quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Crítica | Blood: Drama inspirado na história de Michelle Williams e Heath Ledger é poético, mas falta personalidade

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Filme assistido durante o Festival de Sundance 2022

Chloe é uma mulher e reconstrução, que começa a redescobrir o amor em uma nova terra, distante das constantes lembranças de seu falecido esposo. Cercada pela cultura oriental e diante de um idioma que pouco domina, ela é uma metáfora que até então não conhecíamos da atriz Michelle Williams e de seu doloroso e lento processo de cura pós-morte do seu ex-esposo e pai de sua filha, o astro Heath Ledger.



Williams pouco fala sobre sua história com Ledger, que se consagrou ainda mais ao dar vida ao Coringa na trilogia O Cavaleiro das Trevas. Mas seu amigo e cineasta Bradley Rust Gray canalizou suas angústias e feridas em Blood, um drama romântico sobre recomeços que consegue ser profundamente poético, mas infelizmente pouco eficaz.

Acompanhar a jornada de Chloe (Carla Juri) em sua delicada amizade com Toshi (Takashi Ueno) nos convida a uma reflexão sensível a respeito de como Williams teria lidado com sua própria perda e com a redescoberta do amor. Mas ainda que a inspiração em sua própria jornada e processo estejam nos átrios de Blood, é inegável notar que o longa perece pela falta de personalidade. Exageradamente intimista, o drama é de ritmo lento e deixa o público à espera de um clímax dramático ou de um momento de despertar que nunca chega.

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Contemplativo, na expectativa de se tornar sinestésico para a audiência, o drama se torna uma jornada incompleta para sua protagonista, que caminha em círculos durante boa parte da trama. Com um roteiro construído a partir de recortes de momentos e fragmentos do passado de Chloe, Blood é um tanto apático e cansativo. Sua narrativa principal, sempre escondida nas entrelinhas, até funciona, mas não por duas horas de filme – se tornando maçante e repetitivo, como se a história funcionasse como uma extensão das memórias e da rotina da personagem. Talvez se tivesse sido construído como um curta-metragem, a obra de Gray teria funcionado melhor.

E embora o filme tenha uma premissa importante, que reflete sobre a vida em meio ao luto, ele fica mais como um sonho que não se concretizou. Com uma direção poética que explora a estética oriental e o cenário bucólico do interior do Japão, Blood é uma catarse simbólica feita mais para Michelle Williams do que para o público. Não funciona para nós, mas talvez seja exatamente a expressão máxima de como a atriz lidou com sua dor ao longo dos últimos anos. O que já torna o drama algo especial, independente de seus erros.

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Williams pouco fala sobre sua história com Ledger, que se consagrou ainda mais ao dar vida ao Coringa na trilogia O Cavaleiro das Trevas. Mas seu amigo e cineasta Bradley Rust Gray canalizou suas angústias e feridas em Blood, um drama romântico sobre recomeços que consegue ser profundamente poético, mas infelizmente pouco eficaz.

Acompanhar a jornada de Chloe (Carla Juri) em sua delicada amizade com Toshi (Takashi Ueno) nos convida a uma reflexão sensível a respeito de como Williams teria lidado com sua própria perda e com a redescoberta do amor. Mas ainda que a inspiração em sua própria jornada e processo estejam nos átrios de Blood, é inegável notar que o longa perece pela falta de personalidade. Exageradamente intimista, o drama é de ritmo lento e deixa o público à espera de um clímax dramático ou de um momento de despertar que nunca chega.

Contemplativo, na expectativa de se tornar sinestésico para a audiência, o drama se torna uma jornada incompleta para sua protagonista, que caminha em círculos durante boa parte da trama. Com um roteiro construído a partir de recortes de momentos e fragmentos do passado de Chloe, Blood é um tanto apático e cansativo. Sua narrativa principal, sempre escondida nas entrelinhas, até funciona, mas não por duas horas de filme – se tornando maçante e repetitivo, como se a história funcionasse como uma extensão das memórias e da rotina da personagem. Talvez se tivesse sido construído como um curta-metragem, a obra de Gray teria funcionado melhor.

E embora o filme tenha uma premissa importante, que reflete sobre a vida em meio ao luto, ele fica mais como um sonho que não se concretizou. Com uma direção poética que explora a estética oriental e o cenário bucólico do interior do Japão, Blood é uma catarse simbólica feita mais para Michelle Williams do que para o público. Não funciona para nós, mas talvez seja exatamente a expressão máxima de como a atriz lidou com sua dor ao longo dos últimos anos. O que já torna o drama algo especial, independente de seus erros.

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