sábado , 2 novembro , 2024

Crítica | Depois a Louca Sou Eu – Amazon Prime lança filme bem humorado sobre a “geração rivotril”

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Após trabalharem juntas em Meu Passado Me Condena e Meu Passado Me Condena 2, a diretora Julia Rezende e a escritora Tati Bernardi retomam a parceria em Depois a Louca Sou Eu, que estreou no catálogo do Amazon Prime Video. Ainda que traga elementos marcantes do humor, o novo longa se diferencia dos anteriores em seu peso dramático.

O filme fala muito sobre os tempos atuais, em que a maioria das pessoas busca tratamento, seja psicológico ou através de medicamentos, e tem problemas para lidar com ansiedade ou posicionamento no mundo.

Débora Falabella vive Dani, uma publicitária que sonha em investir mais na carreira de escritora. Inquieta e com fortes crises de ansiedade, ela encontra barreira no convívio social. Seus medos e conflitos, muitas vezes, levam ao isolamento, fazendo com que minta sempre para as pessoas mais próximas. Ao mesmo tempo em que busca todo tipo de solução para suas crises, a mulher tem que lidar com a difícil relação com a mãe.

Filha do diretor Sérgio Rezende e da produtora Mariza Leão, Julia Rezende tem sido um dos destaques da comédia nacional nos últimos anos. O gênero quase virou sinônimo de algo ruim há pouco tempo, com uma sucessão de comédias exageradas e pouco inspiradas, mas a cineasta desde seus primeiros trabalhos vem demonstrando uma grande sensibilidade, além da capacidade de emocionar em obras humorísticas, como vemos em Um Namorado para Minha Mulher e Ponte Aérea.

Em Depois a Louca Sou Eu, Julia consegue criar cenas divertidíssimas e também apresentar momentos tocantes. E ela teve a sorte de contar com uma grande atriz ao seu lado. Débora Falabella é a pessoa perfeita para o papel – surgindo em cena como um turbilhão de emoções e convencendo o espectador de que está de fato passando por tudo aquilo. A atriz está bem nas cenas de humor, sempre demonstrando aquela delicadeza peculiar, mas principalmente nos momentos mais dramáticos. Há de se valorizar ainda o fato de Rezende não abafar a sexualidade da personagem. Dani é uma mulher adulta, que passa por vários relacionamentos, e o sexo é algo importante em cena, até como válvula de escape da difícil realidade.

O bom elenco da produção conta ainda com as presenças de Débora Lamm, Yara de Novaes, Gustavo Vaz e Evandro Mesquita. O principal mérito do roteiro está em centrar sua atenção em Dani e na boa mescla entre humor e comédia, embora o longa pareça ter dificuldades para achar seu tom no início, principalmente no uso moderno de imagens e legendas na tela.

Depois a Louca Sou Eu é um retrato bem-humorado dessa “geração rivotril”. Tem o mérito de não fazer apologia ao uso de medicamentos de tarja preta, mas talvez minimize um pouco o impacto dos mesmos para fazer rir. A relação de Dani com a mãe também gera boas risadas, mas a repetição de situações acaba prejudicando um pouco a dinâmica. Ainda assim, estamos diante de uma obra interessante e envolvente.   

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O filme fala muito sobre os tempos atuais, em que a maioria das pessoas busca tratamento, seja psicológico ou através de medicamentos, e tem problemas para lidar com ansiedade ou posicionamento no mundo.

Débora Falabella vive Dani, uma publicitária que sonha em investir mais na carreira de escritora. Inquieta e com fortes crises de ansiedade, ela encontra barreira no convívio social. Seus medos e conflitos, muitas vezes, levam ao isolamento, fazendo com que minta sempre para as pessoas mais próximas. Ao mesmo tempo em que busca todo tipo de solução para suas crises, a mulher tem que lidar com a difícil relação com a mãe.

Filha do diretor Sérgio Rezende e da produtora Mariza Leão, Julia Rezende tem sido um dos destaques da comédia nacional nos últimos anos. O gênero quase virou sinônimo de algo ruim há pouco tempo, com uma sucessão de comédias exageradas e pouco inspiradas, mas a cineasta desde seus primeiros trabalhos vem demonstrando uma grande sensibilidade, além da capacidade de emocionar em obras humorísticas, como vemos em Um Namorado para Minha Mulher e Ponte Aérea.

Em Depois a Louca Sou Eu, Julia consegue criar cenas divertidíssimas e também apresentar momentos tocantes. E ela teve a sorte de contar com uma grande atriz ao seu lado. Débora Falabella é a pessoa perfeita para o papel – surgindo em cena como um turbilhão de emoções e convencendo o espectador de que está de fato passando por tudo aquilo. A atriz está bem nas cenas de humor, sempre demonstrando aquela delicadeza peculiar, mas principalmente nos momentos mais dramáticos. Há de se valorizar ainda o fato de Rezende não abafar a sexualidade da personagem. Dani é uma mulher adulta, que passa por vários relacionamentos, e o sexo é algo importante em cena, até como válvula de escape da difícil realidade.

O bom elenco da produção conta ainda com as presenças de Débora Lamm, Yara de Novaes, Gustavo Vaz e Evandro Mesquita. O principal mérito do roteiro está em centrar sua atenção em Dani e na boa mescla entre humor e comédia, embora o longa pareça ter dificuldades para achar seu tom no início, principalmente no uso moderno de imagens e legendas na tela.

Depois a Louca Sou Eu é um retrato bem-humorado dessa “geração rivotril”. Tem o mérito de não fazer apologia ao uso de medicamentos de tarja preta, mas talvez minimize um pouco o impacto dos mesmos para fazer rir. A relação de Dani com a mãe também gera boas risadas, mas a repetição de situações acaba prejudicando um pouco a dinâmica. Ainda assim, estamos diante de uma obra interessante e envolvente.   

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