domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Desaparecido para Sempre – Minissérie de Harlan Coben para Netflix é um intricado suspense conspiratório

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Harlan Coben há anos é sinônimo de best-seller, e agora é também sinônimo de sucesso internacional. O escritor estadunidense é autor de dezenas de thrillers cujos direitos de tradução foram adquiridos por diversos países. Há pouco tempo Harlan Coben (que é apaixonado pelo Brasil) fechou contrato com a Netflix, que vem aos poucos adaptando sua obra no formato de séries e minisséries. É assim que chega agora à Netflix a minissérie francesa ‘Desaparecido para Sempre’, a quarta parceria entre o autor e a plataforma de streaming.



Guillaume Lucchesi (Finnegan Oldfield) é um jovem estudante de Administração em 2010 quando ouve um barulho estranho na casa de sua namorada, Alice (Mila Ayache), que é sua vizinha. Ao chegar lá, a vê afogada na piscina da casa, ao mesmo tempo em que vê um homem misterioso (Tómas Lemarquis) perseguir seu irmão, Fred (Nicolas Duvauchelle), que leva um tiro e cai no mar, ficando desaparecido para sempre. Sete anos se passam e, apesar desse trauma no passado, Guillaume se tornou um assistente social com um coração enorme, que dedica seu tempo a ajudar jovens imigrantes em Nice, na França. Porém, quando sua atual namorada, Judith Conti (Nailia Harzoune) desaparece, ele decide revirar o país de ponta cabeça para descobrir o paradeiro da mulher que ama, e, para isso, contará com a ajuda de seu chefe e grande amigo, Costa (Guillaume Gouix).

Dividido em três tempos diferentes – 2010, 2017 e dias atuais – ‘Desaparecido para Sempre’ consegue contar uma história redonda e intrigante em apenas cinco episódios de mais ou menos quarenta minutos de duração. Essa é uma característica de Harlan Coben, que constrói suspenses e thrillers mirabolantes cheios de elementos, que partem do sujeito comum que de repente se vê envolvido em uma intrincada rede conspiratória que o força a sair de sua zona de conforto em prol de sua própria sobrevivência e/ou de sua família. Embora seja uma construção bastante comum em histórias de ação, por exemplo, o diferencial de Harlan Coben é centrar o protagonismo no sujeito comum, fora do estereótipo do vingador brucutu de um filme/história de ação.

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Isto dito, o roteiro de David Elkaïm e Vincent Poymiro consegue fazer uma boa adaptação do livro homônimo, costurando o quebra-cabeças bem devagar, à medida que o próprio protagonista vai descobrindo as informações. Entretanto, esse vai e vem no tempo dá uma cansada (funciona melhor no livro), e talvez pudesse ter sido melhor trabalhada para não haver tanto corte. Outro ponto que sobra na trama é o desvio para contar o background de um dos personagens, envolvido com um grupo de supremacia racial. Não precisava. Ainda assim, as peças finais do enredo são colocadas de maneira catártica, satisfazendo toda a curiosidade do espectador – mérito compartilhado com o diretor Juan Carlos Medina, que encontrou saídas para segurar o ritmo da história e manter o espectador interessado até o fim.

Ainda que as atuações não entreguem grande carga dramática, a produção francesa ‘Desaparecido para Sempre’ conquista pela ótima história conspiratória, que cumpre a missão de nos entreter. Para quem curte um bom suspense, é uma boa dica de minissérie maratonável que dá nó na cabeça e que só se esclarece literalmente no fim.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Harlan Coben há anos é sinônimo de best-seller, e agora é também sinônimo de sucesso internacional. O escritor estadunidense é autor de dezenas de thrillers cujos direitos de tradução foram adquiridos por diversos países. Há pouco tempo Harlan Coben (que é apaixonado pelo Brasil) fechou contrato com a Netflix, que vem aos poucos adaptando sua obra no formato de séries e minisséries. É assim que chega agora à Netflix a minissérie francesa ‘Desaparecido para Sempre’, a quarta parceria entre o autor e a plataforma de streaming.

Guillaume Lucchesi (Finnegan Oldfield) é um jovem estudante de Administração em 2010 quando ouve um barulho estranho na casa de sua namorada, Alice (Mila Ayache), que é sua vizinha. Ao chegar lá, a vê afogada na piscina da casa, ao mesmo tempo em que vê um homem misterioso (Tómas Lemarquis) perseguir seu irmão, Fred (Nicolas Duvauchelle), que leva um tiro e cai no mar, ficando desaparecido para sempre. Sete anos se passam e, apesar desse trauma no passado, Guillaume se tornou um assistente social com um coração enorme, que dedica seu tempo a ajudar jovens imigrantes em Nice, na França. Porém, quando sua atual namorada, Judith Conti (Nailia Harzoune) desaparece, ele decide revirar o país de ponta cabeça para descobrir o paradeiro da mulher que ama, e, para isso, contará com a ajuda de seu chefe e grande amigo, Costa (Guillaume Gouix).

Dividido em três tempos diferentes – 2010, 2017 e dias atuais – ‘Desaparecido para Sempre’ consegue contar uma história redonda e intrigante em apenas cinco episódios de mais ou menos quarenta minutos de duração. Essa é uma característica de Harlan Coben, que constrói suspenses e thrillers mirabolantes cheios de elementos, que partem do sujeito comum que de repente se vê envolvido em uma intrincada rede conspiratória que o força a sair de sua zona de conforto em prol de sua própria sobrevivência e/ou de sua família. Embora seja uma construção bastante comum em histórias de ação, por exemplo, o diferencial de Harlan Coben é centrar o protagonismo no sujeito comum, fora do estereótipo do vingador brucutu de um filme/história de ação.

Isto dito, o roteiro de David Elkaïm e Vincent Poymiro consegue fazer uma boa adaptação do livro homônimo, costurando o quebra-cabeças bem devagar, à medida que o próprio protagonista vai descobrindo as informações. Entretanto, esse vai e vem no tempo dá uma cansada (funciona melhor no livro), e talvez pudesse ter sido melhor trabalhada para não haver tanto corte. Outro ponto que sobra na trama é o desvio para contar o background de um dos personagens, envolvido com um grupo de supremacia racial. Não precisava. Ainda assim, as peças finais do enredo são colocadas de maneira catártica, satisfazendo toda a curiosidade do espectador – mérito compartilhado com o diretor Juan Carlos Medina, que encontrou saídas para segurar o ritmo da história e manter o espectador interessado até o fim.

Ainda que as atuações não entreguem grande carga dramática, a produção francesa ‘Desaparecido para Sempre’ conquista pela ótima história conspiratória, que cumpre a missão de nos entreter. Para quem curte um bom suspense, é uma boa dica de minissérie maratonável que dá nó na cabeça e que só se esclarece literalmente no fim.

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