terça-feira, abril 16, 2024

Crítica | Crimes Obscuros – Jim Carrey investe em suspense baseado numa história real

Thriller Polonês

No rastro de Melissa McCarthy e do recente Poderia me Perdoar?, o humorista Jim Carrey investe num papel sério em seu novo trabalho. Crimes Obscuros é baseado numa história real, registrada no artigo ‘True Crime: A Postmodern Murder Mystery’, de David Grann.

A trama passada na Polônia, segue de perto o detetive Tadek, um investigador que se torna obcecado por um caso de assassinato, envolvendo o submundo de festas de orgias e sadomasoquismo. O caso sem pistas, recebe uma nova luz no fim do túnel quando o protagonista começa a notar similaridades entre a morte e detalhes descritos num livro.

Naturalmente, o autor (papel do neozelandês Marton Csokas) se torna o principal suspeito do crime. No entanto, assim como Catherine Tramell (Sharon Stone) em Instinto Selvagem (1992), não existem provas suficientes para encarcerar o pomposo e sórdido autor – por mais que o detetive faça disso uma questão de honra. Assim, surge um jogo de gato e rato que aos poucos vai custando a sanidade do homem da lei e também sua vida em família – assim como toda obsessão.

Alguns detalhes sobressaem como curiosos na produção. O primeiro é o sotaque de Carrey e seu Tadek ao longo de toda a projeção. Por este ser um thriller passado na Polônia, o protagonista fala inglês com sotaque carregado, conseguindo em partes se desassociar da figura muito conhecida do humorista (sua caracterização física também ajuda – barba espessa e cabeça raspada). O ator inclusive desempenha cenas um pouco mais ousadas de sexo.

Completando o elenco principal, a musa indie de produções polêmicas, Charlotte Gainsbourg vive a namorada do escritor, uma personagem igualmente complexa. O único elemento que consegue flutuar, evitando o longa de afundar por completo, é a performance dedicada de Jim Carrey – um bom ator dramático. Assim como em filmes anteriores, o astro se entrega de cabeça em sua atuação, dando o nível de intensidade necessária para este longa soturno e deprimente, que mira de forma clara no clima de ótimos exemplares do gênero como Seven (1995) e 8mm (1999).

Infelizmente, todo o resto não acompanha o desempenho do protagonista. O roteiro adaptado por Jeremy Brock (O Último Rei da Escócia) não cria momentos de brilho ou diálogos muito afiados. O texto faz o feijão com arroz, que poderia ser contornado pela direção. Ou será que é ela que prejudica o script? O cineasta Alexandros Avranas, tão inspirado no sufocante e desesperador drama grego Miss Violence (2013), entrega uma direção burocrática e sem energia, que tenta se segurar desesperadamente nos elementos de cena (vide direção de arte e atuações), esquecendo de pulsar.

Não deixe de assistir:

Embora não seja a mais brilhante das tramas, o material fonte é honesto o suficiente e poderia render mais. Do jeito que está, Crimes Obscuros é enfadonho e completamente descartável.

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