segunda-feira , 23 dezembro , 2024

Crítica com Spoilers | Lobisomem na Noite – Primeiro telefilme da Marvel é um PRESENTE para os fãs do núcleo sobrenatural da empresa

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Antes de começar a ler esta crítica, conforme dito no título, gostaria de ressaltar que é uma crítica feita com Spoilers. Ou seja, ela contém revelações importantes da trama do especial de Halloween da Marvel: Lobisomem na Noite. Caso você não queira saber mais sobre algumas das surpresas do telefilme, recomendo que assista ele primeiro e depois volte aqui para ler o texto. Mas se você não liga para os Spoilers, pode seguir sem medo!

Provavelmente um dos projetos mais inesperados da Marvel nesses últimos tempos, Lobisomem na Noite é um especial de Halloween que parece ser um projeto meio isolado, mas que, na verdade, introduz um clã muito importante para essa nova empreitada de adaptar o núcleo sobrenatural no MCU.



A trama gira em torno de um antigo grupo de assassinos e mercenários espalhados pelo mundo, os Caçadores de Monstros. Como a própria introdução anuncia, distante das luzes e glórias dos super-heróis, essa horda de caçadores orgulhosamente dedica sua existência a extirpar todo tipo de criatura sobrenatural. Seu líder é ninguém menos que Ulysses Bloodstone, um lendário caçador que teve sua vida prolongada graças à Joia de Sangue que ele carrega ao redor de seu pescoço. Apesar de ser praticamente imortal, sua hora chega e seu legado de destruição e extinção de monstros precisa ser passado. 

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Para isso, a organização convoca os caçadores com maior número de mortes para se reunirem em uma cúpula, onde haverá um desafio tão difícil que nem mesmo o próprio Ulysses foi capaz de fazê-lo: caçar um monstro terrível que está trancado dentro de um tipo de labirinto. Aquele que conseguir matá-lo, poderá remover a pedra e herdar os poderes de Bloodstone. Dentre esses caçadores estão o sereno Jack Russell (Gael García Bernal) e a reticente, porém letal, Elsa Bloodstone (Laura Donnelly), filha de Ulysses. O que eles não sabem é que Jack esconde um segredo que pode desonrar a horda dos caçadores: ele é um lobisomem. Assim, os maiores assassinos de criaturas sobrenaturais do mundo partem labirinto adentro, dispostos a matar a tal criatura e até mesmo seus concorrentes, já que a disputa pode terminar a qualquer momento. 

Por se tratar de um núcleo não tão conhecido do grande público, a Marvel teve uma liberdade um pouco maior para arriscar neste projeto. Afinal, se desse errado, o Homem-Coisa não colocaria muito a perder para a linha principal do MCU. Por isso, todo esse especial, que tem em torno de 50 minutos de duração, é inspirado nos monstros clássicos da Universal. Ou seja, ele tenta replicar a estética dos longas de terror da década de 1930 e 1940. E acontece um trabalho bastante minucioso da direção e da direção de arte para que essa atmosfera seja recriada com maestria. Além de ser todo em preto e branco, o telefilme traz os granulados na filmagem e os estouros na tela, que passam uma sensação fantástica para os fãs dos monstros e do terror antigo. 

A própria ambientação da história é bastante diferente do padrão Marvel. Apesar de não saber dizer se os cenários foram construídos ou se são apenas um CGI muito bem trabalhado, os cenários passam uma impressão de serem autênticos, construídos apenas para a filmagem, tal qual no início do século XX.  

Vale ressaltar também que a direção de Michael Giacchino é impecável. Conhecido por ser um dos melhores compositores de trilhas sonoras da atualidade, Giacchino conseguiu trazer seu talento sonoro para outro sentido: a visão. A forma como ele enxerga a música e usa ângulos de câmera que acompanham com sincronia as trilhas usadas é de encher olhos e ouvidos. E como fã dos Monstros clássicos, Michael não economiza na hora de inserir elementos carimbados nesse tipo de filme, como a narração de abertura ao melhor estilo Vincent Price, os corpos decompostos, os insetos saindo de lugares escuros, as rajadas de sangue jorrando de cortes e, claro, a construção da ameaça por meio de sombras.  

A abertura tem forte influência do trabalho do lendário Vincent Price

O ápice deste telefilme é justamente a transformação de Jack Russell no Lobisomem. A cena dessa metamorfose de homem para lobo é praticamente toda construída por meio da sugestão. São as sombras na parede e o horror no rosto de Elsa e dos inimigos que nos preparam para sua forma final. E apesar da computação permitir construir visuais muito elaborados, a produção apostou num visual mais simples e bem fiel ao Lobisomem dos quadrinhos. Pode não dar medo para a molecada atual, que já está acostumada a espíritos, demônios e freiras possuídas, mas é um trabalho muito bom de figurino e maquiagem que agregam muito valor ao projeto. 

Já os personagens, que ainda não sabemos qual futuro terão no MCU, já que o núcleo sobrenatural ainda engatinha neste universo, conseguem cativar o público em pouco tempo. A trinca principal é, sem dúvidas, Jack Russel, Elsa Bloodstone e o Homem-Coisa. Falando neste último, o visual dele está impecável. Todo a imponência do corpo de lodo e musgo com os marcantes olhos vermelhos roubam a cena quando ele aparece. E a relação dele com Jack, mesmo que mostrada brevemente, já deixa um gostinho de quero mais.  

A interação entre Jack e Elsa também é muito interessante, principalmente se levarmos em conta que são dois personagens que chegaram com um passado misterioso, pouco se falou sobre suas origens ou objetivos, mas ainda assim conseguiram instigar a curiosidade e cativar o público com as poucas informações cedidas neste especial. O contraste entre a serenidade de Russell e a intensidade de Bloodstone criou uma química muito boa em tela. E com personagens como o Cavaleiro da Lua (Oscar Isaac), o Cavaleiro Negro (Kit Harrington) e o Blade (Mahershala Ali) perambulando por aí, tomara que a Marvel se permita explorar mais esse lado monstruoso de seu universo, até porque não se pode usar um talento como o de Gael García Bernal apenas uma vez. Que tragam seu Jack/ Lobisomem para mais aventuras no MCU.  

Servindo como uma grande homenagem aos clássicos do terror do século passado, mas ainda assim não se limitando a isso, já que apresenta personagens interessantes e traça um caminho para novos rumos do Universo Cinematográfico Marvel, Lobisomem na Noite é um excelente início da Marvel nesse caminho de telefilmes. Vale lembrar que o próximo é o Especial de Natal dos Guardiões da Galáxia, que já está deixando muitos fãs ansiosos para as festividades do fim de ano. O trabalho de Michael Giacchino na direção também está mais do que aprovado, mostrando que o estúdio tem em mãos um profissional muito talentoso e com potencial de crescer ainda mais no meio cinematográfico. Enfim, Lobisomem na Noite é uma aventura com jeitão de terror que tem tudo para fazer sucesso entre vários tipos de público, até mesmo entre os mais velhos e os (muito) mais jovens. É uma ótima pedida para o Halloween. 

Lobisomem na Noite estreia nesta sexta-feira (7), somente no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Crítica com Spoilers | Lobisomem na Noite – Primeiro telefilme da Marvel é um PRESENTE para os fãs do núcleo sobrenatural da empresa

Antes de começar a ler esta crítica, conforme dito no título, gostaria de ressaltar que é uma crítica feita com Spoilers. Ou seja, ela contém revelações importantes da trama do especial de Halloween da Marvel: Lobisomem na Noite. Caso você não queira saber mais sobre algumas das surpresas do telefilme, recomendo que assista ele primeiro e depois volte aqui para ler o texto. Mas se você não liga para os Spoilers, pode seguir sem medo!

Provavelmente um dos projetos mais inesperados da Marvel nesses últimos tempos, Lobisomem na Noite é um especial de Halloween que parece ser um projeto meio isolado, mas que, na verdade, introduz um clã muito importante para essa nova empreitada de adaptar o núcleo sobrenatural no MCU.

A trama gira em torno de um antigo grupo de assassinos e mercenários espalhados pelo mundo, os Caçadores de Monstros. Como a própria introdução anuncia, distante das luzes e glórias dos super-heróis, essa horda de caçadores orgulhosamente dedica sua existência a extirpar todo tipo de criatura sobrenatural. Seu líder é ninguém menos que Ulysses Bloodstone, um lendário caçador que teve sua vida prolongada graças à Joia de Sangue que ele carrega ao redor de seu pescoço. Apesar de ser praticamente imortal, sua hora chega e seu legado de destruição e extinção de monstros precisa ser passado. 

Para isso, a organização convoca os caçadores com maior número de mortes para se reunirem em uma cúpula, onde haverá um desafio tão difícil que nem mesmo o próprio Ulysses foi capaz de fazê-lo: caçar um monstro terrível que está trancado dentro de um tipo de labirinto. Aquele que conseguir matá-lo, poderá remover a pedra e herdar os poderes de Bloodstone. Dentre esses caçadores estão o sereno Jack Russell (Gael García Bernal) e a reticente, porém letal, Elsa Bloodstone (Laura Donnelly), filha de Ulysses. O que eles não sabem é que Jack esconde um segredo que pode desonrar a horda dos caçadores: ele é um lobisomem. Assim, os maiores assassinos de criaturas sobrenaturais do mundo partem labirinto adentro, dispostos a matar a tal criatura e até mesmo seus concorrentes, já que a disputa pode terminar a qualquer momento. 

Por se tratar de um núcleo não tão conhecido do grande público, a Marvel teve uma liberdade um pouco maior para arriscar neste projeto. Afinal, se desse errado, o Homem-Coisa não colocaria muito a perder para a linha principal do MCU. Por isso, todo esse especial, que tem em torno de 50 minutos de duração, é inspirado nos monstros clássicos da Universal. Ou seja, ele tenta replicar a estética dos longas de terror da década de 1930 e 1940. E acontece um trabalho bastante minucioso da direção e da direção de arte para que essa atmosfera seja recriada com maestria. Além de ser todo em preto e branco, o telefilme traz os granulados na filmagem e os estouros na tela, que passam uma sensação fantástica para os fãs dos monstros e do terror antigo. 

A própria ambientação da história é bastante diferente do padrão Marvel. Apesar de não saber dizer se os cenários foram construídos ou se são apenas um CGI muito bem trabalhado, os cenários passam uma impressão de serem autênticos, construídos apenas para a filmagem, tal qual no início do século XX.  

Vale ressaltar também que a direção de Michael Giacchino é impecável. Conhecido por ser um dos melhores compositores de trilhas sonoras da atualidade, Giacchino conseguiu trazer seu talento sonoro para outro sentido: a visão. A forma como ele enxerga a música e usa ângulos de câmera que acompanham com sincronia as trilhas usadas é de encher olhos e ouvidos. E como fã dos Monstros clássicos, Michael não economiza na hora de inserir elementos carimbados nesse tipo de filme, como a narração de abertura ao melhor estilo Vincent Price, os corpos decompostos, os insetos saindo de lugares escuros, as rajadas de sangue jorrando de cortes e, claro, a construção da ameaça por meio de sombras.  

A abertura tem forte influência do trabalho do lendário Vincent Price

O ápice deste telefilme é justamente a transformação de Jack Russell no Lobisomem. A cena dessa metamorfose de homem para lobo é praticamente toda construída por meio da sugestão. São as sombras na parede e o horror no rosto de Elsa e dos inimigos que nos preparam para sua forma final. E apesar da computação permitir construir visuais muito elaborados, a produção apostou num visual mais simples e bem fiel ao Lobisomem dos quadrinhos. Pode não dar medo para a molecada atual, que já está acostumada a espíritos, demônios e freiras possuídas, mas é um trabalho muito bom de figurino e maquiagem que agregam muito valor ao projeto. 

Já os personagens, que ainda não sabemos qual futuro terão no MCU, já que o núcleo sobrenatural ainda engatinha neste universo, conseguem cativar o público em pouco tempo. A trinca principal é, sem dúvidas, Jack Russel, Elsa Bloodstone e o Homem-Coisa. Falando neste último, o visual dele está impecável. Todo a imponência do corpo de lodo e musgo com os marcantes olhos vermelhos roubam a cena quando ele aparece. E a relação dele com Jack, mesmo que mostrada brevemente, já deixa um gostinho de quero mais.  

A interação entre Jack e Elsa também é muito interessante, principalmente se levarmos em conta que são dois personagens que chegaram com um passado misterioso, pouco se falou sobre suas origens ou objetivos, mas ainda assim conseguiram instigar a curiosidade e cativar o público com as poucas informações cedidas neste especial. O contraste entre a serenidade de Russell e a intensidade de Bloodstone criou uma química muito boa em tela. E com personagens como o Cavaleiro da Lua (Oscar Isaac), o Cavaleiro Negro (Kit Harrington) e o Blade (Mahershala Ali) perambulando por aí, tomara que a Marvel se permita explorar mais esse lado monstruoso de seu universo, até porque não se pode usar um talento como o de Gael García Bernal apenas uma vez. Que tragam seu Jack/ Lobisomem para mais aventuras no MCU.  

Servindo como uma grande homenagem aos clássicos do terror do século passado, mas ainda assim não se limitando a isso, já que apresenta personagens interessantes e traça um caminho para novos rumos do Universo Cinematográfico Marvel, Lobisomem na Noite é um excelente início da Marvel nesse caminho de telefilmes. Vale lembrar que o próximo é o Especial de Natal dos Guardiões da Galáxia, que já está deixando muitos fãs ansiosos para as festividades do fim de ano. O trabalho de Michael Giacchino na direção também está mais do que aprovado, mostrando que o estúdio tem em mãos um profissional muito talentoso e com potencial de crescer ainda mais no meio cinematográfico. Enfim, Lobisomem na Noite é uma aventura com jeitão de terror que tem tudo para fazer sucesso entre vários tipos de público, até mesmo entre os mais velhos e os (muito) mais jovens. É uma ótima pedida para o Halloween. 

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