quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Carnival Row – Série da Amazon tem um dos roteiros mais consistentes de 2019

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A Amazon Prime Video vem apresentando cada vez mais produções audiovisuais e a qualidade das mesmas tem surpreendido até os mais difíceis dos críticos. Nos quesitos visuais, roteiro e atuações, as séries e filmes originais da plataforma ganham cada vez mais espaço no coração do público e com Carnival Row não está sendo muito diferente.

Criada por René Echevarria (The 4400) e Travis Beacham (Círculo de Fogo), a produção seriada conta a história de Carnival Row, uma espécie de Londres antiga, onde um serial killer está à solta e o investigador Rycroft Philostrate (Orlando Bloom) é o único disposto a parar com os assassinatos e manter a frágil paz. Entretanto, a chegada de Vignette Stonemoss (Cara Delevingne), uma refugiada das fadas de Turnanoc – que está em guerra, completamente destruída -, força o policial a enfrentar seu passado.



Apesar do público estar diante de uma história de fantasia, o roteiro aborda uma temática bastante próxima da realidade atual. Tratando-se de guerra e diversos refugiados que precisam sair de sua Terra Natal devido a destruição causada pelo lado opressor, essas fadas, faunos e outras raças precisam encontrar refúgio em locais que as tratam com preconceito devido à suas diferenças físicas e culturais. E este é um dos pontos mais altos do drama.

Carnival Row apresenta as situações citadas acima sob uma ótica intrigante e mostra como tais atitudes podem desencadear todo um conflito interno dentro de uma sociedade. A consistência da dramaturgia consegue se aproximar facilmente da realidade devido à história que estão procurando contar. É fácil se identificar com os conflitos dos personagens e encontrar pontos chave que passam a sensação de veracidade. As pequenas falhas da trama estão na quantidade excessiva de personagens apresentados e no fato de que alguns deles não são bem trabalhados, ganhando significado somente perto do final da temporada.

Contudo, isso não afeta a qualidade da produção já que na hora de trabalhar os outros que formam o elenco, a série consegue entregar resultado positivo. Philo (Bloom), o investigador da Polícia, é o mais interessante de todos, não deixando dúvidas sobre seu protagonismo. A construção dele é interessante e repleta de camadas. É fácil se identificar e torcer para que consiga vencer diante das circunstâncias que se encontra. Por outro lado, Cara Delevingne segue apresentando falta de carisma e nos episódios que sua personagem pouco aparece é como se não fizesse falta alguma. É difícil simpatizar com a fada Vignette.

Tourmaline Larou (Karla Crome) é quem a gente deseja que tivesse aparecido mais. A fada refugiada que agora trabalha como prostituta sempre demonstra que tem muito mais a apresentar do que somente o que estamos vendo e de fato merece um arco maior na próxima temporada. Imogen Spurnrose (Tamzin Merchant) tem um crescimento grandioso desde sua primeira aparição até a última. A jovem passa de insuportável a cativante em seu arco, e isso se dá devido a relação criada com seu vizinho, um fauno chamado Agreus Astrayon (David Gyasi). Ele possui um ar de mistério que desperta no espectador a vontade de descobrir tudo sobre seu passado e planos futuros.

Absalom Breakspear (Jared Harris) e Piety Breakspear (Indira Varma) são o casal que irá providenciar alguns plots twist para vocês. Não é surpresa que a atuação de Harris esteja no ponto certo, mas é preciso exaltar Varma pela incrível performance entregue. Apenas se prepare para vê-la brilhar como não pôde em Game Of Thrones. Caroline Ford dá vida a Sophie Longerbane e a partir do momento em que sua presença se torna forte dentro da produção, o público começa a viver um misto de sentimentos em relação a ela. O mesmo pode-se dizer de Jonah Breakspear (Arty Froushan), afinal, os dois são protagonistas de um final de temporada amedrontador para quem não é humano.

Quando o assunto é a direção técnica da série, eles entregam um excelente resultado, com ângulos e cenas visualmente espetaculares. Eles convencem o telespectador sobre a existência de Carnival Row – só não despertam a vontade de visitar o local, preferível permanecer vivos – e fazem com que se deseje mais cenas de flashback em Turnanoc. A trilha sonora também é eficiente e as músicas celtas despertam vontade de ouvir num looping eterno. A arte faz um trabalho incrível e permite ao público adentrar este universo, sem dúvidas sobre sua existência.

No geral, Carnival Row é uma produção que merece e MUITO a sua atenção! Se você gosta de mitologia céltica, dramaturgias que abordem temas importantes para a sociedade como preconceitos e boas atuações, não perca tempo e vá conferir. A primeira temporada encerra com um gostinho de quero mais e faz os oito episódios parecerem muito pouco.

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Criada por René Echevarria (The 4400) e Travis Beacham (Círculo de Fogo), a produção seriada conta a história de Carnival Row, uma espécie de Londres antiga, onde um serial killer está à solta e o investigador Rycroft Philostrate (Orlando Bloom) é o único disposto a parar com os assassinatos e manter a frágil paz. Entretanto, a chegada de Vignette Stonemoss (Cara Delevingne), uma refugiada das fadas de Turnanoc – que está em guerra, completamente destruída -, força o policial a enfrentar seu passado.

Apesar do público estar diante de uma história de fantasia, o roteiro aborda uma temática bastante próxima da realidade atual. Tratando-se de guerra e diversos refugiados que precisam sair de sua Terra Natal devido a destruição causada pelo lado opressor, essas fadas, faunos e outras raças precisam encontrar refúgio em locais que as tratam com preconceito devido à suas diferenças físicas e culturais. E este é um dos pontos mais altos do drama.

Carnival Row apresenta as situações citadas acima sob uma ótica intrigante e mostra como tais atitudes podem desencadear todo um conflito interno dentro de uma sociedade. A consistência da dramaturgia consegue se aproximar facilmente da realidade devido à história que estão procurando contar. É fácil se identificar com os conflitos dos personagens e encontrar pontos chave que passam a sensação de veracidade. As pequenas falhas da trama estão na quantidade excessiva de personagens apresentados e no fato de que alguns deles não são bem trabalhados, ganhando significado somente perto do final da temporada.

Contudo, isso não afeta a qualidade da produção já que na hora de trabalhar os outros que formam o elenco, a série consegue entregar resultado positivo. Philo (Bloom), o investigador da Polícia, é o mais interessante de todos, não deixando dúvidas sobre seu protagonismo. A construção dele é interessante e repleta de camadas. É fácil se identificar e torcer para que consiga vencer diante das circunstâncias que se encontra. Por outro lado, Cara Delevingne segue apresentando falta de carisma e nos episódios que sua personagem pouco aparece é como se não fizesse falta alguma. É difícil simpatizar com a fada Vignette.

Tourmaline Larou (Karla Crome) é quem a gente deseja que tivesse aparecido mais. A fada refugiada que agora trabalha como prostituta sempre demonstra que tem muito mais a apresentar do que somente o que estamos vendo e de fato merece um arco maior na próxima temporada. Imogen Spurnrose (Tamzin Merchant) tem um crescimento grandioso desde sua primeira aparição até a última. A jovem passa de insuportável a cativante em seu arco, e isso se dá devido a relação criada com seu vizinho, um fauno chamado Agreus Astrayon (David Gyasi). Ele possui um ar de mistério que desperta no espectador a vontade de descobrir tudo sobre seu passado e planos futuros.

Absalom Breakspear (Jared Harris) e Piety Breakspear (Indira Varma) são o casal que irá providenciar alguns plots twist para vocês. Não é surpresa que a atuação de Harris esteja no ponto certo, mas é preciso exaltar Varma pela incrível performance entregue. Apenas se prepare para vê-la brilhar como não pôde em Game Of Thrones. Caroline Ford dá vida a Sophie Longerbane e a partir do momento em que sua presença se torna forte dentro da produção, o público começa a viver um misto de sentimentos em relação a ela. O mesmo pode-se dizer de Jonah Breakspear (Arty Froushan), afinal, os dois são protagonistas de um final de temporada amedrontador para quem não é humano.

Quando o assunto é a direção técnica da série, eles entregam um excelente resultado, com ângulos e cenas visualmente espetaculares. Eles convencem o telespectador sobre a existência de Carnival Row – só não despertam a vontade de visitar o local, preferível permanecer vivos – e fazem com que se deseje mais cenas de flashback em Turnanoc. A trilha sonora também é eficiente e as músicas celtas despertam vontade de ouvir num looping eterno. A arte faz um trabalho incrível e permite ao público adentrar este universo, sem dúvidas sobre sua existência.

No geral, Carnival Row é uma produção que merece e MUITO a sua atenção! Se você gosta de mitologia céltica, dramaturgias que abordem temas importantes para a sociedade como preconceitos e boas atuações, não perca tempo e vá conferir. A primeira temporada encerra com um gostinho de quero mais e faz os oito episódios parecerem muito pouco.

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