domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Boa Noite, Mamãe – Naomi Watts rouba a cena no INTENSO remake de terror

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Hollywood tem uma característica esquisita para nós, brasileiros: quando um filme internacional faz sucesso, eles compram os direitos de adaptação e realizam uma nova produção, estrelada e falada na língua deles. É assim que eles reforçam a narrativa deles na indústria cultural. São inúmeros os exemplos, desde a polêmica versão do terror japonês ‘O Grito’, de 2002, ao anúncio recente de uma adaptação do sul-coreano vencedor do Oscar, ‘Parasita’, ainda em produção, e também a versão hollywoodiana do original em francês, que rendeu o Oscar de Melhor Filme para ‘No Ritmo do Coração’, versão de ‘A Família Bélier’. Essa semana, a Prime Video lançou em seu catálogo o thrillerBoa Noite, Mamãe’, leitura estadunidense do filme austríaco homônimo de 2014.



Dois irmãos gêmeos, Elias (Cameron Crovetti) e Lukas (Nicholas Crovetti, os meninos de ‘Big Little Lies‘), chegam à casa da mãe (Naomi Watts), para passar uma temporada com ela. Porém, ao chegarem, percebem algo diferente: o rosto da mãe está coberto de bandagens, ao que ela alega ser curativos de um procedimento cirúrgico. Com o passar dos dias, entretanto, o comportamento da mãe vai levantando suspeitas nos meninos, e eles passam a desconfiar de que talvez uma impostora tenha tomado o lugar de sua mãe. Agora eles precisam lutar por suas vidas, e também descobrir onde está escondida a sua verdadeira mãe.

Em uma hora e meia de duração, ‘Boa Noite, Mamãe’ nos faz questionar qual a real necessidade de se fazer um remake se a nova produção não pretende mudar absolutamente nada da história original. Feita a ressalva, o roteiro de Kyle Warren constrói um clima interessante e crescente de paranoia, que evolui bem nas duas primeiras partes do longa. É um acerto centrar a narrativa do longa nas duas crianças, pois deixa o espectador em dúvida se o que está acontecendo é de fato real ou se é um exagero infantil, típico da idade. Soma-se a isso as boas atuações do trio principal, que consegue convencer sobre a tensão existente na convivência repentina dos três.

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A controversa no filme de Matt Sobel reside justamente no último arco do longa, que pode acabar dividindo opiniões. Teria sido interessante se o filme tivesse se atido ao que estava construindo desde o início, porém, a resolução trazida não é de todo insatisfatória, e pode até agradar a alguns. Chama a atenção a eficiência da produção, que realizou um longa-metragem em apenas um cenário, com cinco personagens e uma boa história em mãos, reforçada por uma produção de set que fez com que o ambiente da casa fosse ao mesmo tempo convidativo e frio – dual como a idoneidade da mamãe.

Boa Noite, Mamãe’ é um envolvente e inquietante thriller que se apoia nas boas atuações do experiente trio principal e inspirações almodovarianas em ‘A Pele Que Habito’. Produz uma tensão muito mais no que poderia ser do que no que de fato traz, mas, ainda assim, é um bom entretenimento para os fãs do gênero – e uma opção segura para quem curte filmes de suspense sem jump-scares.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Dois irmãos gêmeos, Elias (Cameron Crovetti) e Lukas (Nicholas Crovetti, os meninos de ‘Big Little Lies‘), chegam à casa da mãe (Naomi Watts), para passar uma temporada com ela. Porém, ao chegarem, percebem algo diferente: o rosto da mãe está coberto de bandagens, ao que ela alega ser curativos de um procedimento cirúrgico. Com o passar dos dias, entretanto, o comportamento da mãe vai levantando suspeitas nos meninos, e eles passam a desconfiar de que talvez uma impostora tenha tomado o lugar de sua mãe. Agora eles precisam lutar por suas vidas, e também descobrir onde está escondida a sua verdadeira mãe.

Em uma hora e meia de duração, ‘Boa Noite, Mamãe’ nos faz questionar qual a real necessidade de se fazer um remake se a nova produção não pretende mudar absolutamente nada da história original. Feita a ressalva, o roteiro de Kyle Warren constrói um clima interessante e crescente de paranoia, que evolui bem nas duas primeiras partes do longa. É um acerto centrar a narrativa do longa nas duas crianças, pois deixa o espectador em dúvida se o que está acontecendo é de fato real ou se é um exagero infantil, típico da idade. Soma-se a isso as boas atuações do trio principal, que consegue convencer sobre a tensão existente na convivência repentina dos três.

A controversa no filme de Matt Sobel reside justamente no último arco do longa, que pode acabar dividindo opiniões. Teria sido interessante se o filme tivesse se atido ao que estava construindo desde o início, porém, a resolução trazida não é de todo insatisfatória, e pode até agradar a alguns. Chama a atenção a eficiência da produção, que realizou um longa-metragem em apenas um cenário, com cinco personagens e uma boa história em mãos, reforçada por uma produção de set que fez com que o ambiente da casa fosse ao mesmo tempo convidativo e frio – dual como a idoneidade da mamãe.

Boa Noite, Mamãe’ é um envolvente e inquietante thriller que se apoia nas boas atuações do experiente trio principal e inspirações almodovarianas em ‘A Pele Que Habito’. Produz uma tensão muito mais no que poderia ser do que no que de fato traz, mas, ainda assim, é um bom entretenimento para os fãs do gênero – e uma opção segura para quem curte filmes de suspense sem jump-scares.

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