domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | BigBug – Netflix lança comédia futurista do diretor de ‘Amelie Poulain’ que é uma dos mais DOIDAS do ano

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Todo bom cinéfilo acha que já viu de tudo nessa vida… até se deparar com uma história um bocado inovadora que faz com que ele ou ela fique com aquela sensação gostosa de finalmente ter visto algo minimamente novo. Bom, se esse é o seu caso, então, eis aqui uma ótima dica para você: o filme francêsBigBug’, definitivamente um dos filmes mais doidos do ano de 2022 e que estreou esse mês na plataforma da Netflix.



Em um futuro distópico, em 2045, todos os seres humanos nas cidades cosmopolitas vivem em casas controladas, organizadas e gerenciadas por inteligências artificiais – as IAs. São robôs pré-programados para cozinhar, limpar, calcular, entreter e até mesmo, se for o caso, satisfazer sexualmente aos humanos. Num dia comum, Max (Stéphane De Groodt, de ‘Astérix e Obélix’) e seu filho Léo (Hélie Thonnat) estão visitando Alice (Elsa Zylberstein) quando o ex-marido dela, Victor (Youssef Hajdi), a atual noiva deste, Jennifer (Claire Chust) e a filha dele, Nina (Marysole Fertand) decidem aparecer na casa do nada, junto com a vizinha Françoise (Isabelle Nanty), que também entra – tudo isso pouco antes de uma rebelião dos IAs Yonyx tomar conta da sociedade, alegando que vão exterminar os humanos. Diante disso, os robôs de Alice, Einstein (André Dussolier), Tom (Corrine Martin), Monique (Claude Perron) e Greg (Alban Lenoir), decidem pegar a oportunidade e se transformarem em humanos.

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A real é que toda a história de ‘BigBug’ é mucho loca, ainda mais porque é uma ficção científica e francesa, ainda por cima. Isso significa que as uma hora e cinquenta de duração misturam esse gênero com uma comédia ácida nervosa cujo humor por vezes é difícil de entender (como nas cenas do reality show fake Homo Riddiculous, que, embora seja uma crítica ao sistema dos circos e zoológicos, é um bocado incômodo de se ver, além de aleatório). E, nesse quesito, o destaque é para o IA Yonyx (François Levantal), cujos olhos e sorriso bizarramente hipnotizantes assustam e atraem ao mesmo tempo.

O aspecto que mais chama a atenção em ‘BigBug’ é, sem dúvida, o visual – um refinado e moderníssimo conceito artístico que consegue misturar o futurismo com o retrô, entremeados por uma explosão de cores e conceito industrial renovado. Essa ideia se replica no cenário, nos objetos, no figurino, na maquiagem, no cabelo, na aplicação de cores, tudo. A direção artística é, certamente, o coração dessa produção.

Esse conjunto de características faz parte da assinatura do diretor francês Jean-Pierre Jeunet (do maravilhoso ‘O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’), que volta à batuta depois de mais de uma década e que em ‘BigBug’ não só dirige como também escreve o roteiro, que é uma completa viagem (com colaboração dos diálogos cheios de termos científico-tecnológicos de Guillaume Laurant). A ver por ‘BigBug’, o retorno de Jean-Pierre Jeunet realmente causa um grande impacto no espectador.

Gravado durante a pandemia, ‘BigBug’ é desses filmes esteticamente lindos, mas cuja história você não entende 100%. Pelo viés da comédia histérica cujo crescente vai exponenciando com um ritmo acelerado, bebe na fonte do clássico ‘1984’ para trazer um entretenimento crítico e nervoso do relacionamento humanos versus robôs.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Em um futuro distópico, em 2045, todos os seres humanos nas cidades cosmopolitas vivem em casas controladas, organizadas e gerenciadas por inteligências artificiais – as IAs. São robôs pré-programados para cozinhar, limpar, calcular, entreter e até mesmo, se for o caso, satisfazer sexualmente aos humanos. Num dia comum, Max (Stéphane De Groodt, de ‘Astérix e Obélix’) e seu filho Léo (Hélie Thonnat) estão visitando Alice (Elsa Zylberstein) quando o ex-marido dela, Victor (Youssef Hajdi), a atual noiva deste, Jennifer (Claire Chust) e a filha dele, Nina (Marysole Fertand) decidem aparecer na casa do nada, junto com a vizinha Françoise (Isabelle Nanty), que também entra – tudo isso pouco antes de uma rebelião dos IAs Yonyx tomar conta da sociedade, alegando que vão exterminar os humanos. Diante disso, os robôs de Alice, Einstein (André Dussolier), Tom (Corrine Martin), Monique (Claude Perron) e Greg (Alban Lenoir), decidem pegar a oportunidade e se transformarem em humanos.

A real é que toda a história de ‘BigBug’ é mucho loca, ainda mais porque é uma ficção científica e francesa, ainda por cima. Isso significa que as uma hora e cinquenta de duração misturam esse gênero com uma comédia ácida nervosa cujo humor por vezes é difícil de entender (como nas cenas do reality show fake Homo Riddiculous, que, embora seja uma crítica ao sistema dos circos e zoológicos, é um bocado incômodo de se ver, além de aleatório). E, nesse quesito, o destaque é para o IA Yonyx (François Levantal), cujos olhos e sorriso bizarramente hipnotizantes assustam e atraem ao mesmo tempo.

O aspecto que mais chama a atenção em ‘BigBug’ é, sem dúvida, o visual – um refinado e moderníssimo conceito artístico que consegue misturar o futurismo com o retrô, entremeados por uma explosão de cores e conceito industrial renovado. Essa ideia se replica no cenário, nos objetos, no figurino, na maquiagem, no cabelo, na aplicação de cores, tudo. A direção artística é, certamente, o coração dessa produção.

Esse conjunto de características faz parte da assinatura do diretor francês Jean-Pierre Jeunet (do maravilhoso ‘O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’), que volta à batuta depois de mais de uma década e que em ‘BigBug’ não só dirige como também escreve o roteiro, que é uma completa viagem (com colaboração dos diálogos cheios de termos científico-tecnológicos de Guillaume Laurant). A ver por ‘BigBug’, o retorno de Jean-Pierre Jeunet realmente causa um grande impacto no espectador.

Gravado durante a pandemia, ‘BigBug’ é desses filmes esteticamente lindos, mas cuja história você não entende 100%. Pelo viés da comédia histérica cujo crescente vai exponenciando com um ritmo acelerado, bebe na fonte do clássico ‘1984’ para trazer um entretenimento crítico e nervoso do relacionamento humanos versus robôs.

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