidas

Não, Reese, não!

Filmes como Belas e Perseguidas servem para um único propósito aos avaliadores, não precisarmos pensar muito na hora de eleger os piores do ano. Para quem achava que já havíamos visto do pior, esta “comédia” chega para provar que 2015 ainda não acabou. E o sofrimento também não. Recentemente, fiz no CinePop uma lista com as piores produções cinematográficas da primeira metade do ano. Bom, é seguro dizer que Belas e Perseguidas estará figurando na lista completa, e quem sabe em primeiro lugar.

Novo veículo de comédia para a estrela Reese Witherspoon (mal dá para acreditar que a atriz acabou de sair de uma indicação ao Oscar pelo ótimo Livre), Belas e Perseguidas aposta na dinâmica das duplas disfuncionais, a qual atingiu seu auge lá na década de 1980. Justamente por isso, o filme soa incrivelmente datado, e como algo que ficou engavetado por décadas, apesar de não ser este o caso – afinal, se fosse, o material deveria ser incinerado e não resgatado hoje.

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Tudo é extremamente cínico e quase nada funciona. Fica claro também que a Warner tentou pescar o filão conquistado pela Fox em 2013, quando As Bem Armadas somou US$ 230 milhões mundialmente, recebeu boas críticas e garantiu o aval para uma continuação. A estrutura é a mesma, temos a policial certinha, controladora e motivo de chacota (Sandra Bullock em As Bem Armadas e Reese Witherspoon aqui) e a figura exótica e tresloucada (Melissa McCarthy em As Bem Armdas e Sofía Vergara aqui).

O negócio é que não basta repetir uma fórmula sem conteúdo. E Belas e Perseguidas soa extremamente “montado” e sem alma. As situações são as mais absurdas e não fazem qualquer sentido. É como se estivéssemos assistindo a algo passado fora do planeta Terra. Não existe coerência com qualquer coisa que se assemelhe à realidade. As piadas não acertam o gol, e o espaço para cenas tão ruins que chegam próximo a serem boas (mas não o suficiente), como quando Witherspoon e Vergara se disfarçam de veado (sim, é triste neste nível), imperam.

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Na trama, Witherspoon é a única sobrevivente da força policial designada a proteger uma testemunha de um cartel do tráfico, após um ataque de assassinos. Agora, cabe a protagonista levar a personagem Daniella Riva (Sofía Vergara) em segurança até seu destino. No caminho, irão se deparar com policiais corruptos, um ônibus desgovernado cheio de turistas idosos, um condenado boa praça (com quem a protagonista irá se envolver amorosamente) e um caipira seduzido por uma das cenas de lesbianismo sensual mais “toscas” da história.

Para quem acha que um pouco de Sofía Vergara é demais (como eu – toda a sua sensualidade se esvai no momento em que abre a boca), saiba que aqui o termo “caricatura”, o qual domina a carreira da moça, é pouco para definir o esboço chamado Daniella Riva. A diretora Anne Fletcher, que tem bons trabalhos na carreira, como A Proposta (2009) e Minha Mãe é uma Viagem (2012), volta aos tempos do horroroso Vestida para Casar (2008) com seu novo filme. Um desperdício de tempo e dinheiro. Passem bem longe.

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