sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Dom – 3ª e Última Temporada Imprime Tom Melodramático à Frenética Série de Ação Brasileira

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Pedro Dom foi um fenômeno no início dos anos 2000 – e voltou a sê-lo agora, quase vinte anos após sua morte. Numa época em que a economia brasileira ainda lutava para se estabilizar, Pedro Dom invadia apartamentos de pessoas ricas ou classe média alta e roubava-lhes joias, dinheiro vivo e outros objetos de valor. Acima de tudo, ele tocava o terror real, físico e psicológico nas vítimas que encontrava pelo caminho, e essas eram as descrições dadas por essas mesmas vítimas e por outras testemunhas que viram in loco as performances de Dom.

Em 2021, porém, estreou na Prime Video uma série homônima que buscava trazer um outro olhar, um outro lado da moeda de uma história até então contada pela perspectiva dos policiais e com a narrativa do jornalismo sensacionalista. E agora, nesse último final de semana, estreou na plataforma a última temporada de ‘Dom’.



Dom

Pedro Dom (Gabriel Leone, de ‘Eduardo e Mônica’) agora é pai. Sua filha acaba de nascer no hospital, mas Jasmin (Raquel Villar) não quer que Dom vá vê-la, para não levar perigo a elas. Isso parte o coração do rapaz, que ainda está tentando de tudo para pagar sua dívida com Colibri (Murilo Sampaio, de ‘Cidade Invisível’), chefe do tráfico da Rocinha. Porém, seu vício em cocaína ainda é muito forte, o que faz com que ele queira consumir ainda mais e preocupa cada vez mais a seu pai, Victor (Flávio Tolezani, de ‘Verdades Secretas’), que tenta desesperadamente a liberdade de seu filho ao mesmo tempo em que descobre um tumor no pulmão e começa a se envolver amorosamente com Lia (Aline Borges, de ‘Alemão 2’), uma juíza. Enquanto isso, a polícia e o governo estão fechando o cerco contra Dom, na tentativa de retomar o respeito da população, mas Dom precisará realizar uma última ação antes de conquistar sua almejada liberdade.

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Dessa vez com uma temporada menor, de apenas cinco episódios com cerca de cinquenta minutos cada, não fosse pelo arco da trama, poderíamos pedir que essa temporada se juntasse com a anterior num produto só. Outra diferença é que nesta parte, mais do que nas outras, temos mais tempo de background para o passado e para a vida particular de Victor, o pai, o que invariavelmente acaba quebrando o ritmo do enredo, pois suas cenas são sempre de drama, de reflexão, de confissão ou de uma operação na Colômbia, enquanto as cenas de Dom são pura ação.

Dom

Gabriel Leone e Flávio Tolezani encerram com primor uma série de sucesso, entregando boas e convincentes atuações que, sob a iluminação certa e a fotografia favorável, tornam suas expressões emocionais ainda mais intensas nos momentos certos. As cenas de ação e de perseguição fazem o espectador prender o fôlego e imergir na adrenalina tamanha a proximidade com o real, realçadas pela captação acurada de som da técnica Valéria Ferro.

Tecnicamente bem realizada, ‘Dom’ é, no geral, uma baita superprodução e um ótimo trabalho do diretor Breno Silveira (in memoriam), que criou a série. É um olhar interessante de dentro, ainda que fictício, do agente dos eventos, e não da mídia ou da polícia. Inspirado nos eventos reais, a série se permitiu algumas muitas modificações, de certo modo suavizando o impacto das ações de Dom para quem sofreu com seus atos, retratando a ele e a seu pai como heróis que tentaram pedir ajuda para um sistema corrupto que deveria proteger a todos.

A série termina com o Victor real, pai de Dom, pedindo que retratassem seu filho tal como era, como ele o via: um rapaz bonito, inteligente, que fez escolhas erradas na vida e cujo problema principal era a cocaína. E esta terceira temporada de ‘Dom’ encerra a série retratando o biografado tal qual o último desejo de seu pai. Cabe ao espectador fazer o veredicto dos fatos.

Dom

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Pedro Dom foi um fenômeno no início dos anos 2000 – e voltou a sê-lo agora, quase vinte anos após sua morte. Numa época em que a economia brasileira ainda lutava para se estabilizar, Pedro Dom invadia apartamentos de pessoas ricas ou classe média alta e roubava-lhes joias, dinheiro vivo e outros objetos de valor. Acima de tudo, ele tocava o terror real, físico e psicológico nas vítimas que encontrava pelo caminho, e essas eram as descrições dadas por essas mesmas vítimas e por outras testemunhas que viram in loco as performances de Dom.

Em 2021, porém, estreou na Prime Video uma série homônima que buscava trazer um outro olhar, um outro lado da moeda de uma história até então contada pela perspectiva dos policiais e com a narrativa do jornalismo sensacionalista. E agora, nesse último final de semana, estreou na plataforma a última temporada de ‘Dom’.

Dom

Pedro Dom (Gabriel Leone, de ‘Eduardo e Mônica’) agora é pai. Sua filha acaba de nascer no hospital, mas Jasmin (Raquel Villar) não quer que Dom vá vê-la, para não levar perigo a elas. Isso parte o coração do rapaz, que ainda está tentando de tudo para pagar sua dívida com Colibri (Murilo Sampaio, de ‘Cidade Invisível’), chefe do tráfico da Rocinha. Porém, seu vício em cocaína ainda é muito forte, o que faz com que ele queira consumir ainda mais e preocupa cada vez mais a seu pai, Victor (Flávio Tolezani, de ‘Verdades Secretas’), que tenta desesperadamente a liberdade de seu filho ao mesmo tempo em que descobre um tumor no pulmão e começa a se envolver amorosamente com Lia (Aline Borges, de ‘Alemão 2’), uma juíza. Enquanto isso, a polícia e o governo estão fechando o cerco contra Dom, na tentativa de retomar o respeito da população, mas Dom precisará realizar uma última ação antes de conquistar sua almejada liberdade.

Dessa vez com uma temporada menor, de apenas cinco episódios com cerca de cinquenta minutos cada, não fosse pelo arco da trama, poderíamos pedir que essa temporada se juntasse com a anterior num produto só. Outra diferença é que nesta parte, mais do que nas outras, temos mais tempo de background para o passado e para a vida particular de Victor, o pai, o que invariavelmente acaba quebrando o ritmo do enredo, pois suas cenas são sempre de drama, de reflexão, de confissão ou de uma operação na Colômbia, enquanto as cenas de Dom são pura ação.

Dom

Gabriel Leone e Flávio Tolezani encerram com primor uma série de sucesso, entregando boas e convincentes atuações que, sob a iluminação certa e a fotografia favorável, tornam suas expressões emocionais ainda mais intensas nos momentos certos. As cenas de ação e de perseguição fazem o espectador prender o fôlego e imergir na adrenalina tamanha a proximidade com o real, realçadas pela captação acurada de som da técnica Valéria Ferro.

Tecnicamente bem realizada, ‘Dom’ é, no geral, uma baita superprodução e um ótimo trabalho do diretor Breno Silveira (in memoriam), que criou a série. É um olhar interessante de dentro, ainda que fictício, do agente dos eventos, e não da mídia ou da polícia. Inspirado nos eventos reais, a série se permitiu algumas muitas modificações, de certo modo suavizando o impacto das ações de Dom para quem sofreu com seus atos, retratando a ele e a seu pai como heróis que tentaram pedir ajuda para um sistema corrupto que deveria proteger a todos.

A série termina com o Victor real, pai de Dom, pedindo que retratassem seu filho tal como era, como ele o via: um rapaz bonito, inteligente, que fez escolhas erradas na vida e cujo problema principal era a cocaína. E esta terceira temporada de ‘Dom’ encerra a série retratando o biografado tal qual o último desejo de seu pai. Cabe ao espectador fazer o veredicto dos fatos.

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