quinta-feira , 19 dezembro , 2024

Crítica | Berenice Procura – Cláudia Abreu e Valentina Sampaio brilham na adaptação de Garcia-Roza

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Whodunit Nacional

Recentemente estreou nos cinemas – ainda em cartaz – o drama musical com tintas de folhetim Paraíso Perdido, de Monique Gardenberg. O longa passado no universo de um clube noturno, traz como foco todas as complexas criaturas que nele habitam, circulando a narrativa em torno de uma família peculiar, porém, muito unida. No centro de tudo está Imã, o transformista estrela do local, interpretado pelo carismático debutante Jaloo. Em um momento emocionante, o personagem canta Amor Marginal, de Johnny Hooker, ganhando os holofotes no palco.

Berenice Procura, baseado no livro do romancista policial Luiz Alfredo Garcia-Roza, cria uma interessante dobradinha simbiótica não intencional com o longa de Gardenberg. Exibido em outubro passado no último Festival do Rio, o filme estreia nesta quinta-feira em circuito pelo Brasil. Na trama, também temos um mistério a ser resolvido, o ambiente de uma boate como cenário de grande parte do desenrolar, e uma artista transgênero no centro de tudo – outra semelhança é a estreia da belíssima modelo Valentina Sampaio nas telas.



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A verdadeira protagonista é Berenice, papel da veterana Cláudia Abreu (impressionando em sua forma intocada pelo tempo), uma mulher presa a um matrimônio falido e a uma família despedaçada, tentando recomeçar a vida como motorista de táxi. O novo emprego dá forças para ela seguir, servindo inclusive como artifício para jogá-la na trama investigativa que se desencadeará.

O interessante do roteiro adaptado pela também atriz Flávia Guimarães e da direção de Allan Fiterman é que transitam entre a trama de suspense e o drama de seus personagens, criando questões pungentes a serem debatidas – entre as quais se destacam o abuso doméstico e a independência feminina. Abreu acerta no tom e veste bem a personagem sofrida e fragilizada, nunca a vitimizando, mas criando possibilidades para sua fuga, para sua libertação.

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Outro destaque no elenco é Valentina Sampaio, que entrega em Berenice Procura um primeiro trabalho marcante no cinema, se assentando com muita graça no papel e, igualmente, deixando fluir a veia de “cantriz” ao entregar sua versão de Amor Marginal, de Johnny Hooker.

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Berenice Procura desliza levemente, pecando pelo excesso de subtramas a serem desenvolvidas pelo roteiro – que não dá conta de progredi-las. O drama familiar, inclusive, eclipsa o suspense policial, ganhando uma exposição mais satisfatória e realista. O que ocorre é o acúmulo de conveniências em pouco tempo de projeção – que torna Copacabana tão minúscula quanto uma sala de estar. No bairro retratado no longa todos se conhecem e estão interligados de alguma forma, esperando somente que o público e os personagens façam as conexões. Outro problema é a “revelação” do mistério apresentado, soando mais como um artifício do inesperado a fim de propositalmente tirar o tapete debaixo do espectador, do que de fato se encaixar num contexto coerente com o apresentado até então.

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Os percalços definitivamente não tiram os méritos de Berenice Procura, uma boa investida no cinema de gênero nacional. Fiterman imprime bom ritmo ao longa, exibindo domínio da narrativa. Guimarães desenha bem os personagens, transcrevendo suas personalidades e questões, e as transportando devidamente às telonas. Mas é com Abreu e Sampaio que Berenice Procura pulsa com vida e energia.

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Recentemente estreou nos cinemas – ainda em cartaz – o drama musical com tintas de folhetim Paraíso Perdido, de Monique Gardenberg. O longa passado no universo de um clube noturno, traz como foco todas as complexas criaturas que nele habitam, circulando a narrativa em torno de uma família peculiar, porém, muito unida. No centro de tudo está Imã, o transformista estrela do local, interpretado pelo carismático debutante Jaloo. Em um momento emocionante, o personagem canta Amor Marginal, de Johnny Hooker, ganhando os holofotes no palco.

Berenice Procura, baseado no livro do romancista policial Luiz Alfredo Garcia-Roza, cria uma interessante dobradinha simbiótica não intencional com o longa de Gardenberg. Exibido em outubro passado no último Festival do Rio, o filme estreia nesta quinta-feira em circuito pelo Brasil. Na trama, também temos um mistério a ser resolvido, o ambiente de uma boate como cenário de grande parte do desenrolar, e uma artista transgênero no centro de tudo – outra semelhança é a estreia da belíssima modelo Valentina Sampaio nas telas.

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A verdadeira protagonista é Berenice, papel da veterana Cláudia Abreu (impressionando em sua forma intocada pelo tempo), uma mulher presa a um matrimônio falido e a uma família despedaçada, tentando recomeçar a vida como motorista de táxi. O novo emprego dá forças para ela seguir, servindo inclusive como artifício para jogá-la na trama investigativa que se desencadeará.

O interessante do roteiro adaptado pela também atriz Flávia Guimarães e da direção de Allan Fiterman é que transitam entre a trama de suspense e o drama de seus personagens, criando questões pungentes a serem debatidas – entre as quais se destacam o abuso doméstico e a independência feminina. Abreu acerta no tom e veste bem a personagem sofrida e fragilizada, nunca a vitimizando, mas criando possibilidades para sua fuga, para sua libertação.

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Outro destaque no elenco é Valentina Sampaio, que entrega em Berenice Procura um primeiro trabalho marcante no cinema, se assentando com muita graça no papel e, igualmente, deixando fluir a veia de “cantriz” ao entregar sua versão de Amor Marginal, de Johnny Hooker.

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Berenice Procura desliza levemente, pecando pelo excesso de subtramas a serem desenvolvidas pelo roteiro – que não dá conta de progredi-las. O drama familiar, inclusive, eclipsa o suspense policial, ganhando uma exposição mais satisfatória e realista. O que ocorre é o acúmulo de conveniências em pouco tempo de projeção – que torna Copacabana tão minúscula quanto uma sala de estar. No bairro retratado no longa todos se conhecem e estão interligados de alguma forma, esperando somente que o público e os personagens façam as conexões. Outro problema é a “revelação” do mistério apresentado, soando mais como um artifício do inesperado a fim de propositalmente tirar o tapete debaixo do espectador, do que de fato se encaixar num contexto coerente com o apresentado até então.

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Os percalços definitivamente não tiram os méritos de Berenice Procura, uma boa investida no cinema de gênero nacional. Fiterman imprime bom ritmo ao longa, exibindo domínio da narrativa. Guimarães desenha bem os personagens, transcrevendo suas personalidades e questões, e as transportando devidamente às telonas. Mas é com Abreu e Sampaio que Berenice Procura pulsa com vida e energia.

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