domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Depois Daquela Montanha – Winslet e Elba em eficiente aventura dramática

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Direto do TIFF, Festival de Toronto

Inverno da Alma

É muito bom ver que no meio de uma Hollywood atual lotada de filmes de super-heróis (de vários estúdios) e um grande desespero em se tornar uma fábrica de franquias (cada estúdio querendo a sua), ainda existe lugar para filmes de entretenimento à moda antiga. Antigamente, cinema era coisa de adulto, que conquistava por consequência um público mais jovem também. Hoje, cinema é coisa de crianças e adolescentes, e termina por afastar o público mais adulto, cada vez mais sem lugar dentro do mainstream.



Depois Daquela Montanha chega para suprir momentaneamente esta deficiência e soprar oxigênio para dentro desta entidade quase em falência. Na trama, Idris Elba interpreta o médico Ben Bass, cujo voo acaba de ser cancelado em sua volta para casa. Na mesma situação que ele encontra-se a fotógrafa Alex Martin, papel da vencedora do Oscar Kate Winslet (O Leitor), que com o empecilho no aeroporto corre o risco de perder o próprio casamento. A solução é contratar um piloto de aluguel, papel do veterano Beau Bridges – irmão de Jeff Bridges – para leva-los para casa num avião particular.

Então, a verdadeira sinopse chega, quando num acidente – que lógico não irei revelar aqui, não sou tão estraga prazeres assim – o avião cai nas montanhas geladas, deixando o casal de desconhecidos (e um cachorro labrador) à deriva, precisando encontrar forças para sobreviver, usando tudo o que sabem para contornar as adversidades da natureza: frio, ferimentos, falta de comida, penhascos, rios congelados e até mesmo pumas.

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Depois Daquela Montanha é uma aventura adulta, que não exagera nos perigos enfrentados pela dupla, portanto esqueçam cenas de ação mirabolantes ou o uso de efeitos especiais incríveis. Todos os percalços enfrentados pelos protagonistas são perfeitamente plausíveis dentro da realidade apresentada. O roteiro de J. Mills Goodloe (A Incrível História de Adaline) em parceria com Chris Weitz (Rogue One), baseado no livro de Charles Martin, cria bons momentos, diálogos interessantes – mesmo recaindo por vezes no território da pieguice, ou fazendo uso de certos clichês – contornados pela eficiente direção do israelense Hany Abu-Assad (Paradise Now e Omar).

O diretor Assad entrega uma obra dinâmica, que não perde tempo, e já nos situa logo de cara na ação. O cineasta mantém a narrativa girando, sem muito espaço para floreios. Por outro lado, a dupla de protagonistas Elba e Winslet, obviamente tem cacife de sobra para segurar o filme basicamente por conta própria, e a química entre os dois funciona que é uma beleza.

O interessante de Depois Daquela Montanha, e que me surpreendeu bastante, é a forma como o relacionamento entre os dois ocorre naturalmente. O terceiro ato é refrescante, dando uma guinada de gênero, mas uma inesperada e satisfatória. Pense em Náufrago (2000), com Tom Hanks. Existem muitas explicações psicológicas para a conexão entre duas pessoas e o aflorar de sentimentos como a paixão. A síndrome de Estocolmo é um exemplo. A mais eficiente, no entanto, segue sendo o destino.

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Depois Daquela Montanha chega para suprir momentaneamente esta deficiência e soprar oxigênio para dentro desta entidade quase em falência. Na trama, Idris Elba interpreta o médico Ben Bass, cujo voo acaba de ser cancelado em sua volta para casa. Na mesma situação que ele encontra-se a fotógrafa Alex Martin, papel da vencedora do Oscar Kate Winslet (O Leitor), que com o empecilho no aeroporto corre o risco de perder o próprio casamento. A solução é contratar um piloto de aluguel, papel do veterano Beau Bridges – irmão de Jeff Bridges – para leva-los para casa num avião particular.

Então, a verdadeira sinopse chega, quando num acidente – que lógico não irei revelar aqui, não sou tão estraga prazeres assim – o avião cai nas montanhas geladas, deixando o casal de desconhecidos (e um cachorro labrador) à deriva, precisando encontrar forças para sobreviver, usando tudo o que sabem para contornar as adversidades da natureza: frio, ferimentos, falta de comida, penhascos, rios congelados e até mesmo pumas.

Depois Daquela Montanha é uma aventura adulta, que não exagera nos perigos enfrentados pela dupla, portanto esqueçam cenas de ação mirabolantes ou o uso de efeitos especiais incríveis. Todos os percalços enfrentados pelos protagonistas são perfeitamente plausíveis dentro da realidade apresentada. O roteiro de J. Mills Goodloe (A Incrível História de Adaline) em parceria com Chris Weitz (Rogue One), baseado no livro de Charles Martin, cria bons momentos, diálogos interessantes – mesmo recaindo por vezes no território da pieguice, ou fazendo uso de certos clichês – contornados pela eficiente direção do israelense Hany Abu-Assad (Paradise Now e Omar).

O diretor Assad entrega uma obra dinâmica, que não perde tempo, e já nos situa logo de cara na ação. O cineasta mantém a narrativa girando, sem muito espaço para floreios. Por outro lado, a dupla de protagonistas Elba e Winslet, obviamente tem cacife de sobra para segurar o filme basicamente por conta própria, e a química entre os dois funciona que é uma beleza.

O interessante de Depois Daquela Montanha, e que me surpreendeu bastante, é a forma como o relacionamento entre os dois ocorre naturalmente. O terceiro ato é refrescante, dando uma guinada de gênero, mas uma inesperada e satisfatória. Pense em Náufrago (2000), com Tom Hanks. Existem muitas explicações psicológicas para a conexão entre duas pessoas e o aflorar de sentimentos como a paixão. A síndrome de Estocolmo é um exemplo. A mais eficiente, no entanto, segue sendo o destino.

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