quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Capitã Marvel – Se Cuida, Thanos!

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Uma Aventura Poderosa

Capitã Marvel enfim chega aos cinemas em um filme com jeitão das produções da Fase Um do estúdio. É uma aventura simples, mas poderosa e empolgante. Com ação de primeira e visuais deslumbrantes, o longa consegue misturar a estética dos filmes de James Gunn com uma pegada de história similar aos filmes do Capitão América. O resultado, ainda assim, é uma obra com vida própria e um futuro bastante promissor.



O roteiro é simples, mas tenta fugir do padrão engessado de filmes de origem da Marvel. Para isso, já começamos a história com Carol Danvers sendo treinada pelos Kree para fazer parte da Star Force. É um treinamento bastante intenso e necessário para que o público entenda certos comportamentos da heroína. Todo o primeiro ato, desenvolvido no espaço, é mais denso que o restante do filme, por isso, pode cansar alguns.

Agora, a história ganha muito ao se desenrolar para a Terra. No planeta azul, vemos o nascimento do Universo Cinematográfico Marvel e sua tomada de forma na presença de um jovem Nick Fury, interpretado pelo rejuvenescido digitalmente Samuel L. Jackson, e em suas interações com Carol Danvers (Brie Larson) e Maria Rambeau (Lashana Lynch). Voltando ao roteiro, ele faz uso de situações e locais que acertam em cheio o estilo de vida dos anos 90, usando de algumas referências bastante interessantes da época para justificar certos atos. Já no final, somos levados ao espaço e à Terra para o tão esperado embate, digno de uma grande líder, como a Capitã virá a ser no futuro da Marvel nos cinemas. É importante ressaltar que é um filme sobre autodescoberta e autoafirmação, então eles investem bastante em flashbacks e autocitações ao longo da história.

❗❗❗SPOILER❗❗❗

 

Um ponto que pode incomodar os fãs xiitas é a forma como a Guerra Kree-Skrull é abordada. Se você reparar como os Kree foram representados em Guardiões da Galáxia e na série Agentes da SHIELD, já dá para ter uma ideia do que é continuado aqui. O roteiro faz quase que um paralelo entre a guerra de Palestinos e Israelenses e a guerra Kree-Skrull. Mais uma vez, é bastante coerente dentro do filme e do próprio Universo Cinematográfico Marvel, mas pode desagradar a alguns.

❌❌❌ SPOILER ❌❌❌

Se a história é boa, os personagens nela são melhores ainda. A começar pela própria Capitã. Brie Larson incorpora o espírito das HQs e entrega uma atuação segura e justificada pela trama. Durante seu treinamento, somos informados que os soldados Kree não podem revelar seus sentimentos, então boa parte do meme sobre a “cara de séria” faz sentido no contexto, tanto que vemos uma Carol debochada e bastante segura de si conforme a personagem vai recobrando as memórias de sua vida passada. Ela é naturalmente marrenta, mas Brie Larson consegue extrair uma marra carismática.

Ela e sua amiga terrestre, Maria (Lashana Lynch), têm uma relação muito interessante, e os momentos em que dividem tela demonstram bastante química. Assim como as cenas em que Fury e Danvers se vêem juntos para escapar das armadilhas Kree e Skrulls. É interessante ver como o filme sempre apresenta Carol em duplas, ao melhor estilo Máquina Mortífera, sempre dando o devido destaque para à heroína.

Ben Mendelsohn dá um show como o Skrull Talos, o personagem mais modificado de sua concepção dos quadrinhos, mas ainda assim bastante coerente dentro da narrativa proposta. Jude Law é Yon-Rogg, não o Capitão Marvel – como alguns sugeriam – e entrega uma atuação padrão para um personagem frio e idealista. Nada excepcional, porém longe de ser ruim. Quem acaba sendo – mais uma vez – subaproveitado é Ronan, o Acusador (Lee Pace). Sua versão das HQs é o catiço, mas volta a ser um gatinho assustado nos cinemas.

Falando em gatinho, o adorável Goose consegue roubar a cena quando é posto em ação. O bichano laranja é uma grata surpresa cheia de segredos. Tá pensando que o Pantera Negra é o único felino a brilhar na Marvel? Pense de novo.

A trilha musical é um show à parte, assim como a trilha sonora. Se os Guardiões estouraram com músicas dos anos 60, 70 e 80, Capitã aposta no grunge dos anos 90 e entrega vários sucessos que voltarão a integrar as playlists em breve. A trilha sonora não chega a ganhar tanto destaque, mas tem uma vibe de ficção científica muito boa de ouvir. Prestem atenção nas cenas em que ela usa seus poderes, o tema é bem diferente.

Outro bom ponto é a direção segura de Anna Boden e Ryan Fleck. Eles dão uma dinâmica muito boa ao filme, principalmente nos momentos de ação, e entendem a necessidade do Girl Power, que não fica nem um pouco implícito, mostrando uma heroína Badass para pessoas do Século XXI. Eles entendem a grandiosidade da personagem e a retratam de forma espetacular. Por mais que as pessoas acabem comparando Carol com a Mulher Maravilha de Gal Gadot, muito por conta de ambas serem as grandes heroínas do cinema atual, acho que a comparação mais justa seria com o Homem de Aço. Capitã Marvel é o melhor filme do Superman que a DC não conseguiu fazer no Século XXI. Ela é superpoderosa e sabe disso, mas também entende seu papel de inspiração para as crianças e divide seu tempo entre salvar o universo e descobrir sobre seu passado. A diferença é que ela não tem uma Kriptonita.

Por fim, a equipe de maquiagem e CGI trabalhou de forma espetacular. Tanto os rejuvenescimentos quanto a representação do espaço e dos planetas estão maravilhosos, assim como os uniformes e poderes dos personagens. Vale lembrar que os Skrulls são famosos por seus poderes metamórficos. Os próprios poderes da Capitã são expressos de maneira incrível.

Capitã Marvel é uma aventura de mão cheia, que serve não apenas para apresentar o principal nome da próxima década de filmes da Marvel, mas também para iniciar uma franquia com tanto potencial de desenvolvimento quanto a do Capitão América. Enfim, é bom o Thanos ficar esperto porque Carol Danvers está entre nós e não veio para brincadeira!

Obs: fãs do lendário Stan Lee levem um lencinho. E não se esqueçam de ver as DUAS pós-créditos.

 

Capitã Marvel estreia em 7 de Março de 2019.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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O roteiro é simples, mas tenta fugir do padrão engessado de filmes de origem da Marvel. Para isso, já começamos a história com Carol Danvers sendo treinada pelos Kree para fazer parte da Star Force. É um treinamento bastante intenso e necessário para que o público entenda certos comportamentos da heroína. Todo o primeiro ato, desenvolvido no espaço, é mais denso que o restante do filme, por isso, pode cansar alguns.

Agora, a história ganha muito ao se desenrolar para a Terra. No planeta azul, vemos o nascimento do Universo Cinematográfico Marvel e sua tomada de forma na presença de um jovem Nick Fury, interpretado pelo rejuvenescido digitalmente Samuel L. Jackson, e em suas interações com Carol Danvers (Brie Larson) e Maria Rambeau (Lashana Lynch). Voltando ao roteiro, ele faz uso de situações e locais que acertam em cheio o estilo de vida dos anos 90, usando de algumas referências bastante interessantes da época para justificar certos atos. Já no final, somos levados ao espaço e à Terra para o tão esperado embate, digno de uma grande líder, como a Capitã virá a ser no futuro da Marvel nos cinemas. É importante ressaltar que é um filme sobre autodescoberta e autoafirmação, então eles investem bastante em flashbacks e autocitações ao longo da história.

❗❗❗SPOILER❗❗❗

 

Um ponto que pode incomodar os fãs xiitas é a forma como a Guerra Kree-Skrull é abordada. Se você reparar como os Kree foram representados em Guardiões da Galáxia e na série Agentes da SHIELD, já dá para ter uma ideia do que é continuado aqui. O roteiro faz quase que um paralelo entre a guerra de Palestinos e Israelenses e a guerra Kree-Skrull. Mais uma vez, é bastante coerente dentro do filme e do próprio Universo Cinematográfico Marvel, mas pode desagradar a alguns.

❌❌❌ SPOILER ❌❌❌

Se a história é boa, os personagens nela são melhores ainda. A começar pela própria Capitã. Brie Larson incorpora o espírito das HQs e entrega uma atuação segura e justificada pela trama. Durante seu treinamento, somos informados que os soldados Kree não podem revelar seus sentimentos, então boa parte do meme sobre a “cara de séria” faz sentido no contexto, tanto que vemos uma Carol debochada e bastante segura de si conforme a personagem vai recobrando as memórias de sua vida passada. Ela é naturalmente marrenta, mas Brie Larson consegue extrair uma marra carismática.

Ela e sua amiga terrestre, Maria (Lashana Lynch), têm uma relação muito interessante, e os momentos em que dividem tela demonstram bastante química. Assim como as cenas em que Fury e Danvers se vêem juntos para escapar das armadilhas Kree e Skrulls. É interessante ver como o filme sempre apresenta Carol em duplas, ao melhor estilo Máquina Mortífera, sempre dando o devido destaque para à heroína.

Ben Mendelsohn dá um show como o Skrull Talos, o personagem mais modificado de sua concepção dos quadrinhos, mas ainda assim bastante coerente dentro da narrativa proposta. Jude Law é Yon-Rogg, não o Capitão Marvel – como alguns sugeriam – e entrega uma atuação padrão para um personagem frio e idealista. Nada excepcional, porém longe de ser ruim. Quem acaba sendo – mais uma vez – subaproveitado é Ronan, o Acusador (Lee Pace). Sua versão das HQs é o catiço, mas volta a ser um gatinho assustado nos cinemas.

Falando em gatinho, o adorável Goose consegue roubar a cena quando é posto em ação. O bichano laranja é uma grata surpresa cheia de segredos. Tá pensando que o Pantera Negra é o único felino a brilhar na Marvel? Pense de novo.

A trilha musical é um show à parte, assim como a trilha sonora. Se os Guardiões estouraram com músicas dos anos 60, 70 e 80, Capitã aposta no grunge dos anos 90 e entrega vários sucessos que voltarão a integrar as playlists em breve. A trilha sonora não chega a ganhar tanto destaque, mas tem uma vibe de ficção científica muito boa de ouvir. Prestem atenção nas cenas em que ela usa seus poderes, o tema é bem diferente.

Outro bom ponto é a direção segura de Anna Boden e Ryan Fleck. Eles dão uma dinâmica muito boa ao filme, principalmente nos momentos de ação, e entendem a necessidade do Girl Power, que não fica nem um pouco implícito, mostrando uma heroína Badass para pessoas do Século XXI. Eles entendem a grandiosidade da personagem e a retratam de forma espetacular. Por mais que as pessoas acabem comparando Carol com a Mulher Maravilha de Gal Gadot, muito por conta de ambas serem as grandes heroínas do cinema atual, acho que a comparação mais justa seria com o Homem de Aço. Capitã Marvel é o melhor filme do Superman que a DC não conseguiu fazer no Século XXI. Ela é superpoderosa e sabe disso, mas também entende seu papel de inspiração para as crianças e divide seu tempo entre salvar o universo e descobrir sobre seu passado. A diferença é que ela não tem uma Kriptonita.

Por fim, a equipe de maquiagem e CGI trabalhou de forma espetacular. Tanto os rejuvenescimentos quanto a representação do espaço e dos planetas estão maravilhosos, assim como os uniformes e poderes dos personagens. Vale lembrar que os Skrulls são famosos por seus poderes metamórficos. Os próprios poderes da Capitã são expressos de maneira incrível.

Capitã Marvel é uma aventura de mão cheia, que serve não apenas para apresentar o principal nome da próxima década de filmes da Marvel, mas também para iniciar uma franquia com tanto potencial de desenvolvimento quanto a do Capitão América. Enfim, é bom o Thanos ficar esperto porque Carol Danvers está entre nós e não veio para brincadeira!

Obs: fãs do lendário Stan Lee levem um lencinho. E não se esqueçam de ver as DUAS pós-créditos.

 

Capitã Marvel estreia em 7 de Março de 2019.

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