sexta-feira , 27 dezembro , 2024

Crítica | Carmen: Melissa Barrera e Paul Mescal encantam em romance que é uma genuína poesia visual

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Dança, culturalidade, tradição e história se entremeiam neste drama romântico que é do tipo raro. Conceitual em toda sua concepção, Carmen é um conto sobre vingança, amores trágicos e futuros incertos, contado através da expressividade corporal. Como um baile teatral, a história da protagonista homônima ganha vida de maneira profunda, pouco explicativa, mas profundamente sinestésica. No longa dirigido por Benjamin Millepied e roteirizado por Loïc Barrere, Alexander Dinelaris, Lisa Loomer, Prosper Mérimée e Alexander Dinelaris, coreografias latinas e ritmos como o tango são usados como instrumentos narrativos, se incorporando a um roteiro de beleza singular e às atuações envolventes de Melissa Barrera e Paul Mescal.



Como uma genuína poesia visual, Carmen é difícil de ser descrito. Na trama, uma jovem mexicana entra ilegalmente nos EUA, a fim de fugir de seu doloroso passado. Pega em uma operação fronteiriça que dá errado, ela é resgatada por um ex-fuzileiro da Marinha que acabara de iniciar seu trabalho como policial na fronteira. Acidentalmente, ambos se verão envolvidos em uma jornada de fuga, paixões tórridas e o anseio de sobreviver em uma terra hostil onde são procurados por todas as partes. Uma história de sofrimento e dor, o romance traz ares shakespearianos, tendo o fator trágico como a grande digital da trama. Marcado pela constante sombra da angústia e solidão, o filme é uma sinfonia cheia de epifanias existenciais e familiares.

Experimental em toda sua essência, Carmen não é feito para qualquer público. Flertando com o melodramático a todo momento, o longa é um conto alegórico sobre as agruras de imigrantes mexicanos que decidem abandonar suas raízes para construir uma nova história na tão sonhada “América”. Trazendo um espetáculo de coreografias bem teatrais, a produção é desenhada pela poderosa e intensa trilha sonora original de Nicholas Britell, que expressa com avidez os dilemas morais e intimistas de seus personagens. Estampando belíssimas cenas de dança sempre dirigidas de maneira performáticas – se assemelhando a verdadeiros clipes musicais, Millepied faz do seu conceito autoral uma metáfora da dor e da dubiedade de seus protagonistas.

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Com Melissa Barrera entregando todo o seu talento na dança com a mesma intensidade dos dilemas de sua personagem, a atriz dá vida à Carmen com sensibilidade e delicadeza, sempre em sinergia com Mescal, que também brilha em tela como aquele homem sisudo que internaliza seus próprios questionamentos e indecisões. Entregando uma performance mais silenciosa, ele personifica um contraste perante a estrela de Pânico. E dominando as telas de forma apaixonante, ois dois são a epítome de um romance marcado por memórias amargas e o sonho pelo recomeço. Nos levando por uma epifania onde música, dança e sentimentos despertam nossos sentidos e emoções, Carmen transcende o cinema cult como uma experiência vívida, palpável e simbólica demais para não ser apreciada em sua totalidade.

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Dança, culturalidade, tradição e história se entremeiam neste drama romântico que é do tipo raro. Conceitual em toda sua concepção, Carmen é um conto sobre vingança, amores trágicos e futuros incertos, contado através da expressividade corporal. Como um baile teatral, a história da protagonista homônima ganha vida de maneira profunda, pouco explicativa, mas profundamente sinestésica. No longa dirigido por Benjamin Millepied e roteirizado por Loïc Barrere, Alexander Dinelaris, Lisa Loomer, Prosper Mérimée e Alexander Dinelaris, coreografias latinas e ritmos como o tango são usados como instrumentos narrativos, se incorporando a um roteiro de beleza singular e às atuações envolventes de Melissa Barrera e Paul Mescal.

Como uma genuína poesia visual, Carmen é difícil de ser descrito. Na trama, uma jovem mexicana entra ilegalmente nos EUA, a fim de fugir de seu doloroso passado. Pega em uma operação fronteiriça que dá errado, ela é resgatada por um ex-fuzileiro da Marinha que acabara de iniciar seu trabalho como policial na fronteira. Acidentalmente, ambos se verão envolvidos em uma jornada de fuga, paixões tórridas e o anseio de sobreviver em uma terra hostil onde são procurados por todas as partes. Uma história de sofrimento e dor, o romance traz ares shakespearianos, tendo o fator trágico como a grande digital da trama. Marcado pela constante sombra da angústia e solidão, o filme é uma sinfonia cheia de epifanias existenciais e familiares.

Experimental em toda sua essência, Carmen não é feito para qualquer público. Flertando com o melodramático a todo momento, o longa é um conto alegórico sobre as agruras de imigrantes mexicanos que decidem abandonar suas raízes para construir uma nova história na tão sonhada “América”. Trazendo um espetáculo de coreografias bem teatrais, a produção é desenhada pela poderosa e intensa trilha sonora original de Nicholas Britell, que expressa com avidez os dilemas morais e intimistas de seus personagens. Estampando belíssimas cenas de dança sempre dirigidas de maneira performáticas – se assemelhando a verdadeiros clipes musicais, Millepied faz do seu conceito autoral uma metáfora da dor e da dubiedade de seus protagonistas.

Com Melissa Barrera entregando todo o seu talento na dança com a mesma intensidade dos dilemas de sua personagem, a atriz dá vida à Carmen com sensibilidade e delicadeza, sempre em sinergia com Mescal, que também brilha em tela como aquele homem sisudo que internaliza seus próprios questionamentos e indecisões. Entregando uma performance mais silenciosa, ele personifica um contraste perante a estrela de Pânico. E dominando as telas de forma apaixonante, ois dois são a epítome de um romance marcado por memórias amargas e o sonho pelo recomeço. Nos levando por uma epifania onde música, dança e sentimentos despertam nossos sentidos e emoções, Carmen transcende o cinema cult como uma experiência vívida, palpável e simbólica demais para não ser apreciada em sua totalidade.

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