quinta-feira, abril 25, 2024

Crítica | Britney Spears faz sua estreia impactante na música com o lendário álbum ‘…Baby One More Time’

Britney Spears é um dos nomes mais célebres da história do entretenimento e, mesmo hoje, continua a influenciar inúmeros artistas contemporâneos – como, por exemplo, a lendária Lady Gaga, que já a citou como principal inspiração. E, na iminência de seu 40º aniversário e da importância que representa no cenário fonográfico, resolvemos mergulhar densamente em sua discografia, começando com o icônico e revolucionário ‘…Baby One More Time’.

Lançado em 1999, o disco foi recebido com críticas mistas à época, mas não demorou muito até que os especialistas revisitassem a exuberância e a originalidade de faixas vibrantes e colocassem-no em um merecido patamar e compreendendo o reconhecimento que sempre mereceu. Afinal, o début de Spears reavivou os ânimos do teen pop e a consagrou como a rainha da música adolescente, através de letras simples, mas memoráveis, e de uma produção envolvente que seria imediatamente reconhecida apenas nos primeiros toques. Conversando com Billboard ainda em 1998, meses antes da estreia oficial da produção, Spears revelou que levou um tempo a encontrar um sucesso que gritasse sua estética – e foi logo depois de se reunir com o famoso produtor Max Martin, que, anos mais tarde, trabalharia ao lado de nomes como Katy Perry e Taylor Swift.

Aliás, foi aqui que Martin tornou-se um rosto conhecido, emprestando suas habilidades para a faixa homônima do álbum – uma das canções-assinatura da performer. “…Baby One More Time” emergiu como o lead single do disco e como a primeira música da carreira de Spears, logo caindo no gosto do público e dos especialistas (motivo pelo qual foi incluída na lista de Melhores Músicas de Todos os Tempos da Rolling Stone em 2021). A impecável produção é uma mistura perfeita de dance-pop, dancehall e um “quê” de deep-pop que apresenta uma jovem Britney batalhando com um amor fervoroso. “Minha solidão está me matando” é um dos muitos versos que ficaram imortalizados na cultura mainstream, abrindo um refrão arrepiante e urgente.

A track é a base de todas as inflexões seguintes, incluindo a sedutora rendição de “(You Drive Me) Crazy” (ambas as versões): o bubblegum pop solidificou a recém-estreada Spears como um dos ícones do final dos anos 1990 e a rainha teen da Geração Z, trazendo referências do soft-rock e girando, mais uma vez, em uma narrativa romântica com induções ambivalentes que nos cativam dos primeiros toques ao final. Mais para a frente, temos a divertida e subestimada “Soda Pop”, que a alia aos vocais de Mikey Bassie em um dancehall com todos os ingredientes necessários para alcançar mercados ainda pouco explorados (mas que, eventualmente, foi deixada de lado); a versatilidade da cantora ganha um capítulo interessante com o cover de “The Beat Goes On”, clássico da dupla Sonny & Cher que recebe uma roupagem em bossa nova e trip-hop; ora, há inclusive uma aplaudível homenagem a Natalie Imbruglia com a ótima “I Will Be There”, um pop-rock que usa e abusa de sua baby voice e de uma firme progressão.

Não lidamos somente com a explosividade de ícones da pista de dança no álbum, mas com aguardadas baladas em que Spears digladia com vocais sinceros e uma pessoalidade que vai para além do que a mídia a pintava. “Born to Make You Happy”, apostando mais fichas nas questões do coração, traz uma protagonista que cometeu erros no passado e que está pronta para dar mais uma chance; ao lado de “From the Bottom of My Broken Heart”, cuja façanha se restringe essencialmente ao inesquecível chorus, e da inocência irretocável de “Sometimes”, há um claro apreço de Britney para se mostrar o mais sutil possível sem desaparecer em um panorama efervescente – e colhendo frutos de sua sagacidade até hoje.

A artista sabe muito bem como brincar com a nostalgia sem cair no exagero mimético e cuidando para colocar sua identidade única e refrescante a um momento crucial do cenário criativo. Em contraposição às baladas mencionadas no parágrafo acima, encontramos a ode à disco music de “Deep In My Heart”, as mensagens evocativas de “Thinkin’ About You” e a momentânea regressão de “I’ll Never Stop Loving You”. Apesar da temática repetitiva, que não passa muito longe da obviedade dos relacionamentos (decepções, sonhos e amor verdadeiro), o resultado é muito maior que nossas expectativas e reitera o motivo desse álbum ser tão importante e marcante – e que jeito melhor de terminá-lo com o electro-dance oitentista de “Autumn Goodbye”?

Não deixe de assistir:

Há 22 anos, Britney Spears começava seu reinado como a princesa do pop com uma das maiores estreias de todos os tempos, talvez na mesma medida de seus predecessores Michael Jackson e Madonna. A partir de ‘…Baby One More Time’, Britney ficaria conhecida no mundo inteiro, quebrando recordes de vendas, ganhando um tardio aclame e conquistando qualquer um que desse uma chance para suas reconfortantes e animadoras canções.

Nota por faixa:

1. …Baby One More Time – 5/5
2. (You Drive Me) Crazy – 4/5
3. Sometimes – 4,5/5
4. Soda Pop (feat. Mikey Bassie) – 4/5
5. Born to Make You Happy – 4,5/5
6. From the Bottom of My Broken Heart – 3/5
7. I Will Be There – 5/5
8. I Will Still Love You (com Don Philip) – 4/5
9. Deep In My Heart – 5/5
10. Thinkin’ About You – 4/5
11. E-Mail My Heart – 3,5/5
12. The Beat Goes On – 4/5
13. I’ll Never Stop Loving You – 3,5/5
14. Autumn Goodbye – 5/5

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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