terça-feira , 24 dezembro , 2024

Crítica | Belas Promessas – As faces da engrenagem política em uma França com problemas no campo da habitação

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Política se faz com o que se é. Escrito pela dupla Jean-Baptiste Delafon e Thomas Kruithof, dirigido pelo segundo, o longa-metragem francês Belas Promessas passeia pelos bastidores da política nos arredores da grande capital francesa, mais detalhadamente nas ações, escolhas e conflitos de uma prefeita do subúrbio parisiense. Rodado em pouco mais de um mês em Clichy-sous-Bois e Seine-Saint-Denis, lugares próximos de Paris, o longa-metragem passeia pelo ‘disse, me disse’ da engrenagem política em uma França com problemas no campo da habitação. O projeto é protagonizado pela ótima atriz francesa Isabelle Huppert.

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Na trama, conhecemos Clémence (Isabelle Huppert), um ex-médica que é a prefeita de um município, terceira maior cidade do subúrbio parisiense, uma figura política bem próximas de toda a comunidade da região que está nos últimos momentos no cargo não deixará após esse mandato. Um dos seus maiores desafios é resolver a situação de um quase abandonado conjunto habitacional chamado Bernardins. Para tal, ela conta com a ajuda de seu chefe de gabinete, o inteligente Yazid (Reda Kateb), um homem que já morou nesse lugar no passado. Certo dia, Clémence recebe uma ligação com a possibilidade de um cargo para ela no alto ministério francês, fator que vai influenciar suas decisões dali pra frente, mudando inclusive algumas visões que tinha sobre política.

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Em certos momentos o espectador pode se enxergar perdido na história. A narrativa se constrói em torno de uma protagonista mal definida na trama e por isso os primeiros minutos tornam-se maçante. Um embolado blá blá blá sobre política, muito confuso, ganha espaço. Quando o clímax se aproxima, o que gera o maior conflito, a possível nomeação para ser ministra, pensamos na expressão que é dita durante a projeção: ‘Mais poder, menos liberdade’. Tendo esse contraponto por perto, tudo começa a fazer um pouco mais de sentido, é a melhor maneira de nos guiar pelos enroscados conflitos que se seguem na vida da protagonista. Até os embates com seu chefe de gabinete, em certa altura de uma determinada situação que se envolvem onde a verdade acaba não importando mais, ganham relevância. Há um outro fato interessante sobre a personagem de Huppert: se é de direita, centro ou esquerda, o próprio espectador precisa definir, já que não há menção sobre a questão de qual partido político ela pertence.

Como crítica social que gera reflexões, chegamos na questão chave sobre os diferentes pontos de vistas que giram em torno de mais de 3 mil pessoas em situação complicada num conjunto habitacional. Indo a fundo, vemos desde problemas com o sindicato, com a prefeitura, até mesmo a exploração de imigrantes ilegais tendo que se alojar em lugares sem o mínimo de segurança e saneamento básico, tratados das mais diversas formas desumanas, principalmente o descaso.

Exibido no Festival de Veneza em 2021 e também no Festival do Rio do mesmo ano, Belas Promessas chega nas salas de cinema na primeira semana de março de 2023. Mesmo com um início nada promissor acaba gerando ótimos assuntos para refletirmos.

 

 

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Política se faz com o que se é. Escrito pela dupla Jean-Baptiste Delafon e Thomas Kruithof, dirigido pelo segundo, o longa-metragem francês Belas Promessas passeia pelos bastidores da política nos arredores da grande capital francesa, mais detalhadamente nas ações, escolhas e conflitos de uma prefeita do subúrbio parisiense. Rodado em pouco mais de um mês em Clichy-sous-Bois e Seine-Saint-Denis, lugares próximos de Paris, o longa-metragem passeia pelo ‘disse, me disse’ da engrenagem política em uma França com problemas no campo da habitação. O projeto é protagonizado pela ótima atriz francesa Isabelle Huppert.

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Na trama, conhecemos Clémence (Isabelle Huppert), um ex-médica que é a prefeita de um município, terceira maior cidade do subúrbio parisiense, uma figura política bem próximas de toda a comunidade da região que está nos últimos momentos no cargo não deixará após esse mandato. Um dos seus maiores desafios é resolver a situação de um quase abandonado conjunto habitacional chamado Bernardins. Para tal, ela conta com a ajuda de seu chefe de gabinete, o inteligente Yazid (Reda Kateb), um homem que já morou nesse lugar no passado. Certo dia, Clémence recebe uma ligação com a possibilidade de um cargo para ela no alto ministério francês, fator que vai influenciar suas decisões dali pra frente, mudando inclusive algumas visões que tinha sobre política.

Em certos momentos o espectador pode se enxergar perdido na história. A narrativa se constrói em torno de uma protagonista mal definida na trama e por isso os primeiros minutos tornam-se maçante. Um embolado blá blá blá sobre política, muito confuso, ganha espaço. Quando o clímax se aproxima, o que gera o maior conflito, a possível nomeação para ser ministra, pensamos na expressão que é dita durante a projeção: ‘Mais poder, menos liberdade’. Tendo esse contraponto por perto, tudo começa a fazer um pouco mais de sentido, é a melhor maneira de nos guiar pelos enroscados conflitos que se seguem na vida da protagonista. Até os embates com seu chefe de gabinete, em certa altura de uma determinada situação que se envolvem onde a verdade acaba não importando mais, ganham relevância. Há um outro fato interessante sobre a personagem de Huppert: se é de direita, centro ou esquerda, o próprio espectador precisa definir, já que não há menção sobre a questão de qual partido político ela pertence.

Como crítica social que gera reflexões, chegamos na questão chave sobre os diferentes pontos de vistas que giram em torno de mais de 3 mil pessoas em situação complicada num conjunto habitacional. Indo a fundo, vemos desde problemas com o sindicato, com a prefeitura, até mesmo a exploração de imigrantes ilegais tendo que se alojar em lugares sem o mínimo de segurança e saneamento básico, tratados das mais diversas formas desumanas, principalmente o descaso.

Exibido no Festival de Veneza em 2021 e também no Festival do Rio do mesmo ano, Belas Promessas chega nas salas de cinema na primeira semana de março de 2023. Mesmo com um início nada promissor acaba gerando ótimos assuntos para refletirmos.

 

 

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